A propósito do artigo do Advogado e Pedagogo Lúcio
Corrêa Cassilla,
No
mês de abril/2011, numa de nossas aulas do Curso de Especialização
representada por gays, lésbicas, etc. Num determinado momento do seu discurso,
ele assim se manifestou: “…e dizem que não é natural, mas eu pergunto: O que
é o “natural”?, destacando esta palavra com gestos de mãos como se a colocasse
entre aspas. Dos dicionários, temos que significa o que se refere ou
pertence à natureza. Produzido pela natureza ou de acordo com suas leis.
Espontâneo, simples, desafetado. Habitante
ou originário de um lugar; indígena (mais usado no plural)..S.m. Caráter,
índole, inclinações de uma pessoa: o natural do homem. Loc. adv. Ao natural,
conforme à natureza, à realidade, ao original.
Trazendo tal vocábulo para dentro
da questão defendida pelo visitante, defensor da causa homossexual, fica claro
que trata-se de um comportamento inato, contra as leis da natureza. Senão,
vejamos, a relação sexual, na sua mais natural e primitiva função, presta-se à
perpetuação das espécies, mesmo aquelas espécies que se reproduzem sem o
contato físico, porém, existem os indivíduos de ambos os sexos que se valem de
outras forças da natureza para cumprirem seu mister (em algumas plantas,
polinização indireta, através do vento, pássaros, abelhas, etc.) (A maioria dos
peixes, a fêmea põe ovos e o macho os fecunda no local ao ela os depositou). E
é nesse sentido que as relações homossexuais não são naturais.
Até então, para o nascimento de
uma criança é necessário a participação de indivíduos de ambos os sexos, macho
e fêmea. Uma criança adotada por uma dupla homossexual que viva em união
estável – a partir dos questionamentos naturais a partir de certa idade – terá
dificuldades no discernimento de quem é quem na relação, além de, nas sua
relações interpessoais fora do lar ficará embaraçado quando precisar mencionar,
se referir aos pais. Nasceu esta criança de quem? Então, esta criança terá que
estar muito bem preparada para saber que tem pais biológicos, embora
desconhecidos, e os pais adotivos.
Por fim, o Autor, cita os infinitos
casos de famílias constituídas entre homem e mulher que estupram, agridem,
abandonam seus filhos e até os jogam pela janela do apartamento. O fundamento
da família é único – AMOR. Muito bem
lembrado a violência a que são submetidas as crianças por suas famílias
tradicionais, naturais. Mas daí, relacionar tal tipo de violência às relações
homo afetivas, cujas relações estáveis engatinham em busca de reconhecimento
diante da sociedade, e sabemos, não são tão estáveis assim. Pois, ao estudarmos
os índices de violência entre homossexuais, encontramos um alto grau de ocorrência
de homicídios, lesões corporais graves, lesões, ameaças, dano em imóveis
ocupados por duplas de homossexuais, na maioria dos casos motivados por ciúmes,
sentimento que se revela com mais força nesse tipo de relacionamento; é
demasiado frágil, já que as variantes são infinitamente desproporcionais.
E mais, invocar o direito a voto
das mulheres? O holocausto? A escravidão? Sim, grandes lutas sociais de méritos
imensuráveis, que transformaram o mundo radicalmente, mas nenhuma delas tocou
tão profundo e tão intimamente na sociedade humana, como a luta dos movimentos
homossexuais, pois ela leva a uma transformação mundial muito mais radical,
afetando a célula máter da sociedade e, conseqüentemente, a sociedade como um
todo, indo contra as leis da natureza. Sem levar em conta radicalismos
exacerbados, se estas relações se perpetuarem no tempo, aumentando
consideravelmente o número de uniões homo afetivas, como acontecerão as
gerações futuras?
Reconhecemos sim, o direito de
cada um ser o que quiser ser, de fazer suas próprias escolhas, viver sua vida,
de ser tratado de maneira totalmente igualitária no contexto social que estiver
inserido, obedecendo às normas de conduta social aceitável. Não vamos, por
conta da opção sexual, deixar de amar o nosso próximo, enfim, o fundamento da
Lei é o amor. E é por conta desse amor que temos o dever de, responsavelmente,
oferecer um referencial, reposicionar a bússola daqueles que estão sem um
norte.
Lembrando sempre que preconceito
e discriminação de qualquer natureza
já é crime, não havendo necessidade de criminalizar discriminações por classes,
aí, estaríamos perpetuando a segregação, indo contra o princípio da isonomia.
A propósito: O mesmo Paulo citado pelo autor
escreveu em Carta aos Romanos: “Por isso Deus os abandonou às paixões infames.
Porque até as mulheres mudaram o uso natural, no contrário a natureza. E,
semelhantemente, também os homens deixando o uso natural da mulher inflamaram
em sua sensualidade, uns para com os outros, cometendo a torpeza e recebendo em
si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.” (Cap. 1:26-27).