29 de Maio de 2012
A Comissão de Esporte, Lazer e Juventude da Assembleia Legislativa de Minas Gerais realizou nesta terça-feira (29/5/12) audiência pública para discussão de políticas públicas voltadas ao esporte amador. Compareceram ao evento o diretor de esportes da Federação dos Clubes do Estado de Minas Gerais, Jadson Alves Mendonça, e o diretor-presidente da Organização “De Peito Aberto Incentivo ao Esporte”, Wenceslau Teixeira Madeira Junior.
Na abertura da reunião, o presidente da comissão, deputado Marques Abreu (PTB), destacou a importância do programa estadual Campos de Luz, que tem dado aos jovens a oportunidade de praticarem esportes também à noite, em locais que antes, segundo ele, eram usados para consumo de drogas.
Wenceslau falou um pouco a respeito do funcionamento de sua organização e apresentou dados expressivos, que deixaram os deputados impressionados. Com sede em três Estados (Bahia, Pará e Minas Gerais), a ONG atende, segundo ele, cinco mil crianças e adolescentes, tendo um convênio com a Secretaria de Estado de Defesa Social. “Acredito que é importante fazermos um mapeamento do Estado, quantificando o número de espaços ociosos em cada município e apurando se há infraestrutura na cidade. Há muitos clubes fechados à espera de recursos para a contratação de profissionais e reformas. A cultura esportiva precisa de um novo estímulo em Minas Gerais”.
Já Jadson falou também em nome da Associação Atlética Banco do Brasil, que possui instalações em diversos municípios mineiros, e relatou a situação na qual se encontram os clubes, praticamente abandonados, porque o banco deixou de lhes dar auxílio financeiro, segundo ele. “No interior, eles estão fechando. Em Belo Horizonte, temos uma parceria com a prefeitura, que nos dá desconto no IPTU em troca de recebermos alunos de escolas municipais, mas eles vão lá mais para brincar nas piscinas, acabam não desenvolvendo atividades esportivas. Precisamos de material e de mais profissionais”.
O deputado Fabiano Tolentino (PSD) destacou que sem uma boa formação das categorias de base, dificilmente haveria bons profissionais no Estado. Segundo ele, essa é a importância que o esporte amador tem. “Às vezes a gente lembra apenas dos grandes esportes, como o futebol. Temos de pensar também no skate, no basquete, no vôlei. O orçamento estadual precisa ser mais debatido e ter uma parcela maior dedicada ao esporte. E é preciso, acima de tudo, mudar a mentalidade dos gestores municipais, que tendem a ver a prática esportiva como algo menor dentro da administração das prefeituras”.
O deputado Gustavo Perrella (PDT) reforçou que falta apoio dos municípios e disse que é preciso fazer um trabalho mais amplo, que envolva mais parcerias. “Temos de aproveitar o debate em torno da realização da Copa do Mundo no Brasil e pleitear mais recursos que envolvam o esporte amador”. Já o vice-presidente da comissão, deputado Tadeu Martins Leite (PMDB), lamentou a ausência na audiência de representantes do Governo do Estado e reforçou que a iniciativa privada também precisa ajudar o esporte. “Eles têm ajudado pouco. Muitos times conseguem aprovação em leis de incentivo, mas na hora de captar não tem uma única empresa disposta a investir. O governo precisa se mostrar mais presente e a iniciativa privada também. Só boa vontade não é suficiente”.
Melhorias – Durante a reunião, a Comissão aprovou requerimento para audiência pública cujo objetivo será debater melhorias na Lei Estadual de Incentivo ao Esporte (Lei 16.318, de 2006). Segundo o deputado Fabiano Tolentino, a lei precisa ser melhorada, para que possa oferecer a oportunidade de captação de recursos igualmente para todos os interessados. Wenceslau relatou que a forma como a lei foi formulada dificulta que os contemplados “andem com as próprias pernas”. Tal depoimento motivou o requerimento.
Também foram aprovados mais dois requerimentos: um pedindo implementação de programa de ginástica laboral para os servidores da Assembleia e outro solicitando visita da Comissão à sede do Centro de Referência Esportivo à Pessoa com Deficiência – Projeto Superar, que fica no bairro Carlos Prates, com o objetivo de servir como parâmetro para a criação de um centro de referência estadual. A visita será feita em conjunto com a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Fonte: AL/MG