A Escola Superior da Magistratura do Estado de Santa Catarina – Esmesc deu início à reformulação do seu sistema de ensino. Para tanto, serão realizadas oficinas para a apresentação da “Metodologia Cases”, que consiste numa postura ativa e passiva do aluno e, não mais, somente passiva como hoje é aplicado. A iniciativa já é aplicada na Fundação Getúlio Vargas, na Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB de São Luis, capital do Maranhão, e no Complexo de Ensino Superior – Cesusc, em Florianópolis, mas ainda é inédita em escolas superiores da magistratura.
O pesquisador do Ipea e professor Elton Fogaça da Costa é o responsável por trazer a novidade para Santa Catarina. Ele explica que a “Metodologia Cases” é um método que faz com que os alunos não fiquem tão dependentes do professor e comecem a pesquisar os assuntos de interesse da área e aqueles dados em sala de aula. “Minha idéia, aqui na Esmesc, com alunos que já possuem graduação e que procuram aprofundar os estudos na carreira da magistratura, é que não fiquem apenas com uma revisão da graduação como vem acontecendo até então. Tenho o objetivo de fazer com que o aluno pense e trabalhe o conteúdo de uma forma diferenciada com soluções de casos fictícios”, afirmou o professor.
Elton diz, ainda, que esta nova metodologia proporciona uma maior interação entre alunos e professores e só trará benefícios para os futuros magistrados. “Os futuros juízes trabalharão com a prática e também com a teoria, pois um é o complemento do outro sem distinção. É importante ressaltar que o poder de fundamentação, importante para a carreira da magistratura, será mais bem trabalhada”, disse o pesquisador. Para ele, a adaptação do novo método de ensino será gradativa, mas os avanços serão rápidos após a correta aplicação.
A ideia da reformulação do ensino pedagógico da Escola partiu do diretor de ensino, juiz Alexandre Morais da Rosa, que após saber dos benefícios da metodologia nas universidades em que ela já é aplicada, apresentou a ideia para o diretor-geral da Esmesc, juiz Cláudio Eduardo Régis de Figueiredo e Silva, que aprovou o projeto de reformulação. “Com esta ‘Metodologia Cases’ pretendemos fazer uma revisão no ensino da Escola. Vamos iniciar gradativamente. O primeiro passo é apresentá-lo aos professores e, depois, aos alunos. Já no semestre que vem o projeto terá início como forma de piloto e os alunos matriculados nos Módulos I e II já terão contato com esta nova metodologia”, afirmou. O magistrado disse que a “Metodologia Cases” será oficial a partir do ano que vem.
Uma oficina realizada na manhã desta quinta-feira (28/6) com o diretor-geral da Escola, juiz Cláudio Eduardo Régis de Figueiredo e Silva, e os professores, entre eles, os juízes Andréa Regis Vaz e André Alexandre Happke, Danielle Spezim, Rogério Duarte Silva e Dilsa Mondardo discutiu a funcionalidade do método e, também, como ele será aplicado aos alunos da Escola. Os professores receberão orientações e serão apresentados a nova metodologia na reunião pedagógica que acontece no dia 30 de julho.
Foto: Anne da Silva/Coordenadora Pedagógica da Esmesc
Fonte: AMC