A ocidentalização da Rússia
Ricardo Bergamini*
“No Brasil o covarde e omisso de hoje será a vítima de amanhã”. (Ricardo Bergamini).
O aparecimento e expansão da Rússia no mundo europeu é um dos fatos fundamentais da história ocidental, no século XVIII. A Rússia tinha sido, até então, quase inteiramente asiática – um Estado oriental, expandindo-se pelo Oriente. Em duas etapas ela se torna uma potência européia: primeiro com Pedro o Grande e, depois, com Catarina II.
Pedro o Grande
Pertence à dinastia dos Romanof, que dominava a Rússia desde de 1613. Pedro o Grande reinou durante 36 anos (1689-1725). Os amigos europeus dos seus tempos de moço determinaram-lhe o rumo dos ideais e das realizações.
Política interna
Pedro o Grande fez, previamente, uma viagem de estudos pela Europa (1697). Esteve na Holanda onde, como simples operário, trabalhou em estaleiros, estudando as técnicas de construção de navios. Ao seu regresso começou a enorme tarefa. Eis as realizações mais importantes:
1- Modificou os costumes: combateu as barbas e cabelos compridos; as roupas tradicionais, compridas, e propagou o estilo europeu de trajar; proibiu a reclusão oriental das mulheres.
2- Fundou escolas e academias; estimulou a agricultura; a mineração; a indústria e o comércio. Organizou centenas de fábricas. Abriu canais e construiu um grande número de estrada.
3- Organizou a administração oficial; reorganizou o exército à moda européia, com grande disciplina; montou e criou uma forte esquadra.
4- Submeteu a Igreja ortodoxa russa ao seu domínio pessoal, substituindo o patriarca por um Santo Sínodo; assegurou seu poder absoluto, abolindo todo traço de autonomia local; fundou uma nova capital, São Petersburgo (1703), em lugar da velha capital (Moscou).
Política externa
Fracassou na luta contra a Turquia, mas venceu a Suécia (Poltava, 1709) e conquistou as províncias bálticas. A paz com a Suécia foi assinada em 1721.
Catarina II
Princesa alemã, inteligente e culta, enérgica e ambiciosa, casou-se com Pedro III (neto de Pedro o Grande), a quem mandou assassinar. Catarina II reinou durante 33 anos (1762-1796). Amiga de Voltaire e Diderot, e de muitos outros sábios e filósofos, foi um dos mais louvados expoentes do despotismo esclarecido.
Política interna
Melhorou a administração pública. Fundou hospitais e orfanatos. Protegeu as letras e as artes. Aboliu a tortura e a pena de morte. Atraiu imigrantes estrangeiros (sobretudo alemães), para colonizarem as regiões meridionais da Rússia (Ucrânia). Mas foi despótica, cruel e de uma absoluta falta de escrúpulos.
Política externa
Catarina II acumpliciou-se com a Áustria (Maria Teresa) e a Prússia (Frederico II), a fim de liquidarem a Polônia. A Polônia foi desmembrada três vezes (1772, 1793 e 1795) e seus territórios foram repartidos entre as potências da “tríplice aliança” – Rússia, Áustria e Prússia.
Catarina II lutou, também, contra os turcos. Venceu-os e conquistou as margens setentrionais do Mar Negro. As cláusulas do tratado de paz (Cainárdji, 1774) permitiram aos russos intervir com freqüência nos assuntos turcos e foi a origem da imensa influência que a Rússia exerceu, no século XIX, nos Bálcãs
* Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.. Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini
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