Quando você fez a primeira petição na sua vida, você prestou atenção como nunca, não é mesmo? Poderia ter sido uma petição de juntada, mas se desse mole tinha até jurisprudência para se tornar “a” petição de juntada.
Somos assim, quando fizemos pelas primeiras vezes, nossa atenção é redobrada. Depois, vamos criando hábito, rotinas e começamos a não cuidar tanto como das primeiras vezes.
Algo que é normal, diga-se de passagem, tanto que o brocardo popular dita: Vassoura nova é que varre bem.
Luiz Carlos Lisboa nos brinda no seu livro a Arte do Silêncio com um texto singular sobre o tema:
Olhar como da primeira vez
Os lugares que frequentamos e as pessoas que estão à nossa volta vão ficando invisíveis com o passar do tempo. Aos poucos, nossa atenção encontra novos alvos e a paisagem some, como somem os rostos e a realidade particular de cada um, até que não reste quase nada. E, no entanto, estão todos vivos a nosso lado, e o sol se põe de um modo que um dia nos pareceu tão bonito, e aquela mulher canta de um jeito que antes nos fascinava tanto. Esse mundo querido ficou invisível para nós porque nos acostumamos com ele – e acostumar-se quer dizer não mais notar, não ouvir e talvez amar um pouco menos. Mas toda a beleza perdida aparece outra vez quando abrimos os olhos e vemos tudo de novo – como da primeira vez.
(Luiz Carlos Lisboa, “O som do silêncio”, Editora Verus, página 79)
Não podemos perder o brilho, a poesia do direito.
Responda: Por que você fez esta faculdade? O que mudou desde que você iniciou a trabalhar? O que você tem feito para manter seus ideais e verdades?
Somos resultados de nossas escolhas. Se estamos escolhendo errado, o resultado será errado.
Lembre-se que resultado financeiro é consequência, portanto, a causa deve ser o sonho, o projeto, o desejo de estar vivo e labutar no que você faz.
O resto é o resto.
Permita-se hoje fazer algo novo ou igual a quando foi a primeira vez.
Afinal: Quando foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?
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Artigo escrito por Gustavo Rocha
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