Morena Pinheiro – enviada especialSão Paulo (SP) – O segundo dia do Encontro Nacional de Juízes da Infância e da Juventude teve início com uma palestra sobre a preparação para adoção, o acompanhamento da criança e a conclusão do processo. O tema foi abordado pela Juíza de Direito da Comarca de Gaspar do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), Ana Paula Amaro da Silveira. A mesa foi presidida pela Juíza do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), Noeli Salete Tavares Reback.A palestrante apresentou para os Magistrados os últimos dados do Cadastro Nacional de Adoção. Os números revelam que ainda existe uma distância muito grande entre a quantidade de pessoas que desejam adotar e o número de crianças que vivem nos abrigos. Hoje, são cerca de trinta mil pais na fila de adoção e mais de cinco mil crianças disponíveis. Essa diferença, segundo a Ana Paula Amaro ainda é em decorrência da preferência declarada por aqueles que fazem o cadastro, 95% quer uma criança de até dois anos.De acordo com a Magistrada, é preciso dar mais celeridade nos processos não apenas com o objetivo de reduzir a quantidade de pessoas na fila, mas com o foco na criança. “A gente tem que parar para pensar que enquanto nós temos milhares de processos para julgar, o tempo daquela criança está passando, claro que não é obrigação apenas do Magistrado, mas é nossa também”, ponderou.Com relação ao que prevê a lei, hoje, Ana Paula reforçou que o Judiciário tem um papel que não pode ser ignorado. “Em um estado que não tem políticas públicas efetivas com relação à adoção, o Magistrado precisa dar soluções criativas”.
Fonte: AMB