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Timóteo propõe selo de qualidade para comunidade terapêutica

30 de Maio de 2012

A criação de um selo de qualidade para credenciamento das comunidades terapêuticas, entidades e clínicas especializadas em tratamento de dependentes químicos foi uma das propostas apresentadas na tarde desta quarta-feira ((30/5/12), na Câmara Municipal de Timóteo durante audiência pública promovida pela Comissão Especial  para o Enfrentamento do Crack, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. 

Durante a reunião, voluntários, gestores e profissionais de saúde e representantes de comunidades terapêuticas reivindicaram também mais vagas na rede pública e em clínicas especializadas no atendimento aos dependentes químicos, além de uma fiscalização mais rigorosa.  Familiares de usuários de drogas queixaram-se de que algumas clínicas, por falta de fiscalização mais eficaz, se aproveitam da situação de desespero das famílias para cobrarem preços altos pela internação, ofertando um serviço duvidoso.  Essas clínicas, segundo as denúncias, estariam se transformando num negócio lucrativo, utilizando “profissionais de fachada”.

Esta foi a oitava reunião extraordinária e a quarta audiência pública  no interior do Estado realizada pela Comissão Especial, desde a sua criação, em março último. Além de Timóteo, a Comissão visitou também os municípios de Ipatinga, na manhã desta quarta-feira, e os de Uberaba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, na semana passada.

Coesão social – A reunião de Timóteo foi coordenada pelo presidente da  Comissão Especial, deputado Paulo Lamac (PT),  e contou com a participação de sete vereadores, além de autoridades locais e líderes religiosos e comunitários. O parlamentar admitiu que o problema, dada a sua gravidade, requer  ações de curto e curtíssimo prazo, mas exige, também ações saneadoras, de médio e longo prazo, capazes de criar “coesão  social”.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Douglas Wilkys (PSB), defendeu a união de todos,acima de divergências partidárias e políticas, pois, segundo  ele, “o poder público, sozinho,não dá conta desse problema”. “A sociedade como um todo tem que abraçar este problema, porque o que está em jogo são vidas”, disse.

A defensora pública Nadja Maria Fernandes falou da necessidade de se humanizar a relação com os dependentes químicos. O mesmo defendeu o padre Sérgio Henrique, da paróquia São Sebastião, enquanto a secretária municipal de Assistência Social, Patrícia Silva Dias, enfatizou a importância do diálogo entre pais e filhos, jovens e educadores.

O ex-dependente  químico Luiz Carlos Santana, voluntário da comunidade terapêutica Bálsamo de Gileade, falou das dificuldades enfrentadas pelos usuários e suas famílias e reivindicou mais vagas  para internação.

O vereador José Vespasiano-Vespa (PT) disse que “não há respostas prontas, mas toda a sociedade junta deve buscar soluções”. O vereador Keisson Drumond  (PT) elogiou a iniciativa da Assembleia  e o resultado da audiência, que chegou a reunir sete vereadores, número recorde em uma audiência na Casa, segundo ele.

Propostas – Keisson, que solicitou a realização da audiência em Timóteo, sistematizou todas as propostas surgidas durante o debate e que incluem, além do selo de qualidade para as entidades de tratamento de dependentes químicos,  propostas relacionadas à implementação de políticas públicas de prevenção e controle, a desburocratização na ajuda às comunidades terapêuticas, políticas de geração de emprego para jovens e adolescentes e a criação de um programa de conscientização de drogas nas famílias, a exemplo do Proerd, Programa de Educação e Resistências às Drogas e à Violência, do Governo do Estado, voltado para estudantes. As propostas serão encaminhadas ao Conselho Municipal Antidrogas e a outros órgãos públicos.
 

Fonte: AL/MG

Como citar e referenciar este artigo:
NOTÍCIAS,. Timóteo propõe selo de qualidade para comunidade terapêutica. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2012. Disponível em: https://investidura.com.br/noticias/ultimas-noticias/timoteo-propoe-selo-de-qualidade-para-comunidade-terapeutica/ Acesso em: 07 jul. 2025