Pesquisa Mensal de Comércio – Fonte IBGE
Ricardo Bergamini*
Em setembro, varejo tem aumento de 1,2% nas vendas e de 1,3% na receita nominal
Em setembro, o comércio varejista alcançou mais um resultado positivo: na comparação com agosto, foram registrados aumentos de 1,2% no volume de vendas e de 1,3% na receita nominal de vendas. Foi o sétimo crescimento consecutivo na comparação mês/ mês anterior, com ajustamento sazonal. No ano, volume e receita de vendas acumulam aumentos de, respectivamente, 8,0% e 13,3%. Nas demais comparações, sem ajuste sazonal, o varejo teve taxas de variação de 9,4% para o volume de vendas, sobre setembro de 2007; 10,4% no acumulado janeiro-setembro sobre igual período de 2007; e de 10,3% no acumulado dos últimos 12 meses. Nas mesmas relações, a receita nominal de vendas apresentou acréscimos de 15,7%, 16,3% e 15,6%, respectivamente.
Para o volume de vendas, na série com ajuste sazonal, todas as dez atividades pesquisadas tiveram crescimento em setembro, na comparação com agosto: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (6,9%); veículos e motos, partes e peças (5,5%); móveis e eletrodomésticos (3,1%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,9%); tecidos, vestuário e calçados (2,8%); livros, jornais, revistas e papelaria (2,2%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,9%); material de construção (1,0%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,6%); e combustíveis e lubrificantes (0,1%).
Na relação setembro 08/ setembro 07 (sem ajuste sazonal), todas as atividades do varejo também registraram aumento no volume de vendas, cujas taxas, por ordem de importância no resultado global, foram de 21,3% para móveis e eletrodomésticos; 13,5% para combustíveis e lubrificantes; 17,0% para outros artigos de uso pessoal e doméstico; 15,9% para artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; 50,6% para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; 9,5% para tecidos, vestuário e calçados; 1,4% para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; e 12,9% para livros, jornais, revistas e papelaria.
Na comparação com setembro de 2007, móveis e eletrodomésticos (aumento de 21,3% no volume de vendas) teve o maior impacto, sendo responsável por 35% da taxa de crescimento do varejo. Esse resultado pode estar refletindo antecipações de compra, principalmente dos eletroeletrônicos, em face das expectativas de aumentos de preços motivadas pela desvalorização do Real frente ao dólar. O segmento registra crescimentos acumulados de 18,3% nos nove meses de 2008, sobre igual período de 2007, e de 16,9% para os últimos 12 meses.
A segunda maior contribuição veio do segmento de combustíveis e lubrificantes (13,5% de variação), que teve participação de 16% na taxa global, o que pode ser atribuído à estabilização dos preços dos combustíveis, conjugada com a melhoria das condições econômicas do país, que reflete no aumento da frota de veículos. A atividade acumula variações de 10,0% de janeiro a setembro e de 8,8% nos últimos 12 meses.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico (17,0% de crescimento nas vendas) tiveram o terceiro maior impacto, respondendo por 14% da taxa do varejo. Englobando segmentos como lojas de departamentos, óticas, joalheiras, artigos esportivos e brinquedos, a atividade tem seu desempenho influenciado também pela melhoria do quadro geral da economia e acumula, no ano e nos últimos 12 meses, taxas de 20,3% e 20,8%, respectivamente.
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (taxa mensal de 15,9%), com a quarta maior participação na taxa global do varejo, apresentaram variações acumuladas de 12,9% no ano e de 12,5% nos últimos 12 meses. A expansão da massa de salários e a diversificação do mix de produtos comercializados são as principais explicações para o desempenho positivo do segmento.
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (variação de 50,6%), quinto maior impacto na formação da taxa do varejo, é a atividade com o maior patamar de crescimento neste ano: um acumulado de 33,7%. Nos últimos 12 meses, a variação é de 34,9%. Dentre os fatores que vêm determinando esse desempenho, destacam-se a redução de preços dos produtos do gênero, conjugada com facilidades de financiamento e a crescente inserção dos produtos de informática e comunicação no hábito de consumo das famílias. O expressivo desempenho de setembro (em relação ao mesmo mês de 2007) pode ser justificado também por provável antecipação de compras em razão das expectativas de aumento de preços com a tendência de alta da taxa cambial.
A sexta maior contribuição para o resultado positivo do comércio varejista, em setembro, coube ao segmento de tecidos, vestuário e calçados (aumento de 9,5% no volume de vendas). Seu desempenho deve-se provavelmente à entrada da nova coleção primavera-verão. Em termos acumulados, as variações ficam em 10,1% no ano de 2008 e de 10,6% para os últimos 12 meses.
