Política

Política Externa do Governo Juscelino Kubitschek – Operação Pan-Americana

 Por Camila Fernanda Batalha*

Thiago Silva Duarte**

 

Resumo

 

O objetivo do artigo em questão é empreender uma análise sintética e coerente dos fundamentos da política externa brasileira durante o mandato do presidente Juscelino Kubitschek. A análise de cartas trocadas entre JK e a Casa Branca, de reportagens da revista TIME e de discursos pronunciados pelo presidente, foi a ferramenta utilizada para compreender de que maneira a Operação Pan-Americana serviu como pano de fundo do alinhamento norte-americano e para a fuga do subdesenvolvimento.

 

Palavras – chave

 

Política Externa; Subdesenvolvimento; Crescimento Econômico; Guerra Fria.

 

 

                1. Introdução: Antecedentes do Governo JK

 

Após o término da II Guerra Mundial, no decorrer da qual o Brasil consolidou um alinhamento em relação à política de poder empreendida pelos Estados Unidos da América, o país sul-americano parecia automaticamente atrelado aos EUA, como que do estabelecimento de uma adesão tácita, sem a necessidade do firmamento de demais acordos de colaboração. Tal situação permaneceu inalterada entre 1946-1951, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, o qual registra uma relativa passividade perante as decisões impostas pela nação norte-americana. A essência de tal mandato foi de reativar a velha “aliança privilegiada” que caracterizava o vínculo já estabelecido, inovando-a com outros artifícios econômicos que estivessem ao alcance do país.

 

É fato que a transição entre as décadas de 1940 e 1950 assinalou um estímulo crescente à industrialização e à urbanização, o que culminou no desejo de afirmação nacional de uma classe média burguesa engajada no projeto de desenvolvimento há muito arquitetado. Em contrapartida, os anseios das demais camadas sociais, oriundas do ambiente rural e do operariado urbano, suscitavam conflitos sociais. A guerra fria assumiu, no Brasil, feições particulares, como as greves simultâneas de trabalhadores, passeatas de estudantes, e outras manifestações que assinalavam a possibilidade de uma revolta declarada.

 

Foi a partir de semelhante contexto que Getúlio Vargas, de volta ao poder em janeiro de 1951, procurou implantar pragmaticamente uma empreitada nacionalista, fundamentada na substituição das importações cuja realização aconteceria por meio do incremento da indústria de base. Para tanto, o capital externo adquiria importância crucial, o que só seria alcançado por meio de um intenso processo de cooperação para com a potência capitalista da época, os EUA. Como segundo objetivo, estava a lógica geopolítica brasileira de procurar suplantar o descaso estadunidense para com o país. Entretanto, com o fim do governo Vargas, a ascendência de conservadores ao governo serviu de impulso a uma política externa independente, que foi rapidamente interrompida pelas ações diplomáticas do presidente Café Filho, que muito se assemelhou às decisões da época de Dutra. Café Filho, cujo mandato foi vigente entre 1954 a 1958 engendrou uma abertura econômica completa, no lugar de privilegiar o desenvolvimento nacional. E da mesma forma agiram os dois presidentes subseqüentes, Carlos Luz e Nereu Ramos, que principalmente pela efemeridade dos mandatos, foram incapazes de redirecionar as vertentes da política externa assumida pelo Brasil.

 

               

2.1. Panorama interno do Governo Juscelino Kubitschek

 

                Juscelino Kubitschek foi eleito por uma coligação de PSD e PTB, partido que elegeu seu vice, João Goulart. Apesar de a eleição ter sido foco de contestações, a chapa conquistou a opinião popular com o Plano de Metas, que abarcava desde a realização de obras estruturais e a idéia nunca antes imaginada que era a construção de Brasília. A posse foi garantida por um golpe preventivo arquitetado pelo General Lott, em 11 de Novembro de 1955, o qual alegou prenuncia à legalidade constitucional.

