Há algumas décadas, as crianças que ouviam falar na Floresta Amazônica, repetiam sobre sua grandeza, potencial e importância. Embora tivesse noção de mata, não tinham como imaginar com clareza tanta imensidão. A Mata Atlântica ainda era abundante e para onde quer se voltassem divisavam uma fração dela. Desavisadamente, imaginavam até, que por ali, existiam leões e outros animais africanos.
Em outro tempo, viam-se passar carretas e mais carretas carregadas de toras, mas também não é que nos déssemos conta de sua procedência ou do que significava.
A partir dos anos 90, vozes mais conscientes começaram a falar ainda mais alto, alertando, denunciando, esbravejando, se preciso. Foram taxados de “cri-cris”, antipáticos, gente que quer arrumar confusão.
Hoje, grande parte dos habitantes do planeta sabe o que pode acontecer e qual será então a nossa sorte, se não tomarmos juízo e não decidirmos agir.
O elenco da série “Amazônia” tendo visto a desolação, arregaçou as mangas e decidiu ajudar. “Como só agora, tomei conhecimento disto”? pergunta-se Cristiane Torloni.
A Amazônia é um dos mais diversos, complexos e ricos biomas do mundo. Ocupa uma área de 7,01 milhões de km2 ou 5 % da superfície da Terra; 40 % da América do Sul; no Brasil, cobre 59% do território. Corresponde aos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Goiás, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso. Somam 22 mil quilômetros seus rios navegáveis. 20% da disponibilidade mundial de água doce não congelada, está lá. Sua reserva mundial de florestas equivale a 34%. Sob o solo, minério, muito minério!!!
É natural que os olhos do mundo estejam voltados para tanta riqueza. Piratas, invasores, usurpadores daqui e de além mar, burlam qualquer tipo de vigilância e alcançam seus intentos. Já se falou em internacionalizá-la!? Como se consentíssemos em abrir mão das nossas fronteiras e da nossa soberania!
Setembro de 2006, em visita ao Museu Nacional de Barcelona, chamou-me a atenção o fato de os artistas do pincel, já nos anos 800, produzirem telas de paisagens rurais, já sem matas, antes, com certeza, devem ter existido.
Não resistiremos a um clima com mais cinco graus positivos. Não resistiremos a tantas catástrofes, como as que vêm ocorrendo. A vida está ameaçada! Matas representam muito mais, que o ar condicionado do qual nos valemos contra o calor. A Amazônia é o pulmão do mundo!
Somos poderosos, podemos destruir o mundo, não pelas armas nucleares, mas pela nossa omissão. Plantemos, cuidemos, não poupemos esforços, ainda é tempo de lutar e vencer. Por uma terra sem males!
* Marlusse Pestana Daher, Promotora de Justiça, Ex-Dirigente do Centro de Apoio do Meio Ambiente do Ministério Público do ES; membro da Academia Feminina Espírito-santense de Letras, Conselheira da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória – ES, Produtora e apresentadora do Programa “Cinco Minutos com Maria” na Rádio América de Vitória – ES; escritora e poetisa, Especialista em Direito Penal e Processual Penal, em Direito Civil e Processual Civil, Mestra em Direitos e Garantias Fundamentais.