TRF4

TRF4, 00017 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004.71.00.031321-8/RS, Relator Juiz Jairo Gilberto Schafer , Julgado em 11/12/2007

—————————————————————-

00017 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004.71.00.031321-8/RS

RELATOR : Juiz JAIRO GILBERTO SCHAFER

APELANTE : CAIXA ECONOMICA FEDERAL – CEF

ADVOGADO : Alice Schwambach e outros

APELADO : FERRAGEM PONTO SUL LTDA/

ADVOGADO : Rafael Fernandes Estevez e outros

EMENTA

CONTRATOS BANCÁRIOS. FINANCIAMENTO PARA PESSOA JURÍDICA. CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS. COMISSÃO

DE PERMANÊNCIA. MULTA MORATÓRIA E JUROS MORATÓRIOS. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO

CONSUMIDOR. ÔNUS SUCUMBENCIAIS.

1. Descabe limitar juros remuneratórios em 12% a.a. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Ação Direta de

Inconstitucionalidade n.º 4, entendeu, que a norma inscrita no § 3.º do art. 192 da Constituição Federal, revogada pela EC n.º 40/03,

não era de eficácia plena e estava condicionada à edição de lei complementar que regularia o sistema financeiro nacional e, com ele,

a disciplina dos juros. Ademais, a matéria foi pacificada pela Súmula n.° 648 do STF.

2. A comissão de permanência incide a partir da impontualidade do devedor, sem cumulação com juros remuneratórios (Súmula n.°

296 do STJ), correção monetária (Súmula n.º 30 do STJ), ta de rentabilidade e multa contratual.

3. A multa contratual em contrato celebrado sob a égide da Lei n.° 9.298, de 1.° de agosto de 1996, deve ser limitada em 2%. Para os

contratos anteriores, lícita a cobrança da multa no percentual de 10%.

4. A aplicação do CDC para os contratos bancários foi matéria de muita controvérsia na jurisprudência pátria até ser editada a

recente Súmula n.º 297 do Superior Tribunal de Justiça que pacificou a questão, entendendo pela aplicabilidade às instituições

financeiras.

5. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os

honorários e as despesas.

ACÓRDÃO

___________________

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte
integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 31 de outubro de 2007.

Como citar e referenciar este artigo:
JURISPRUDÊNCIAS,. TRF4, 00017 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004.71.00.031321-8/RS, Relator Juiz Jairo Gilberto Schafer , Julgado em 11/12/2007. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/jurisprudencias/trf4/trf4-00017-apelacao-civel-no-2004-71-00-031321-8-rs-relator-juiz-jairo-gilberto-schafer-julgado-em-11-12-2007/ Acesso em: 25 jun. 2025