Conselho da Justiça Federal

Usabilidade é fator crítico de sucesso na arquitetura da informação, afirma especialista

À medida que a informação prolifera de forma exponencial, a usabilidade vem se tornando o fator crítico de sucesso para websites e aplicações. Uma boa arquitetura da informação estabelece as fundações necessárias para que um sistema de informação faça sentido para seus usuários. Estes foram, em síntese, os argumentos apresentados pela especialista Paula Azevedo Macedo na palestra “Arquitetura de Informação, Usabilidade e Design de Experiência do Usuário”, na abertura do Encontro dos Profissionais da Informação da Justiça Federal, nesta quarta (20), no auditório do Conselho da Justiça Federal (CJF). O evento é uma promoção do Centro de Estudos Judiciários (CEJ) do CJF.

Paula Macedo define a arquitetura de informação como a arte e a ciência de organizar e catalogar websites, intranets, comunidades online e softwares, de modo que a usabilidade seja garantida. O princípio básico da arquitetura de informação, segundo ela, é a busca pelo equilíbrio entre  três fatores: conteúdo, contexto e usuários

A usabilidade, por sua vez, é definida por Paula Macedo como a eficiência, a eficácia e a satisfação com as quais os públicos do produto alcançam objetivos em um determinado ambiente. “O que caracteriza uma interface com boa usabilidade?”, questiona a especialista. Um design centrado no usuário, na concepção de Paula Macedo, deve ter os seguintes atributos: ser fácil de aprender; ser eficiente na utilização; ser fácil de ser recordado; e ser subjetivamente agradável. Visibilidade, feedback, mapeamento, consistência e affordance (capacidade de um objeto de ter sido pensado da forma como é usado) também seriam atributos desejáveis do design.

“O que você poderia fazer para melhorar a experiência do seu usuário?”, questiona a especialista. Para ela, o que pode ser feito é melhorar a maneira como uma pessoa se sente sobre o uso de um produto, sistema ou serviço. O termo user experience, segundo ela, é a junção de muitas disciplinas e suas subcategorias, todas voltadas para entregar uma boa experiência centrada no usuário.

Paula Macedo deu como exemplo o site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no qual ela precisava pesquisar a quantidade de brasileiros que utilizavam determinados eletrodomésticos. Ela conta que na Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) não encontrou tudo o que precisava, e teve muita dificuldade para pesquisar o site. Decidiu, então, ligar para a Biblioteca do IBGE e conversou com um funcionário,que a orientou sobre o local onde essas informações se encontravam no site. “Eu não encontraria nunca sozinha”, observa Paula Macedo.

Um bom planejamento de reformulação da arquitetura da informação, de acordo com ela, deve seguir as fases de pesquisa, concepção e avaliação. Na pesquisa, é importante que sejam realizados estudos e entrevistas com os usuários, além do desenvolvimento de um protótipo de navegação adaptada ao modelo mental do usuário. A fase de concepção deve conter um inventário e uma estratégia para o conteúdo, mapa do site, fluxograma, protótipos navegáveis e especificação de uso. Já na avaliação devem ser contemplados um teste de usabilidade, uma análise heurística e a definição de métricas.

“Devemos calçar os sapatos dos usuários”, diz a especialista, para quem é imprescindível se colocar no lugar do usuário.

Lições dos mestres

Paula Macedo observa que o indiano Ranganathan possivelmente foi o primeiro teórico da área da Biblioteconomia e Ciência da Informação a levantar de forma mais enfática a bandeira do usuário. Ele difundiu, segundo ela, a noção de que livros são para serem usados: design por design não é nada, design bom é design eficiente.

Ela citou ainda o britânico Lancaster, para quem a habilidade de um indexador de informação de olhar de fora para realizar um resumo representativo é a mesma  requerida pelo arquiteto de informação ao elaborar a estratégia de conteúdo e a organização da informação em mapas de site, por exemplo.

Paula Macedo menciona ainda a contribuição de Paul Otlet e Henry La Fontaine, que idealizaram o projeto Mundaneum, o qual propunha organizar e dar acesso a todo o conhecimento do mundo. “Por suas ideias, Paul Otlet é considerado um precursor da web, pois já falava de hipermídia antes mesmo do termo existir”, assinala a especialista.

Ela prossegue relatando que  Richard Saul Wurman, no livro “Ansiedade de Informação: como transformar informação em compreensão”,  o autor salienta que o arquiteto de informação é alguém que humaniza a tecnologia, focando nas pessoas e organiza os padrões inerentes da informação, tornando o complexo claro.

Os teóricos da Arquitetura da Informação Rosenfeld e Morville, por sua vez, elaboraram o design estrutural de um espaço de informação, a fim de facilitar a realização de tarefas e o acesso intuitivo a conteúdos. Arquitetura de Informação, segundo esses autores, seria a arte e a ciência de estruturar e classificar websites e intranets a fim de ajudar as pessoas a encontrar e a gerenciar informação. 

Fonte: CJF

Como citar e referenciar este artigo:
NOTÍCIAS,. Usabilidade é fator crítico de sucesso na arquitetura da informação, afirma especialista. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2013. Disponível em: https://investidura.com.br/noticias/conselho-da-justica-federal/usabilidade-e-fator-critico-de-sucesso-na-arquitetura-da-informacao-afirma-especialista-2/ Acesso em: 21 nov. 2024