 

                É inegável que JK incorporou à sua personalidade política o espírito otimista e criador que apresentava na esfera privada. A suposição dos “50 anos de crescimento em 5” foi a alavanca de um presidente conhecido por ousar transgredir a vocação agrícola brasileira simultaneamente ao período em que, no térreo político, procurava efetivar a existência de uma democracia ainda não experimentada na história do país, tanto que JK foi o primeiro presidente, desde 1930, que entregou o mandato no dia prescrito pela Constituição. Contudo, é evidente que tal proposta estava vinculada a uma sociedade notadamente oligárquica, militarista e elitista.

 

                Foi JK que cunhou a expressão “desenvolvimento”, criando a ilusão de que os frutos de tamanho avanço seriam acessíveis à população por completo. Ao propor a criação de um “novo Brasil” o presidente e sua equipe instigaram a massa popular a participar da quebra dos modelos então propostos. É fato que tal ideologia fundamentou o discurso de poder cuja preocupação era adensar a massa em um projeto antagônico às revoltas de cunho social que ainda eclodiam em diversos grupos que se encontravam à margem do projeto estatal central.

 

                Ainda é relevante assinalar que mesmo que JK tenha se preocupado em executar suas propostas com um processo racional de planejamento, o aumento da dívida pública interna e da inflação são, reconhecidamente, as evidências de que o mandato apresentou certas lacunas que eclodiram em governos posteriores.

 

 

2.2. A Política Externa do Governo JK

 

                Foi com as palavras: “Sou um conservador, e quero renovar nossa amizade” que o Presidente eleito Juscelino Kubitschek fez seu primeiro contato com a Casa Branca. Os objetivos de JK eram nítidos: atrair o maior número possível de investimentos externos, o que só seria viável a partir de uma abertura integral da economia nacional ao espaço macroeconômico internacional. O setor privado estrangeiro, as organizações internacionais e os governos dispostos à cooperação foram alçados à condição de integrantes essenciais do novo aparelhamento econômico brasileiro. Paralelamente, JK procurou fortalecer os setores produtores de bens de consumo duráveis voltados para as classes média e alta, para assim restabelecer o propósito fundamental de impulsionar a industrialização.

 

                Em suma, nos dois primeiro anos de governo, o Brasil prosseguiu na política de alinhamento automático em relação aos Estados Unidos da América, o que foi alcançado, pois pela primeira vez no período pós-guerra a Europa Ocidental fazia parte do quadro de países colaboradores. Desta forma, era possível ao país ampliar a trama de negócios sem que para isso fosse necessário entrar em confronto com os EUA.

 

                Cabe então, elencar alguns acontecimentos internacionais que muito influíram no contexto político interno. A criação da Comunidade Econômica Européia, em 1957, inevitavelmente ocasionou uma segregação no cenário global, que aliado ao desequilíbrio social e política dos países latino-americanos, alguns dos quais já apresentavam governos de vertentes claramente ditatoriais, converteu o Brasil em uma espécie de articulador de acordos de colaboração. Também a reeleição do presidente republicano Dwight D. Eisenhower, cuja frágil saúde colocou a nação estadunidense em estado de alerta, e as pressões do Fundo Monetário Internacional que cobrava do Brasil e das demais nações latinas uma posição acerca dos empréstimos constantemente solicitados. Não obstante, a partir de 1958, à semelhança de Getúlio Vargas, JK ampliou o discurso nacionalista, a partir do qual brotaram os primeiros fundamentos da Operação Pan-Americana.

 

                A respeito da Guerra Fria, que a partir da segunda metade da década de 1950 adquiriu novas características, sendo que a principal foi a existência da “coexistência pacífica”, esta foi uma fase em que apesar do contínuo confronto entre os Estados Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, ambas aparentavam estar conscientes de que um conflito físico seria excessivamente destrutivo para o planeta como um todo. Foi após a morte de Joseph Stalin, com ascensão de Nikita Krushev, que asseverou duas mudanças para a guerra: 1) a sensível e crescente liberalização interna na URSS E 2) o deslocamento dos focos da Guerra de puramente militar para os âmbitos cultural e econômico. Também se faz necessário lembrar da descolonização afro-asiática, que proporcionou o surgimento de uma gama de novos países. No globo, então, as nações se dividiam entre aquelas que fossem capitalistas, conhecidas como de Primeiro Mundo, as socialistas, chamadas de Segundo Mundo, e estas novas ex-colônias excluídas, que passaram a constituir o grupo reconhecido como Terceiro Mundo. O Brasil, dada a sua história, assim como os demais países da América Latina, fazia parte da última categoria, ainda que almejasse integrar o primeiro grupo.

