O deputado Altemir Tortelli (PT) foi um dos autores do requerimento da audiência pública com o intuito de debater a situação das escolas agrícolas do Rio Grande do Sul, que ocorreu na manhã desta terça-feira (5), no plenarinho da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. Tortelli, que é relator da subcomissão que trata do assunto, avaliou positivamente o encontro e destacou a necessidade de aprofundar a reflexão sobre que profissionais se quer formar nas escolas agrícolas no Rio Grande do Sul. A audiência também definiu a instalação de uma comissão para tratar das demandas mais urgentes, como de infraestrutura, junto a secretaria Estadual de Educação.
Para o deputado, é necessário que as escolas preparem os jovens para serem gestores e profissionais capacitados e apaixonados pela atividade agrícola, com perspectivas de permanecerem no campo e fazerem a sucessão rural dentro de um horizonte da produção agroecológica.
“Temos que tratar este tema com mais profundidade, tanto as escolas, as direções, professores e a Assembleia Legislativa através das duas comissões que articularam este evento para abrir uma interlocução com o governo do Estado e com a Secretaria de Educação e, nas próximas semanas, apresentar um documento com alternativas concretas para enfrentar os problemas vividos pelas escolas agrícolas”, concluiu Tortelli.
Na audiência, a representante da Secretaria Estadual da Educação, Iara Aragonez, apresentou o projeto político-pedagógico da atual gestão para as escolas técnicas agrícolas e destacou a necessidade de se mudar o paradigma que orienta a formação dos futuros profissionais para que atuem voltados para a agroecologia. Ela explicou que o objetivo estratégico da política de educação para o setor é a sustentabilidade do desenvolvimento do campo. Sobre o aumento de repasses de recursos financeiros, Iara respondeu que o governo estadual repassou, nos últimos dias, R$ 44 mil para cada uma das escolas técnicas agrícolas e que igual montante será repassado no primeiro semestre de 2014.
Também este presente a coordenadora estadual da Fetraf-Sul, Cleonice Back, que demostrou sua preocupação com o futuro dos jovens no campo e da produção da agricultura familiar. “Precisamos encarar o tema da sucessão na agricultura familiar e para isso precisamos pensar o papel dos nossos jovens na propriedade e uma estrutura e investimentos nas escolas agrícolas tem papel fundamental nesse processo”, afirmou.
O primeiro vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, Marco Antônio Sozo, salientou que o ensino técnico agrícola também precisa passar por uma transformação necessária que é a de ser capaz de produzir alimentos saudáveis com respeito ao meio ambiente.
A representante do Conselho Estadual dos Diretores de Escolas Agrícolas, Mari Terezinha Marmelix, parabenizou os técnicos agrícolas pela passagem do seu dia e destacou a grande preocupação com a situação das escolas agrícolas gaúchas. “Precisamos dos governos uma postura decisiva em favor das escolas agrícolas no nosso estado e no nosso país”, cobrou. Elson Sena, representante da AGPTEA, sublinhou que as escolas agrícolas são diferentes das outras escolas, pois os alunos são internos e levam toda a vivência para as suas famílias e comunidades. Ele cobrou o aumento do repasse de verbas para a manutenção e qualificação das escolas agrícolas estaduais.
*Com informações da Alergs
Fonte: AL/RS