27 | 03 | 2012
OAB-ES comemora 80 anos em grande estilo
Os 80 anos da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Espírito Santo (OAB-ES) foram comemorados em grande estilo. No Theatro Carlos Gomes, os advogados capixabas celebraram a história da Seccional, homenagearam os colegas pioneiros e apreciaram dois shows de altíssimo nível.
Ao dar as boas vindas aos colegas, o presidente da OAB-ES, Homero Junger Mafra, enalteceu a advocacia capixaba. “Olho a história da Ordem e tenho a consciência e, mais que a consciência, a certeza, que nós, os advogados, soubemos travar nossos combates”.
Ao falar da história da Seccional, Homero Mafra lembrou momentos marcantes da gestão de cada um dos ex-presidentes vivos. A luta pela Anistia e pela Constituinte, com José Ignácio Ferreira, e a criação do Tribunal Regional do Trabalho no Espírito Santo, no período de Luiz Antonio de Souza Basílio. Com Agesandro da Costa Pereira, a campanha pelas eleições diretas e a realização, em 1992, da XIV Conferência Nacional dos Advogados, em Vitória, e a brava reação da advocacia capixaba diante do episódio de violência que resultou na morte do advogado Geraldo Gomes de Paula, na gestão de Antonio Augusto Genelhu Junior.
O presidente da OAB-ES falou da admiração que por um de seus mestres, o ex-presidente da Seccional, Milton Murad, já falecido. “Advogado, inteiramente advogado, grande presidente e conselheiro federal, sem uma só ausência em todo seu tempo de atuação no Conselho. Que falta faz meu grande mestre com sua paixão, que penso ter herdado, pela Ordem e pela advocacia”.
Homero Mafra falou sobre a atualidade: “Restabelecida a normalidade democrática, nosso olhar pode se voltar para os pleitos cotidianos da advocacia. E é preciso deixar clara nossa mensagem, a defesa das garantias e prerrogativas profissionais é nosso papel e deve ser encarada como um dever de resistência contra o arbítrio, impedindo que a voz dos cidadãos em juízo tenha limites em seu atuar. Defender as prerrogativas profissionais é também defender uma Magistratura forte e um Ministério Público independente.”
Os desafios que a Ordem ainda tem pela frente não foram esquecidos. “Vivendo a democracia reconquistada, sabemos que ainda precisamos avançar. Precisamos da implantação da Comissão da Verdade, clamamos contra a tortura nos presídios, queremos a supressão das desigualdades e a aplicação plena da lei da Ficha Limpa”, afirmou Mafra.
O presidente do Conselho Federal, Ophir Cavalcante, destacou a atuação do ex-presidente Agesandro da Costa Pereira: “Ele é referência não só aqui no Espírito Santo, como também em todo o país. Não foi à toa e nem por nenhum outro tipo de benevolência, mas sim por reconhecimento da advocacia brasileira que Agesandro foi distinguido com a mais alta comenda que a OAB pode conceder a um advogado, que foi a medalha Rui Barbosa.” E continuou: “A sua atuação aqui na OAB-ES marcou uma época, é um símbolo de resistência, um exemplo de coragem frente a todas as adversidades. Foi graças ao seu trabalho que a CPI do narcotráfico atuou no Estado desencadeando um processo de desarticulação do crime organizado.”
Ophir Cavalcante destacou as lutas da advocacia capixaba. “A OAB-ES nunca precisou pedir licença para nada, ela sempre foi protagonista da história da advocacia brasileira. Todas as lutas pela advocacia capixaba são um exemplo de como a advocacia deve, cada vez mais, pautar a sua conduta na defesa da sociedade, da cidadania, da Constituição da República. Tenho acompanhado todas as lutas da OAB-ES, tendo a frente o presidente Homero, sua Diretoria e seu Conselho.”
O presidente nacional da OAB citou um desafio da advocacia: “A questão dos precatórios judiciais incomoda, foi herdada pelo governo de vários outros governos, mas é uma questão que precisamos enfrentar com consciência, com galhardia. É necessário que nós olhemos para frente e encontremos uma solução para que possa resolver o problema dos precatórios em nosso país.”
O governador Renato Casagrande agradeceu o apoio da OAB em momentos importantíssimos para o Espírito Santo. “Em todos os momentos que esse Estado precisou a Ordem não se omitiu. Os capixabas estão vivendo um período de dificuldade que todos os brasileiros estão acompanhando, que são os debates em torno do ICMS de produtos importados e a partilha dos royalties. Hora nenhuma a Ordem se ausentou desse debate. Nos subsidiou, tem nos orientado tecnicamente, tem se colocado à disposição. Então, neste momento de ameaças, a Ordem está presente”.
Ao fim dos discursos, os advogados e advogadas que lotaram o teatro, assim como as autoridades presentes, puderam apreciar o show da Orquestra Pop da Faculdade de Música do Espírito Santo. A Orquestra emocionou o público em um verdadeiro espetáculo, que reuniu sucessos nacionais e internacionais.
A noite foi encerrada com um animado show do grupo MPB4. O quarteto fez uma apresentação descontraída, recheada de histórias e com um repertório cheio de sucessos que marcaram a história do país.
Fonte: OAB/ES