 

 

                3.1. A concepção da Operação Pan-Americana

 

                Ainda que os países da América Latina fossem tradicionalmente aliados dos Estados Unidos da América desde o final da II Guerra Mundial, foi a esfera econômica que despertou uma série de desentendimentos entre a potência hegemônica e os países do Sul. Por enfrentaram conflitos sociais, dada a falta de capacidade de atender a carência da população, tais nações creditavam aos EUA as esperanças de alguma espécie de ajuda. Washington, por outro lado, preferia investir recursos públicos em áreas de maior influência – Europa e Ásia – atribuindo aos governantes locais a responsabilidade pela adoção de políticas consistentes de desenvolvimento, que priorizassem, inclusive, a abertura aos investimentos privados.

 

                Em 1958, o estopim: o vice-presidente dos EUA, Richard Nixon em visita a alguns países da América Latina, como Peru e Venezuela, enfrentou uma série de manifestações públicas de aceitação popular, que afrontavam a suposta supremacia norte-americana a expunham os anseios por ajuda. De fato, era a oportunidade que Juscelino Kubitscheck esperava para assumir o controle de uma intervenção na situação que passava a se tornar crônica. Endereçou, em Maio de 1958, uma carta ao presidente dos Estados Unidos da América, Dwight D. Eisenhower, em seu nome e em nome do povo brasileiro. JK iniciou elogiando a atitude do vice-presidente Richard Nixon e demonstrando as suas condolências pela situação sofrida pelo mesmo, afirmando que foram frutos de uma minoria populacional. No entanto, na continuidade da carta, procurou expor a fragilidade das relações interamericanas, e de que maneira os países do bloco soviético poderiam utilizar a mesma para enfraquecer tanto os EUA quanto a noção de democracia. O presidente brasileiro procurou se mostrar inteiramente aberto às idéias que Eisenhower pudesse ter, procurando questionar quais seriam os motivos que levavam os governos ao descaso quanto à situação decorrente. Enfim, JK propôs que ambos realizassem o que chamou de um “exame de consciência”, e agradeceu antecipadamente a compreensão do presidente norte-americano.

 

                É possível concluir que foi desta forma que se edificaram os primeiro pilares da Operação Pan-Americana (OPA). Em suma, o objetivo da mesma era de que os EUA assumissem um compromisso de cooperação para a erradicação do subdesenvolvimento na América Latina. A lógica era de que, atraindo as atenções do país para os países latino-americanos, seria possível obter maiores créditos no sistema político, o que acarretaria a adesão de Washington a um bloco multilateral empenhado na fuga do subdesenvolvimento. É possível elencar alguns dos artifícios para os quais a OPA concretizaria tamanho fim: a) introduzir investimentos financeiros nas regiões mais carentes do continente; b) proporcionar assistência técnica para maximizar a produtividade e a implementação dos investimentos realizados; c) conservar os preços das commodities comercializadas pela América Latina; d) promover a liberalização institucional internacional; e) procurar a constante ampliação da pauta de recursos disponíveis. Dois fatores, ainda assim, são determinantes na compreensão da OPA: a preferência por capitais públicos e a busca pela multilateralização, a fim de incluir todas as nações da região no projeto, dada a sua magnitude.

 

´             Não se pode, contudo, dissociar a realização da OPA do contexto interno brasileiro. Juscelino Kubitscheck dificilmente teria desempenhado o papel que assumiu sem que essa não fosse uma luta que já exercia na esfera nacional. A complexidade da análise reside no fato de não se tratar de um simples alinhamento político na época da Guerra Fria, mas sim da procura do presidente de um país para vincular em um mesmo conjunto países de naturezas tão distintas. O subdesenvolvimento passou a ser um fator de risco para a segurança do continente, o qual dependia de certa forma, da cooperação de todo o hemisfério ocidental para que fosse possível transformar tamanhos esforços em progresso.

