Ele teria invadido mais de 50 contas de clientes da Caixa Econômica Federal e desviado cerca de 85 mil reais
Belo Horizonte. O Ministério Público Federal (MPF) em Belo Horizonte denunciou o vendedor desempregado A.F.C.S. pelo crime de furto qualificado (artigo 155, § 4º, do Código Penal) praticado por meio de fraude eletrônica.
Os fatos foram descobertos numa investigação da Polícia Federal denominada Projeto Tentáculos, que identificou um grupo criminoso voltado ao furto de clientes por meio do sistema internet banking. Um dos integrantes era justamente o belorizontino A.F.C.S., de 27 anos.
De acordo com a denúncia, ele teria invadido pelo menos 51 contas de clientes da Caixa Econômica Federal, com o desvio de aproximadamente 85 mil reais. O dinheiro era transferido para contas bancárias e para o pagamento de boletos de cobrança e recarga de crédito em celulares pré-pagos.
A fraude funcionava da seguinte maneira: de posse do e-mail das vítimas, A.F.C.S. enviava mensagens com um vírus oculto em um arquivo aparentemente inofensivo, como fotos e vídeos. Quando o destinatário abria o arquivo, o vírus era armazenado no disco rígido do computador e ali permanecia oculto e inativo, até que o usuário acessasse o site da instituição financeira. Nesse momento, o vírus capturava os dados, como número da conta corrente, agência e senha, e os remetia para um endereço de e-mail previamente definido pelo acusado.
Outra forma de inoculação acontecia por meio do envio de e-mails em nome da própria instituição bancária, nos quais era solicitada atualização de dados cadastrais.
A invasão dos dados das vítimas possibilitou ao denunciado efetuar R$ 62.729,11 em transferências para suas contas bancárias ou de seus parceiros. Outros R$ 21.659,13 foram utilizados no pagamento de boletos bancários.
Perícia realizada nos computadores e telefones do denunciado comprovou que ele vinha cometendo o crime pelo menos desde 2009, tendo sido encontrados arquivos e pastas com listas de e-mails das vítimas, dados de boletos bancários, mensagens com links falsos simulando a aparência de home banking e programas simulando sites bancários. Também foram encontrados aplicativos para conexão de área de trabalho remota, que possibilitam ao usuário conectar-se a um outro computador situado em local diverso daquele onde se encontra.
O crime de furto qualificado tem pena que vai de dois a oito anos de prisão. A.F.C.S. encontra-se atualmente preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem/MG.
A denúncia foi recebida pela Justiça Federal na última quinta-feira, 09/05, tendo sido instaurada Ação Penal com o número 0022978-95.2013.4.01.3800.
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Fonte: MPF/MG