Gestão, Tecnologia e Qualidade para o Direito

[Opinião] Somos escretes ou escrotos?

Escrete, uma gíria do futebol que indica quem é selecionável ou não.

Escroto, algo repulsivo, ruim, indesejável.

Infelizmente vivemos em uma cultura onde ser escrete é exceção.

Não pela cultura em si ou qualidades que o povo tem. Mas, sim, porque o povo acredita que não é.

O Brasil tem recursos naturais de dar inveja.

O Brasil tem exemplos de vitórias em qualquer parte do mundo.

O Brasil tem exemplos de pessoas corretas, verdadeiras e seguidoras da lei e da ordem.

Em compensação, existe um “senso comum” que ao chamarmos o Brasil em nome de seus brasileiros, todos são da lei de Gerson, querem tirar vantagem, querem ser malandros e desonestos.

VAMOS PARAR DE GENERALIZAR.

Nem todos no Brasil são um determinado partido político, nem todos são Black Blocks e nem todos querem anarquia e emburrecimento coletivo.

Se é que existe um meio de mudar tudo que aí está sem que seja através das armas como alguns defendem, penso que o único meio é através da educação e respeito.

Respeito a quem pensa diferente, desde que exercido o pensamento dentro dos limites da lei. Quer questionar a lei? Aprende a votar direito e não no primeiro burro e pobre que diz que precisa do seu voto para sobreviver e ganhar dinheiro, pois este “coitadinho” será massa de manobra desde o primeiro dia que pisar na câmara.

Respeito as manifestações, desde que dentro dos limites da lei. A liberdade de um acaba quando começa a de outro, não podemos esquecer isto.

Respeito as decisões dos governantes, afinal, eles foram eleitos dentro de uma democracia. Não concorda com as decisões? Ajuize ações, busque seus direitos, faça manifestações, mas exerça dentro do direito.

Educação de base, ensinando mais do que a ler, mas a compreender textos, entender o que está escrito. Chega de analfabetos funcionais apenas para termos um bom IDH.

Educação crítica, ensinando que criticar ideias é normal e salutar ao desenvolvimento, ao passo que o único criticar que é para o lado ruim é as pessoas em sua existência. A pessoa, enquanto ser humano pensante e livre de suas ideias, deve ser criticada para crescer e aprender. A evolução não vem de uma única opinião correta.

Educação permanente, ou seja, não significa ficar passando as pessoas de séries para outras séries, mas educar a pensar, a criticar, a ver o mundo de uma forma diferente em cada evolução da idade que o ser humano vá avançando.

O direito e as leis – por mais tortas que muitas vezes possam ser – são a nossa segurança contra um estado absolutista, de poucos reis e muitos escravos – embora o fato de trabalharmos metade do ano para pagar impostos a um estado que é totalmente ineficiente seja bem parecido com a ideia de reis e escravos – onde as decisões vem da cabeça de uns e todo resto tem que obedecer.

Estamos precisando cada vez mais da advocacia. Não para defender vagabundos, mas para defender o cidadão de bem, o cidadão que trabalha e paga impostos, o cidadão que ainda acredita em um Brasil vencedor e de oportunidades e não um Brasil oportunista.

Advogado, seu papel é muito maior que apenas peticionar e ir ao fórum.

Seu papel é de ser líder e buscar socialmente o melhor para todos nós, afinal, o advogado é indispensável a administração da justiça.

Uma justiça e paz social que temos que buscar a todo custo dentro da legalidade, da verdade, de uma consciência de que o Brasil pode ser melhor porque podemos nós podemos ser melhores.

Precisamos da advocacia que defenda os excessos do Estado, mas igualmente cobre com veemência quem desrespeita a ordem e a democracia.

Nada irá mudar se continuarmos a culpar os outros sem pensar na nossa responsabilidade.

Podemos não ser um black block, mas se iludimos naquilo que fizemos, se queremos ganhar lugar na fila, se achamos certo ter um jeitinho pra coisas do dia a dia, estamos depredando a sociedade de igual forma a quem destrói patrimônio público ou privado, pois o patrimônio é da sociedade e não dos desordeiros.

Se não nos unirmos em ideais de justiça e legalidade, daqui a pouco defenderemos a anarquia – qualquer um defendendo o que acredita, sem nenhuma lei ou ordem – e voltaremos a caça as bruxas no tempo.

Queremos evoluir?

Vamos aprender nosso valor como brasileiro que somos, vamos deixar aqueles que são escrotos fora da nossa realidade, usando como a principal arma o nosso exemplo, educação e respeito.

Se queremos ser escrete ao invés de escroto, devemos ser primeiro melhor nós mesmos para depois evoluir como um time.

#TenhoDito #ProntoFalei

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Article by Gustavo Rocha

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Como citar e referenciar este artigo:
ROCHA, Gustavo. [Opinião] Somos escretes ou escrotos?. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2014. Disponível em: https://investidura.com.br/colunas/gestao-tecnologia-e-qualidade-para-o-direito/opiniao-somos-escretes-ou-escrotos/ Acesso em: 18 out. 2024