TRF4

TRF4, 00015 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004.72.08.002014-8/SC, Relator Des. Federal Edgard Antônio Lippmann Júnior , Julgado em 12/03/2007

—————————————————————-

00015 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004.72.08.002014-8/SC

RELATOR : Des. Federal EDGARD ANTÔNIO LIPPMANN JÚNIOR

APELANTE : NIDERAU JOSE PRATES MAGALHAES e outro

ADVOGADO : Leonildo Laureano Correa

APELANTE : CAIXA ECONOMICA FEDERAL – CEF

ADVOGADO : Raquel Aparecida da Silva

APELADO : (Os mesmos)

EMENTA

SFH. CONTRATO DE MÚTUO HIPOTECÁRIO. NULIDADE DA SENTENÇA. PREVALÊNCIA DO PES SOBRE AS DEMAIS

CLÁUSULAS E ÍNDICES. CES. CORREÇÃO MONETÁRIA DO SALDO DEVEDOR. JUROS. TABELA PRICE.

LEGALIDADE. DIREITO À AMORTIZAÇÃO. RESTITUIÇÃO DE VALORES. RESTITUIÇÃO EM DOBRO.

Não é nula a sentença que assegurou a manutenção do pacto avençado, quando constatado o seu descumprimento.

A cláusula PES não conflita com outras cláusulas que mencionem outros índices ou formas de reajustamento do mútuo habitacional,

por ser a equivalência salarial da própria principiologia do sistema financeiro da habitação. Entendimento consagrado na Súmula n.

39 desta Corte.

Legal a incidência do Coeficiente de Equiparação Salarial (CES) no cálculo do encargo.

O saldo devedor do financiamento habitacional deve ser atualizado de acordo com o indeor das cadernetas de poupança ou das

contas vinculadas do FGTS, como pactuado nas cláusulas contratuais, admitindo-se a aplicação da TR, independentemente da

incidência ou não do Plano de Equivalência Salarial às prestações do mútuo.

Ta de juros efetiva mantida (ou reduzida para) em 10% ao ano, nos moldes da Lei n. 4.380/64.

Não há óbice à aplicação da tabela price como sistema de amortização, se tal foi pactuado.

Determinada a revisão das parcelas de amortização e de juros, lançadas pela tabela Price na composição das prestações, visando à

redução gradual da dívida, conforme disposições legais, evitando-se as amortizações negativas e o lançamento de juros edentes

no saldo devedor (capitalização).

Importâncias monetárias cobradas a mais, pelo agente financeiro, devem ser restituídas à parte mutuária, admitida a compensação

nas parcelas vincendas.

Incabível a repetição, em dobro, por ausência de comprovação de má-fé do agente financeiro.

ACÓRDÃO

___________________

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região, por unanimidade, negar provimento à apelação da parte autora e dar parcial provimento à apelação da Cai, nos termos do
relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 07 de novembro de 2007.

Como citar e referenciar este artigo:
JURISPRUDÊNCIAS,. TRF4, 00015 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2004.72.08.002014-8/SC, Relator Des. Federal Edgard Antônio Lippmann Júnior , Julgado em 12/03/2007. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/jurisprudencias/trf4/trf4-00015-apelacao-civel-no-2004-72-08-002014-8-sc-relator-des-federal-edgard-antonio-lippmann-junior-julgado-em-12-03-2007/ Acesso em: 13 mar. 2025