O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com desempenho bem abaixo da média (variação de 1,4% no volume de vendas) ficou com a sétima contribuição da taxa global do varejo. Em termos acumulados, a atividade apresenta crescimento de 5,5% no ano e de 5,7% nos últimos 12 meses. Esse desempenho reflete o aumento dos preços dos alimentos e, em parte, um efeito do maior número de fins de semana do mês de setembro de 2007.
A atividade de livros, jornais, revistas e papelaria (crescimento de 12,9%) exerceu mais uma vez a menor influência no resultado do varejo. A taxa acumulada no ano é de 10,8% e, nos últimos 12 meses, de 10,0%. As variações e contribuições de cada segmento estão na tabela abaixo.
Para o comércio varejista ampliado (varejo mais as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção), as variações de setembro frente ao mesmo mês de 2007 foram de 16,0% para o volume de vendas e de 21,9% na receita nominal de vendas. Nos acumulados do ano e dos últimos 12 meses, as taxas estão, respectivamente, em 13,8% e 13,7% para o volume de vendas e de 19,0% e 18,5% para a receita nominal.
Veículos, motos, partes e peças registraram crescimento de 28,8% no volume de vendas, em relação ao mesmo mês do ano anterior; acumulando nos nove primeiros meses de 2008 aumento de 20,7% e, nos últimos 12 meses, de 21,0%, graças à conjuntura econômica favorável. Quanto a material de construção, as variações foram de 14,2% na relação setembro 08/ setembro 07; 11,5% no acumulado de janeiro a setembro; e de 12,2% nos últimos 12 meses – resultados que refletem as condições favoráveis da economia, bem como as medidas oficiais de incentivo à construção civil.
Todas as 27 Unidades da Federação apresentaram resultados positivos para o varejo na comparação setembro 08/ setembro 07. Destacaram-se, com as maiores variações, Rondônia (26,5%), Paraíba (24,2%), Roraima (14,6%), Maranhão (13,9%) e Ceará (12,5%). Quanto à participação na composição da taxa, os destaques foram, pela ordem, São Paulo (12,3%), Rio de Janeiro (6,8%), Minas Gerais (7,1%), Paraná (8,2%) e Rio Grande do Sul (6,0%).
Em relação ao varejo ampliado, as maiores taxas para o volume de vendas ocorreram em Rondônia (30,1%), Roraima (25,3%), Ceará (24,5%), Mato Grosso (23,7%) e Paraíba (23,2%). Já em termos de impacto no resultado global, os destaques foram São Paulo (19,2%), Rio de Janeiro (10,8%), Minas Gerais (12,9%), Rio Grande do Sul (13,3%) e Paraná (14,2%).
Ainda por Unidades da Federação, os resultados com ajuste sazonal para o volume de vendas apontam, na comparação setembro/ agosto, 22 estados com aumentos e 5 com quedas. Os destaques positivos ficaram com Maranhão (5,7%), Alagoas (3,5%), Piauí (2,7%), Amapá (2,4%) e Rio Grande do Sul (2,2%). Já as maiores quedas se estabeleceram em Sergipe (-1,3%) e Mato Grosso (-0,8%).
Vendas do varejo têm leve aceleração do segundo para o terceiro trimestre de 2008
O volume de vendas do comércio varejista teve uma leve aceleração no ritmo de crescimento do volume de vendas, na passagem do segundo para o terceiro trimestre do ano, com elevação na taxa de 9,3% para 10,2%. Já para o comércio varejista ampliado, houve desaceleração, com a taxa passando de 13,9% para 12,9%.
Das dez atividades pesquisadas, quatro revelaram queda de ritmo de crescimento no terceiro trimestre do ano: tecidos, vestuário e calçados (de 10,4% para 7,3%); móveis e eletrodomésticos (de 19,6% para 17,9%); livros, jornais, revistas e papelaria (de 11,4% para 9,3%); e veículos e motos, partes e peças (de 23,2% para 18,19%).
Com movimento oposto, aumentaram o ritmo de crescimento do volume de vendas as atividades de combustíveis e lubrificantes (de 11,3% para 13,5%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (de 3,4% para 4,9%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (de 12,3% para 13,1%); equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (de 32,3% para 38,5%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (de 15,7% para 18,1%) e material de construção (de 11,4% para 12,1%).
* Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.. Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini
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