Segundo o Ibope, sim, sentimo-nos escravos do tempo e muitos, gostariam até de comprar mais tempo.
No universo dos negócios, isto se aflora com facilidade, uma vez que o tempo parece escasso para tantas decisões, oportunidades, reuniões e principalmente comunicação, seja pessoal, email ou telefone.
Vejamos os resultados do Ibope:
Você se sente escravo do tempo? Gostaria que o dia tivesse mais que 24 horas? Compraria mais horas para o seu dia? Para 35% dos brasileiros a resposta é sim e o resultado é ainda mais crítico entre os homens na faixa etária entre 35 e 64 anos, que estão menos satisfeitos com a forma que gastam o seu tempo. O resultado compõe um levantamento inédito realizado pelo IBOPE Inteligência, que analisou pela primeira vez como os brasileiros fazem uso e se relacionam com o tempo, a partir de uma visão 360 graus (quantitativa e qualitativa) de um tema que interfere em todas as dimensões da vida humana.
“Com base na intimidade que temos com o comportamento dos brasileiros, queremos ajudar nossos clientes a desenvolver relações cada vez mais proveitosas e sustentáveis com seus consumidores, cidadãos e sociedade em geral, e essa pesquisa sobre o tempo é uma das nossas iniciativas nesse sentido”, diz Silvia Cervellini, diretora executiva de negócios do IBOPE Inteligência.
A pesquisa integrou diversas abordagens qualitativas e quantitativas e constatou que as dimensões de passado, presente e futuro se sobrepõem, identificando uma lógica “presentista”, que reforça a teoria do filósofo francês Gilles Lipovetsky sobre o tema.Por meio do painel online CONECTAí, foram propostas dez situações do dia a dia para que os internautas brasileiros fizessem escolhas entre diferentes experiências – atendimento humano ou eletrônico, ambiente, experimentação de produto, aconselhamento, marca reconhecida etc. – e os tempos gastos para cada situação. Um padrão ficou evidente: a tão falada escassez de tempo é relativa.
Entre os resultados, foi observado que as mulheres se dispõem a gastar até 50 minutos a mais para ter a experiência da aplicação da maquiagem por uma profissional em loja especializada, mas só 10 minutos a mais se puderem apenas experimentar elas mesmas a maquiagem na loja. No caso de exame médico preventivo de baixa complexidade em um laboratório, homens e mulheres gastariam até 1h10min a mais para fazer em laboratório conhecido e bem recomendado, ao invés de um laboratório muito próximo e eficiente, mas desconhecido.
Em relação à alimentação fora de casa, sozinho, em um dia útil, brasileiros gastam até 1h a mais para ter “comida caseira”. E quando vão fazer uma refeição com a família ou amigos no final de semana, a tendência é se permitirem gastar até 2h a mais (além das 2h básicas esperadas) se o local tiver diversão/distração/mordomia para crianças, mesmo entre quem não tem filhos.E o “cineminha” com filhos, amigos ou companheiro no final de semana? Para assistir ao filme no shopping que já costumam frequentar, podem gastar até 1h40 a mais, ao invés de irem a um cinema de rua ou um shopping center bem próximo, mas que não costumam frequentar.
As marcas que ficam na memória
A pesquisa nacional domiciliar consultou os brasileiros quanto às marcas e produtos do passado que gostariam de trazer para o presente, além das que eles usam hoje e querem levar para o futuro. Apenas metade dos brasileiros citam marcas que querem levar para o futuro e das mais de 500 marcas mencionadas, somente essas 17 aparecem com pelo menos 1% (em ordem alfabética): Adidas, Avon, Boticário, Brahma, Coca-Cola, Fiat, Havaianas, Natura, Nestlé, Nike, Nokia, Omo, Samsung, Skol, Sony, Volkswagen e Ypê. Todas, como se vê, fazem parte do dia a dia do brasileiro.
Brasileiros realtime
O levantamento verificou que há uma necessidade de que tudo e todos estejam disponíveis em um sistema 24X7 e simultâneo. Tudo o que seja lento ou atrasado, que represente espera, está em desacordo com o tempo pós-moderno. No entanto, o brasileiro não quer necessariamente que todas as atividades tenham um caráter instantâneo: ao contrário, quanto melhor a experiência, mais querem prolongá-la. Para unir todas essas experiências ao mesmo tempo, é preciso ter um perfil realtime.
Ainda na mostra domiciliar, as atividades do último dia útil e do último dia de folga do entrevistado foram lembradas, sendo que todos foram estimulados a falar do que tivessem feito simultaneamente. Considerando certa resistência em assumir a falta de concentração no trabalho ou no estudo, a pesquisa verificou 22% de brasileiros que declaram realizar alguma atividade simultaneamente com outra em seu dia a dia como, por exemplo, utilizar a TV e a internet juntos, TV e rádio, rádio e internet etc.
Dia típico
O estudo também analisou um dia útil típico na vida do brasileiro e descobriu que começa entre 6 e 7 da manhã e acaba por volta das 22h, incluindo cerca de 40 minutos de deslocamentos ao longo do dia. Quando questionados se e quanto pagariam por uma hora a mais no dia, apenas 1/3 dos brasileiros demonstraram interesse na compra, sendo que o valor seria, em média, R$ 50 em um dia útil. Mas os homens tenderiam a pagar R$85 por uma hora a mais em um dia de folga.
Veja a pesquisa completa aqui: http://www.ibope.com.br/pt-br/noticias/Paginas/35-dos-brasileiros-se-sentem-escravos-do-tempo.aspx
Alguns dados interessantes:
– As marcas não são transportadas para o futuro, percebem? Apenas 1%…
– As pessoas preferem comprar folga do que tempo para o trabalho.
– Todos querem 24×7 em relação a serviços.
Então, em bom português e com clareza solar:
+ Quer a sua marca no futuro e não apenas no presente? Trate de fidelizá-la, de buscar mais alternativas de inovação para estar na mente do consumidor;
+ O tempo de folga e de liberdade para pensar são importantes. Suprimir isto de quem trabalha é lhe tirar o fôlego necessário para aguentar a pressão e correria do dia a dia.
+ Esteja disponível. É o mínimo que o seu negócio necessita.
Enfim,
Perpetuar o negócio não é simples, fácil ou igualmente complexo.
É um paradoxo de liberdade e controle, de planejamento e ação e de visão de mercado e atuação inovadora.
#Pensenisto
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Article by Gustavo Rocha
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