 

 

                3.2. A continuidade das negociações

 

                Nove dias após o envio da carta para a Casa Branca, O presidente Eisenhower teve acesso ao conteúdo da mesma, e a respondeu, expressando seu interesse pelo tema, e a importância que o governo norte-americano procurava dar ao mesmo. Propôs, inclusive, que os governos entrassem em contato imediato entre si e também para com os outros membros do que convencionou chamar de membros da comunidade pan-americana. Eisenhower fez questão de ressaltar a amplitude de temas que deveriam ser discutidos para que a operação fosse devidamente posta em prática e destinou vias diplomáticas ordinárias cujo objetivo fosse captar as primeiras questões levantadas pelo Brasil.

 

                JK recebeu também outra carta, remetida por um membro não identificado do corpo diplomático norte-americano, felicitando-o pela repercussão que a iniciativa teve na imprensa do país. Segundo o autor, a repercussão na mídia foi “abundante e favorável”, tendo citado alguns meios de circulação, como a revista “Newsweek”, “Washigton Post”, “The Daily News”, “Herald Tribune”, “The Christian Science Monitor” e, principalmente, “The New York Times” e “TIME” dentre os quais realizaram a cobertura e a análise da carta enviada pelo presidente brasileiro à Washigton. Dentre outros assuntos referentes à diplomacia brasileira, o autor da carta procurou determinar a maneira pela qual ocorreriam os encontros entre os representantes diplomáticos dos países, em prol de que todos expusessem suas demandas e passassem a agir em consonância com um objetivo comum.

 

                Porém, as decisões concernentes ao encaminhamento da OPA, mais especificamente no Brasil, se encontram detalhadas nos discursos proferidos por JK, e é sobre este aspecto que se destina a próxima seção.

 

 

                3.3. Discursos de Juscelino Kubitscheck sobre a Operação Pan-Americana

 

                Menos de um mês depois do primeiro contato estabelecido, no dia 20 de junho de 1958, Juscelino Kubitschek discursava na Embaixada Brasileira, em Washigton D.C. JK começou afirmando ter chegado a hora do Brasil posicionar-se definitivamente a respeito da conjuntura criada pelas duas potências hegemônicas, EUA e URSS. Segundo o presidente, o alheiamente nacional poderia trazer conseqüências danosas, que deveriam obstar o crescimento econômico que o país empenhava-se em construir. O Brasil já teria alcançado um patamar em que estava mais do que capacitado para responder sobre os seus atos e, assim como os outros países do continente, igualmente capaz de participar dinamicamente dos problemas da ordem mundial.

 

Especificamente sobre a OPA, Juscelino fez questão de ressaltar que o país não tinha nenhuma ambição particular para o estabelecimento da mesma: para o presidente a operação não deveria se tornar uma competição por prestígio, mas sim uma atitude colaborativa. Ao lembrar dos resultados da II Guerra Mundial, ressaltou as perdas sofridas pelos EUA e destacou a situação precária que se estabeleceu na América Latina, o que seria mais uma causa do subdesenvolvimento regional.

 

JK mostrou-se extremamente solidário às propostas do Presidente Eisenhower, dada a predisposição que ambos tinham de implantar a OPA o mais rápido que fosse possível. A ferramenta seria intensificar o investimento pioneiro em áreas economicamente atrasadas, uma forma de equilibrar as carências regionais por investimentos públicos e privados internos. Contudo, o foco deveria ser sempre a adoção de políticas práticas, eficazes e positivas.  O presidente fazia questão de continuar exaltando os valores de justiça e moral, pois só assim, de acordo com a sua opinião a defesa das Américas e a sobrevivência da causa ocidental permaneceriam asseguradas. Não haveria missão mais honrosa do que a que estava por vir, ainda mais pela necessidade de se aglomerarem nações de naturezas tão distintas em prol de um único objetivo, o que JK assumia ser impossível.

