Recebi o e-mail abaixo enviado por um amigo. O autor do mesmo é anônimo e o teor do mesmo pode dar a impressão de que se trata de uma dessas mensagens
fajutas postadas na Internet.
No entanto, o que me leva a crer que ela seja procedente é o fato de seu autor, embora optando pelo anonimato, fornecer referências dos documentos
oficiais, podendo ser checadas por qualquer um. Não seria isto ao menos um indício a favor da seriedade da mensagem?
Mas ainda que as referências sejam falsas e improcedentes, diante do atual estado de coisas, da corrupção e dos desmandos que assolam o país, tudo que
temos a dizer sobre a mencionada mensagem é que se non è vera, è ben’ trovata (Pode não ser verdadeira, mas é muito bem bolada).
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Você sabe o que é o auxílio-reclusão? Todo presidiário com filhos tem direito a uma bolsa que, a partir de 1/1/2010 é de R$798,30 por filho para
sustentar a família, já que o coitadinho não pode trabalhar para sustentar os filhos por estar preso. Mais que um salário mínimo que muita gente por aí
rala pra conseguir e manter uma família inteira.
Ou seja, (falando agora no popular pra ser entendido) Bandido com 5 filhos, além de comandar o crime de dentro das prisões, comer e beber nas costas de
quem trabalha e/ou paga impostos, ainda tem direito a receber auxílio reclusão de R$3.991,50 da Previdência Social.
Qual pai de família com 5 filhos recebe um salário suado igual ou mesmo um aposentado que trabalhou e contribuiu a vida inteira e ainda tem que se
submeter ao fator previdenciário?
Mesmo que seja um auxílio temporário, prisão não é colônia de férias. Isto é um incentivo à criminalidade. Que políticos e que governo é esse?????
Não acredita? Confira no site da Previdência Social. Portaria nº 48, de 12/2/2009, do INSS
http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=22
Pergunto-lhes:
1. Vale a pena estudar e ter uma profissão?
2. Trabalhar 30 dias para receber salário mínimo de R$545,00, fazer malabarismo com orçamento pra manter a família?
3. Viver endividado com prestações da TV, do celular ou do carro que você não pode ostentar pra não ser assaltado?
4. Viver recluso atrás das grades de sua casa?
5. Por acaso os filhos do sujeito que foi morto pelo coitadinho que está preso, recebe uma bolsa de R$798,30 para seu sustento?
6. Já viu algum defensor dos direitos humanos defendendo esta bolsa para os filhos das vítimas?
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Supondo que a referida mensagem seja procedente e que não seja uma falsificação, que dizer diante dessa grande aberração?
Presídios superlotados, presidiários em condições degradantes, carcereiros corruptos, etc. E o que fazem nossos governantes? Reformam os presídios?
Constroem novos para abrigar um número crescente de presidiários? Não, porque isto não rende votos.
Por outro lado, parece que, ao invés de construir novos presídios, procuram esvaziar os mesmos pela redução de penas, prisão domiciliar, saídas no Dia
das Mães e no Natal, etc, quase sempre sem o retorno dos detentos.
E com essa excrescência do auxílio-reclusão torna o crime uma atividade de trabalho mais compensadora do que qualquer atividade profissional digna e
honesta de operários nas fábricas, atendentes no comércio, etc., podendo o criminoso ganhar até quatro ou cinco vezes mais.
Isto é um estímulo à criminalidade e uma inibição do trabalho duro e honesto: um atentado à meritocracia semelhante ao sistema de cotas nas
universidades, que alguns querem estender ao Itamaraty e até a diversos cargos no funcionalismo público.
Este país perdeu totalmente o senso de decência e está invertendo todos os valores! Desse modo, é inevitável a marcha da vaca para o brejo!
* Doutor em Filosofia pela UFRJ. Professor Adjunto IV do Depto. de Filosofia da UFRJ. Ex-Pesquisador do CNPq. Ex-Membro do ILTC [Instituto de Lógica,
Filosofia e Teoria da Ciência], da SBEC [Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos]. Membro Fundador da Sociedade Brasileira de Análise Filosófica.
Autor de Problemas de Filosofia da Linguagem (EDUFF, Niterói, 1985); O Dizível e O Indizível (Papirus, Campinas, 1989); Ética Mínima Para Homens
Práticos (Instituto Liberal, Rio de Janeiro, 1995). O Problema da Ficção na Filosofia Analítica (Editora UEL, Londrina, 1999). Ceticismo ou Senso
Comum? (EDIPUCRS, Porto Alegre, 1999). Deus Existe? Uma Investigação Filosófica. (Editora UEL, Londrina, 2000) . Liberdade ou Igualdade? ( EDIPUCRS,
Porto Alegre, 2002). Co-autor de Significado, Verdade e Ação (EDUF, Niterói, 1985); Paradigmas Filosóficos da Atualidade (Papirus, Campinas, 1989); O
Século XX: O Nascimento da Ciência Contemporânea (Ed. CLE-UNICAMP, 1994); Saber, Verdade e Impasse (Nau, Rio de Janeiro, 1995; A Filosofia Analítica no
Brasil (Papirus, 1995); Pré-Socráticos: A Invenção da Filosofia (Papirus, 2000) Já apresentou 71 comunicações em encontros acadêmicos e publicou 46
artigos. Atualmente tem escrito regularmente artigos para www.parlata.com.br,www.rplib.com.br , www.avozdocidadao.com.br e para www.cieep.org.br , do
qual é membro do conselho editorial.