Este texto vai para os românticos empresariais de plantão…
Sabe, aqueles que contratam pela roupa, rosto, bun… quer dizer, corpo da candidata e por aí a fora.
Sabe, aqueles que acham que a pessoa foi sempre boazinha, então nunca irá mudar…
Sabe, aqueles que pensam que a pessoa deve trabalhar por amor e não por salário.
Vamos refletir a respeito, afinal há séculos atrás Dostoiveski já tinha razão:
“Ora veja… é o que sempre acontece às pessoas românticas: enfeitam uma criatura, até o último momento, com penas de pavão, e não querem ver, nela, senão o que é bom, muito embora sentindo tudo ao contrário. Jamais querem, antecipadamente, dar às coisas o seu devido nome. Essa simples idéia lhes parece insuportável. A verdade, repelem-na com todas as forças até o momento em que aquela pessoa, engalamada por elas próprias, lhes mete um murro na cara”
Fiodor Dostoievski
Por que colocamos na organização alguém que não tem perfil com a mesma?
Só pra enfeitar/embelezar o ambiente?
E porque nos preocupamos tanto em saber detalhes da vida da pessoa se não vamos usar esta informação no contexto da empresa?
Tipo, queremos saber se os pais são separados e se tem irmãos, para deduzirmos suas possibilidades de ter problemas de trabalho com os colegas e se sabe dividir o material da empresa ou trabalhar em equipe… Contudo, ninguém se preocupa em integrar esta pessoa dentro da empresa com os valores da empresa, com a realidade da empresa, com os problemas da empresa.
Até porque muitos nem sabe que valores ou realidades são estas que estou dizendo…
E mais, ainda mais românticos são aqueles que defendem funcionários porque algum dia já trabalharam bem ou porque estão há muito tempo dentro da empresa.
Isto é romantismo puro, tipo salvar casamento porque ele já tem 30 anos… Pode ter 30 anos e ter passado muitas coisas juntos e quem sabe vão passar mais ainda, mas pode ter 30 anos e já ter passado tudo que precisava passar e está na hora de viver a vida de forma plena com a sua consciência.
Temos que aprender que devemos trabalhar pelos valores, com orgulho da marca que representamos e pelo digno salário que recebemos, mas esta história de dedicação existe enquanto ambas as partes cumprirem a sua parte, ou seja, contrato bilateral, ambas partes tem cumprir o que se comprometeram, quer dizer, de um lado, pagar em dia, ter plano de carreira, estimular, ofertar possibilidades de crescimento, etc, e de outro, trabalhar dentro do previsto no mínimo, pensar – talvez o mais difícil hoje em dia, propor algo diferente, trazer clientes e possibilidades de negócio, etc.
Ninguém é pago somente para fazer uma tarefa e ir embora no final do dia. Aliás, quem assim pensa, rapidinho será substituído por uma máquina.
O filósofo está certo: Se não vemos o que estamos contratando, como querermos depois não levar um murro na cara?
E adianta dizer que a pessoa foi mal agradecida? Obvio que não, ela não é paga para fazer favores, ela é paga para trabalhar e se trabalhou e não houve reclamações ou foi dispensada, então tudo foi conforme o combinado, pois a parte que deveria fiscalizar nada falou, se absteve de dizer a sua parte da relação.
Abaixo o romantismo empresarial!
Viva o romantismo entre as pessoas!
Abaixo contratações superficiais!
Viva contratações de caráter e perfil!
E a vida segue, as pessoas seguem e a empresa segue… Até quando?
O romantismo ou a realidade dirão.
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Artigo escrito por Gustavo Rocha
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