 

O Presidente manteve o mesmo teor aplicado e otimista no discurso que fez de apresentação da OPA para as Forças Armadas, no Palácio do Itamaraty, em julho de 1958. Porém, por ser um pronunciamento direcionado a um segmento específico do povo brasileiro, assumiu, inevitavelmente, um caráter mais nacionalista e consciente. O objetivo de JK era deixar todos os líderes militares a par da situação que iriam perpassar, de modo a sanar as dúvidas e corroborar a posição assumida pelo Brasil de permanecer ao lado e sob a relativa proteção dos EUA. Ainda que considerasse o perigo de uma guerra total ultrapassado, era fundamental que o Ocidente se apresentasse como um conjunto de nações solidamente estruturadas, que desfrutassem de uma sadia infra-estrutura política e econômica.

 

A coexistência de nações tão díspares economicamente era fruto de causas múltiplas e complexas, e a solução de algumas dessas falhas seria de responsabilidade norte-americana. O presidente continuou seu discurso fazendo uma breve retrospectiva de alguns fatos recentes que evidenciavam a veracidade da opinião que havia apresentado até então e informando o conteúdo completo da carta que havia enviado ao presidente Eisenhower.

 

Depois de tamanha exaltação, JK demonstrou a incerteza acerca dos rumos que a OPA iria tomar, já que prevê-los seria uma atitude irresponsável. Dependia, principalmente, da opinião unânime do continente, ressaltando que o vínculo que os ligava aos EUA não era apenas econômico, e que, desta forma, não deveriam considerar tamanha empreitada como filantropia da nação hegemônica, mas sim uma postura correlata. Juscelino manifestou a formação de uma equipe de diplomatas e estudiosos que já estava se dedicando na formulação de idéia que solucionassem o problema do subdesenvolvimento.

 

Para finalizar, o presidente dissertou sobre o que acreditava ser a melhor relação que o Brasil poderia ter face aos Estados Unidos da América. Os laços deveriam ser indestrutíveis, pois isso seria uma garantia de que o futuro reservava surpresas agradáveis tanto para as vias econômicas, quanto para a seguridade nacional, fato que ressaltou, haja vista estar se reportando aos representantes das Forças Armadas. Nas palavras do presidente, a situação exigia um trabalho exaustivo e intenso, reforçado pela crença de que a OPA seria mais do que uma oportunidade, mas sim um caminho. Encerrou o seu pronunciamento interligando os ideais de crescimento e de prosperidade: o que pode ser encarado como uma maneira de resumir toda a política externa do seu mandato.

 

 

                3.4. Entrevista de Juscelino Kubitscheck  sobre a Operação Pan-Americana

 

                Em entrevista do Presidente brasileiro ao New York Times em 6 de Julho de 1958, o mesmo explicou sobre a sua iniciativa do pan-americanismo, que só faz sentido se for expressa por unanimidade, pois em comum os países latino americanos apresentam de diversas maneiras problemas relacionados ao sub-desenvolvimento e para enfrentar esses males seria necessário uma solução conjunta de forma à salvar o panamericanismo.

 

                Juscelino, arguiu sobre a alusão ao Plano Marshall, que seria meramente de caráter ilustrativo, não que deveria haver um Plano idêntico para as Américas, mas que era notável que quando há um grande problema como foi a destruição provocada pela Segunda Guerra, o interesso mútuo, carregado de determinação e criatividade, podem estabelecer medidas tão grandiosas para a resolução do problema e com essas características deveriam seguir nesse sentido na dissolução do sub-desenvolvimento da América Latina.

 

                Quando questionado se os corretivos apontados no seu discurso seriam um plano para o desenvolvimento do continente americano, Juscelino discorre sobre a necessidade de oxigenação dos programas de cooperação inter-americana mediante à adequação dos órgão e entidades às necessidades da luta contra o sub-desenvolvimento, sendo de interesse comum à todos os países do continente seja qual for o estágio evolutivo de cada um.

