TRF4

TRF4, 00006 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2002.70.00.033772-8/PR, Relator Juiz Jairo Gilberto Schafer , Julgado em 11/26/2007

—————————————————————-

00006 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2002.70.00.033772-8/PR

RELATOR : Juiz JAIRO GILBERTO SCHAFER

APELANTE : CAIXA ECONOMICA FEDERAL – CEF

ADVOGADO : Magda Esmeralda dos Santos e outros

APELADO : RONAN DE CARVALHO

ADVOGADO : Rodrigo Cesar Picinin Mungo

EMENTA

AÇÃO INDENIZATÓRIA. CONTA CORRENTE. BLOQUEIO DE CARTÃO MAGNÉTICO. RESSARCIMENTO POR DANOS

MORAIS. INEXISTÊNCIA.

1. A indenização por dano moral dispensa a existência de crime, havendo somente a necessidade de demonstração da prática de ato

ilícito, decorrente de uma violação ao íntimo do ofendido, posto ter-lhe sido causado um mal evidente. Deve estar presente o nexo de

causalidade entre o fato e o dano causado.

2. Tomando em conta os três elementos reconhecidamente essenciais na definição da responsabilidade civil – a ofensa a uma norma

preexistente ou erro na conduta, um dano e o nexo de causalidade entre um e outro – a questão colocada neste feito não se amolda

aos parâmetros jurídicos do dever da responsabilização da ré em detrimento aos prejuízos alegadamente sofridos pela autora, pois

não se verifica a comprovação de ocorrência de danos a ensejar a indenização pretendida.

3. O uso do cartão magnético com sua respectiva senha é elusivo do correntista, pressupõe necessariamente o conhecimento da

senha pessoal. A instituição financeira não possui mecanismo apto a obstar o saque, em cai eletrônico, mediante a inserção correta

da senha pertinente ao cartão do cliente. O sistema bloqueou a senha após três inserções incorretas. Se efetivamente o autor tivesse

digitado a senha correta, após o segundo aviso de erro, o razoável seria que entrasse em contato com o atendimento da CEF para se

informar, e não digitar novamente, sabendo que isso bloquearia o seu cartão.

4. Assim, considerando que as provas dos autos não revelam qualquer conduta ilícita da CEF, por ação ou omissão, capaz de

estabelecer um nexo causal com os supostos danos sofridos pelo autor, não se pode reconhecer o dever de indenizar da instituição

bancária.

5. Apelação da CEF provida e apelação do autor improvida.

ACÓRDÃO

___________________

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região, por unanimidade, dar provimento à apelação da CEF e negar provimento à apelação do autor, nos termos do relatório, votos
e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Porto Alegre, 31 de outubro de 2007.

Como citar e referenciar este artigo:
JURISPRUDÊNCIAS,. TRF4, 00006 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2002.70.00.033772-8/PR, Relator Juiz Jairo Gilberto Schafer , Julgado em 11/26/2007. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/jurisprudencias/trf4/trf4-00006-apelacao-civel-no-2002-70-00-033772-8-pr-relator-juiz-jairo-gilberto-schafer-julgado-em-11-26-2007/ Acesso em: 20 set. 2024