STJ

STJ, AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 724.320 – SP, Relator Ministra Eliana Calmon , Julgado em 10/30/2007

—————————————————————-

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 724.320 – SP

(2005/0022359-3)

R E L ATO R A : MINISTRA ELIANA CALMON

AGRAVANTE : FAZENDA NACIONAL

PROCURADOR : CLÁUDIA REGINA A. M. PEREIRA

AGRAVANTE : USINA CATANDUVA S/A AÇÚCAR E ÁLCOOL

ADVOGADO : ANTÔNIO DA SILVA FERREIRA

AGRAVADO : OS MESMOS

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO – AGRAVOS REGIMENTAIS

– PRESCRIÇÃO – TRIBUTO LANÇADO POR HOMOLOGAÇÃO

– TERMO INICIAL – TESE DOS “CINCO MAIS CINCO”

– ART. 4º DA LEI COMPLEMENTAR 118/2005 – ARGÜIÇÃO DE

INCONSTITUCIONALIDADE NO ERESP 644.736/PE – PEDIDO

DE JUNTADA DE PRECEDENTE INDICADO NA DECISÃO RECORRIDA

– PUBLICAÇÃO REALIZADA – INCUMBÊNCIA DO

JURISDICIONADO – LEIS 9.032/95 E 9.129/95 – RESERVA DE

PLENÁRIO – INVIABILIDADE – DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS

– DESCABIMENTO DO EXAME – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

– SÚMULA 7/STJ.

1. A Corte Especial, na Argüição de Inconstitucionalidade no EREsp

644.736/PE, acolheu o incidente para reconhecer a inconstitucionalidade

da expressão “observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art.

106, I, da Lei nº 5.107, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário

Nacional”, constante do art. 4º, segunda parte, da LC 118/2005.

2. Ocorrida a publicação do acórdão que a parte requer a juntada de

cópia (publicado no DJ de 27/08/2007, p. 170), fica prejudicado o

argumento de que cumpre ao Tribunal acostar a reprodução do julgado

que resolveu a argüição de inconstitucionalidade.

3. A Primeira Seção, em Sessão datada de 12/03/2003, no EREsp

189.052/SP, concluiu que, em se tratando de créditos advindos de

recolhimento de contribuição declarada inconstitucional pela Suprema

Corte, fica afastada a limitação estabelecida pelas Leis 9.032 e 9.129,

ambas de 1995. E isto porque, com a declaração de inconstitucionalidade,

surge o direito à restituição in totum ante à ineficácia plena

da lei que instituiu o tributo.

4. Precedente do STF (RE 254.459/SC – rel. Min. Ilmar Galvão) que

não têm o condão de alterar a jurisprudência do STJ porquanto

analisada a questão apenas sob o ângulo da inexistência de direito

adquirido a regime jurídico, não tendo a Suprema Corte emitido juízo

de valor sobre o entendimento do STJ de que a declaração de inconstitucionalidade

em sede de controle concentrado expunge do ordenamento

jurídico o diploma legal que veiculou a instituição do

tributo questionado, o qual, em razão de ser incompatível com norma

constitucional, deve ser restituído in totum ao contribuinte.

5. Inexistindo declaração de inconstitucionalidade das Leis 9.032/95 e

9.129/95, não se pode falar em inobservância ao art. 97 da CF/88.

6. A discussão em torno de questão de índole constitucional deve ser

realizada na via apropriada, descabendo ao STJ pronunciar-se sobre

os princípios e dispositivos constitucionais invocados.

7. Incide o óbice da Súmula 7/STJ quanto à pretensão de se eminar

a ocorrência ou não da sucumbência recíproca.

8. Agravos regimentais não providos.

ACÓRDÃO

___________________

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal
de Justiça “A Turma, por unanimidade, negou provimento a
ambos os agravos regimentais, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(
a)-Relator(a).” Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Castro
Meira (Presidente), Humberto Martins e Herman Benjamin votaram
com a Sra. Ministra Relatora.
Brasília (DF), 16 de outubro de 2007 (Data do Julgamento)

Como citar e referenciar este artigo:
JURISPRUDÊNCIAS,. STJ, AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 724.320 – SP, Relator Ministra Eliana Calmon , Julgado em 10/30/2007. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/jurisprudencias/stj/stj-agrg-no-recurso-especial-no-724-320-sp-relator-ministra-eliana-calmon-julgado-em-10-30-2007/ Acesso em: 25 jun. 2025