 

                O Presidente brasileiro explicou também sobre a revisão da idéia pan-americana, frente à conjuntura da época, alegando que a idéia seria uma construção quase perfeita nos aspectos políticos e jurídicos, pecando nas questões econômicas. Sendo preciso observar literalmente a realidade para combater os males existentes na América Latina, considerada por Kubitschek o elo mais fraco da coligação ocidental perante ao avanço da União Soviética.

 

                Por último,  Juscelino, respondeu referente à Reunião Interamericana do mais alto nível a ser realizada, que seja qual nível ou lugar for, seria importante ter contato com os problemas existentes e ismiuçá-los, mesmo que de modo informal com vistas nos estudos de um programa comum, num preparo para uma futura reunião de grande porte. Desse modo, o Presidente do Brasil, afirma que a proposta brasileira não é um plano específico, mas a promoção do debate do grande problema.

 

 

                4. Repercussão na mídia.

 

                Em Agosto de 1958, o Secretário de Estado do Governo Norte-americano, John Foster Dulles, visitou o Brasil, sendo a matéria “Famous Friends” coberta pelo jornal Times, que publicou no dia 18 do mesmo mês os acontecimentos. O Diário Carioca, noticiou na época a importancia da visita, evidenciando que o evento provava que os Estados Unidos da América não negligenciavam a América Latina.

 

                A visita foi uma resposta ao Presidente Juscelino Kubitschek que escreveu ao Presidente Norte-americano, Eisenhower, sugerindo um encontro propondo a Operação Pan-Americana como uma forma de fortalecer as relações entre os países do continente americano por meio de um plano de desenvolvimento econômico. Dulles, durante o vôo ao Brasil, leu a propsota de JK além de matéria referente a recepção da visita por parte dos governistas e oposicionistas, sendo esperado inclusive barricadas impedindo a passagem do Secretário de Estado. Porém, somente houve 200 pessoas em favor da visita com faixas de apoio e batendo palmas no lado de fora da embaixada dos Estados Unidos.

 

                Os principais pontos da Operação proposta por JK eram: um enfático reestabelecimento da unidade pan-americana, com importância devida à América Latina por parte dos Estados Unidos, com ênfase na liberdade; e um programa de 10 anos, coordenado por uma agência central, com a finalidade de desenvolver a produtividade e os padrões de vida da América Latina, além de impor barreiras à influência comunista. Sendo que a reunião bilateral não tinha o intuito de lançar a operação, sendo do interesse de JK lançar uma conferência presidencial das Américas, para se debater e amadurecer a Operação, e dessa forma, com o acordo entre as outras 19 repúblicas das Américas, montar um grupo de trabalho para seguir com o projeto e outras reuniões presidenciais.

 

                Em uma semana após a visita de Dulles, o Export-Import Bank dos Estados Unidos anunciou um crédito de 100 milhões de dólares para o Banco do Brasil, além de 58 milhões de dólares por parte de un consórcio de bancos privados norte-americanos.

 

                No Times de 30 de junho de 1958, “THE AMERICAS: Operation Pan American” reporta sobre a chamada do presidente Juscelino Kubitschek para uma reunião com as autoridades das Américas com o fim de que promovesse a Operação Pan-American, um Plano Marshall para as Américas.

 

                O argumento de JK era que a América Latina se encontrava numa situação mais precária que os países devastados pela guerra,  sendo assim vulneráveis a ponto da democracia ser ameaçada. Até então, os Estados Unidos, preferiam fazer reuniões bilaterais para tratarem tais temas à fazer uma grande conferência, como foi proposto pelo Presidente do Brasil.

