Quando existem conflitos dentro da empresa, os gestores tem a mesma regra que os juízes devem ter: Tem que ser imparciais, ouvirem mais de um lado para compreender o que realmente aconteceu e tomar uma decisão.
Uma decisão que pode levar a mais conflitos, pode apaziguar os ânimos ou ainda pode resultar em um colaborador a menos.
Decisões que impactam o futuro dos colaboradores, da empresa e do ambiente corporativo.
E, quiçá uma das maiores dificuldades seja a de compreender que numa única situação, temos o mesmo discurso com duas ou mais possibilidades de realidades distintas.
Um exemplo disto: Leia primeiro de cima para baixo e depois de baixo para cima e perceba a diferença:
“TUDO É O OLHAR”
Não te amo mais
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis
Tenho certeza que
Nada foi em vão
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada
Não poderia dizer mais que
Alimento um grande amor
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais…
Clarice Lispector
De um lado, separação. De outro, amor.
De um lado, parece que o interesse era de uma pessoa, de outro, pode ser um interesse de cargo, um ciúmes imaturo, pode ser mais do que simplesmente um único interesse.
Nem tudo é como aparenta ser. Um gestor corporativo deve ter isto muito claro em sua mente. Se tomar decisões baseados em seu gerente, amigo, confidente ou informante, pode virar escravo destas visões e estas visões podem ser deturpadas ou conterem interesses diferentes do restante da empresa ou departamento.
Questione quando alguém lhe contar algo: O que esta pessoa tem interesse nisto? O que esta decisão pode lhe ser útil? O que impacta a minha decisão neste contexto?
Ainda em dúvida?
Use as 3 peneiras de Sócrates nesta decisão:
As Três Peneiras de Sócrates
Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:
– Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!
– Espera um momento – disse Sócrates – Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.
– Três peneiras? Que queres dizer?
– Vamos peneirar aquilo que quer me dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?
– Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.
– A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?
Envergonhado, o homem respondeu:
– Devo confessar que não.
– A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo?
– Útil? Na verdade, não.
– Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti.
Gestor, não tome decisões em opiniões de apenas uma pessoa.
Aliás, não se apresse em tomar decisões.
Analise contexto, situação, pessoas envolvidas e suas personalidades.
Pense e repense. Critique. Busque o verdadeiro porque.
Não pense que é fácil coordenar pessoas e muito menos ainda decidir sobre elas. Mas, isto faz parte da sua responsabilidade.
Não se omita, todavia, na dúvida melhor permanecer em silêncio até uma decisão correta do que apenas uma decisão por tomar uma decisão.
#Pensarnãodoi
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Artigo escrito por Gustavo Rocha
Sócio da GestãoAdvBr – Consultoria em Gestão e Tecnologia Estratégicas
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