 

                Em 7 de Março de 1960, o periódico Times, reportou  em “Benvindo, Eekee!”, a visita do Presidente norte-americano da época, Dwight Ike Eisenhower, marcado pela receptividade do povo brasileiro, que em outros momentos acusou os norte-americanos de neglegenciar a America Latina. Na visita ao Rio de Janeiro, foi enfatizado o fato de que os Presidentes do Brasil e Estados Unidos passearam em carro aberto pelas ruas da cidade por 750.000 pessoas, sendo maior que a recepção dos soldados brasileiros que voltaram da Segunda Guerra, e ainda o comentário de  Eisenhower, “A mais impressionante recepção na chegada à uma cidade que eu jamais tive”

 

                O Presidente norte-americano visitou o Congresso Brasileiro, na época ainda no Rio de Janeiro, discursou sobre a paz, evidenciando que a guerra é algo absurdo, e que a paz deve ser responsabilidade de todos os políticos para esta ser realmente efetiva, paz esta prenunciada na Operação Pan Americana – plano brasileiro de assistência mútua para o desenvolvimento da América Latina, plano endossado pelo Presidente Eisenhower no anúncio de que os Estados Unidos da América estava fazendo a sua parte. Um dos último pontos tocados pelo Presidente Americano foi a promessa na continuidade da política de não intervenção em Estados, tais como Cuba e outros, de sistema tirânico,  complementando que o Brasil e os Estados Unidos não dizem qual sistema os países devem seguir se as pessoas desses mesmos o quiserem, sendo que mesmo não achando que seja o melhor modelo a seguir, deveria ser respeitado o direito de escolha de cada país. Porém, o Presidente norte-americano afirmou, “nós consideraremos intervenção nos assuntos  internos de um Estado Americano, se algum poder , por meio da invasão, coerção ou subversão, suceder na negação da liberdade de escolha das pessoas de qualquer país da América.

 

                Em resposta ao discurso de Eisenhower, o Presidente Juscelino Kubitschek também rejeitou a possibilidade de guerra referindo à visita do Presidente norte-americano coincidente com o início de uma era e o começo de novos desafios, estes não mais baseados na iminencia da guerra, mas no desenvolvimento das nações menos favorecidas, e então o Presidente Brasileiro reafirma que “qualquer area stagnada do mundo é uma área com potencial nas mão do inimigo…O desafio para a justiça social assume nos dias atuais os moldes da luta para o desenvolvimento.” O discurso de Eisenhower afetou profundamente os brasileiros, tendo recebido elogios de deputados e do próprio Kubitschek que num aperto de mão disse, “Eu quero agradecer pessoalmente pelo magnífico discurso. Este deixou uma ótima impressão em mim e no meu país”, sendo respondido pelo Presidente Norte-americano, “Isto foi formidável”

 

                Em seguida da visita ao Brasil, Dwight, foi até Buenos Aires, que em contraste ao Brasil, não teve uma recepção tão amigável. Três semanas antes da visita do Presidente Norte-Americano, o Presidente do México tinha visitado a Argentina e sido vaiado e apedrejado por comunistas e ressurgentes Peronistas durante visita oficial e preocupado o então Presidente Argentino, tomou medidas drásticas para evitar a repetição da discortesia e violência. Dessa forma, o Eisenhower, assim que chegou à capital argetina foi cercado por um cordão de soldados, tendo a passagem em carro aberto pela cidade cancelada sendo o então Presidente Norte-americano transportado para a embaixada de seu país por helicóptero da Marinha Norte-americana. Na manhã da chegada, cinco bombas explodiram em Buenos Aires e numa rua da capital um grupo de comunistas queimaram um boneco de Eisenhower enrolado na bandeira norte-americana, sendo entoados gritos de, “Viva Castro!” e “Morte à Ike!”

 

                Ainda sim, o Presidente Norte-americano planejou burlar o rígido esquema de segurança e com sucesso se encontrou com o público argentino, que numa passagem de carro com o Presidente Argentino pela cidade, Eisenhower insistiu para que o veículo diminuíse a velocidade recusando a proteção da cavalaria argentina em volta do carro, dessa forma o Presidente Norte-americano acenou para o público em massa que respondeu com gritos de reverência marcantes para um público usualmente reservado, como o argentino, mas esses gritos foram silenciados por um coro chamando por “Peron! Peron!”. Na cidade seguinte, Mar Del Plata a segurança estabelecida foi tão rígida quanto em Buenos Aires, porém no caminho do aeroporto para o hotel, quase que um milhão de pessoas, entoaram sons de alegria na passagem de Eisenhower, o deixando entusiasmado. Nos dias seguintes, visivelmente cansado, Ike, quando partiu para as próximas viagens à Santiago e Montevidéu, se mostrou animado com o sentimento de amizade que a viagem estava deixando e que os Latino Americanos pareciam concordar com a fala de Juscelino, “Eu estou convencido de que nós estamos entrando numa nova fase de entendimento e cooperação com nossos amigos e aliados, a nação Norte-Americana.”

 

               

                5. Considerações Finais

 

                Pode-se perceber que no período Pós-Guerra, a América Latina se sentiu deixada de lado da política e economia mundial pela fato de que os países europeus se uniram e reconstruiram seus países, com apoio do Plano Marshall, proposto pelos Estados Unidos da América. Observando o sucesso na reconstrução e percebendo a situação dos países do continente americaano que permanecia com os mesmos e diversos problemas de sub-desenvolvimento, o Presidente Juscelino Kubitschek, conclamou a OPA, de forma a unir os países latino americanos, assim como foi nos países europeus, para a identificar e solucionar os problemas que tornavam aqueles países o que são. Os Estados Unidos, no âmbito da Guerra Fria, consentido pela possibilidade de instabilidade nos países americanos em mirar no inimigo, a União Sovética, prontamente voltou seus interesses ao continente americano, sabendo da importancia na influência e ajuda nos assuntos da América Latina. E dessa forma, o Presidente brasileiro, pode se beneficiar desse grande aliado, no financiamento e apoio no seu plano de desenvolvimento interno, assim como atentar para o fato do mal que o sub-desenvolvimento nas Américas poderia fazer com a democracia proposta pela coligação do ocidente.

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

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GOMES, Angela de Castro (Org.). O Brasil de JK. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991. Disponível em: <http://www.cedec.org.br/files_pdf/OgovernoKubitschek.pdf>. Acesso em: 15 out. 2009.

 

LESSA, Antônio Carlos. Há cinqüenta anos a Operação Pan-Americana. Carta do Editor. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-

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DOCUMENTOS

 

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Pag=1&Tt=2&Lgn1=Carta%20a%20Juscelino%20Kubitschek%

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(CPDOC/FGV/arquivo Ernani do Amaral Peixoto/eap emb 1958.05.27 i-6)

 

CPDOC. Carta de Juscelino Kubitschek à Dwight D. Eisenhower. Disponível em: <http://www.cpdoc.fgv.br/nav_jk/documentos/janela.asp?Path=

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_28_d2_&Pag=1&Tt=4&Lgn1=Carta%20de%20Juscelino%

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=(CPDOC/FGV/arquivo%20Negrão%20de%20Lima/nl%20ad-m%201958.05.28%20d2)>. Acesso em: 26 out. 2009.

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05_27_d8_&Pag=1&Tt=4&Lgn1=Discurso%20pronunciado%

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%20de%20Lima/nl%20ad-m%201958.05.28%20d2a)>. Acesso em: 26 out. 2009.

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REPORTAGENS

 

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TIME. The Americas: Operation Pan American. New York City, 30 jun. 1958. p. não disponível. Disponível em: <http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,891915,00.html>. Acesso em: 09 nov. 2009.

 

TIME. The President: Benvindo Eekee. New York City, 07 maio 1960. p. não disponível. Disponível em: <http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,894696,00.html>. Acesso em: 09 nov. 2009.

 

* Graduanda em Relações Internacionais – 2ª FASE

Universidade Federal de Santa Catarina

Centro Sócio – Econômico

E-mail: camilabatalha@gmail.com

 

** Graduando em Relações Internacionais – 2ª FASE

Universidade Federal de Santa Catarina

Centro Sócio – Econômico

E-mail: thiagos_duarte@hotmail.com

Como citar e referenciar este artigo:
BATALHA, Camila Fernanda; DUARTE, Thiago Silva. Política Externa do Governo Juscelino Kubitschek – Operação Pan-Americana. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/politica/politica-externa-do-governo-juscelino-kubitschek-operacao-pan-americana/ Acesso em: 21 nov. 2024