Política

Lula comemora os cem dias de governo.

Lula comemora os cem dias de governo.

 

 

Ricardo Bergamini*

 

 

“Até quando os brasileiros continuarão batendo palmas para bêbados dançarem?” (Ricardo Bergamini).

 

 

O ano de 2002 foi um verdadeiro horror para a economia brasileira, em função do risco de um partido historicamente pautado pelo grito de guerra de – “Fora FMI” e “Fora USA” – vir assumir a Presidência da República do Brasil. Tendo assumido, vimos que o governo Lula não será nada além de um medíocre terceiro mandato de FHC. Por falta de opção para um país classificado internacionalmente como “FALIDO ÓTIMO” (1) será obediente e subordinado ao mercado financeiro internacional.

 

 

Temos assistido diariamente, tanto o Lula, quanto os meios de comunicação ufanando o sucesso do governo nos seus três primeiros meses, com base nos indicadores do mercado financeiro.

 

 Somente os estúpidos, ignorantes e maliciosos em economia poderiam praticar tal ato de imoralidade, desprezando os conceitos técnicos do estudo científico da macroeconomia. Para tanto vamos fazer uma breve comparação com base no ano de terror de 2002.

 

– Em 2002, ano do terror, a taxa média de câmbio foi R$ 2,9212/US$. Até março de 2003 a taxa média de câmbio foi de R$ 3,4920/US$. Crescimento de 19,54%, nos três primeiros meses de governo Lula, em comparação ao ano de 2002.

 

– Em 2002, ano do terror, o Brasil recebeu “Investimos Externos Líquidos” (diretos e indiretos) da ordem de US$ 12,0 bilhões. Até fevereiro de 2003 recebeu “ZERO”. Apesar dos ufanistas da imprensa divulgarem diariamente entradas de recursos externos, porém, por ignorância ou má-fé, não citam as saídas diárias, gerando um líquido de “Zero” até fevereiro de 2003.

 

– Em 2002, ano do terror, o saldo da Balança Comercial foi superavitário de US$ 13,2 bilhões – média mês de US$ 1,1 bilhões. Até fevereiro de 2003 foi superavitário de US$ 2,3 bilhões – média mês de US$ 1,1 bilhões.

 

– Em dezembro de 2002 a taxa de desemprego aberto, medida pelo IBGE, foi de 10,5%. Em fevereiro de 2003 migra para 11,6%, ou seja: 10,48% maior do que o apurado em dezembro de 2002.

 

– Em dezembro de 2002 a rolagem da dívida pública da União, incluindo títulos indexados ao câmbio, custou 23,28% ao ano, ou 1,76% ao mês. Em fevereiro de 2003 custou 27,34%, ou 2,03% ao mês, ou seja: 15,34% maior. Apesar de maior, o ganho real para os investidores foi negativo em 0,25% no mês, depois de excluída a inflação do IGPM do mês de 2,28%. Cabe ressaltar que até fevereiro de 2003 os investidores já acumulam perdas de 0,35% ao mês.

 

– Em dezembro de 2002 as Reservas Líquidas eram de US$ 14,2 bilhões (excluídos US$ 23,6 bilhões de dívidas com o FMI). Em fevereiro de 2003 as Reservas Líquidas eram dos mesmos US$ 14,2 bilhões (excluídos US$ 24,3 bilhões em dívidas com o FMI).

 

Para finalizar cabe apenas acrescentar que poderia demonstrar outras centenas de indicadores macroeconômicos evidenciando que o “Acampamento de Refugiados chamado Brasil” caminha à passos largos para o abismo, porém me ative apenas aos mais badalados. Maiores detalhes sugiro leituras dos estudos de minha autoria intitulados “Prestação de Contas do Governo FHC”, e “Prestação de Contas do Governo Lula” disponíveis no nosso sítio abaixo mencionado.

 

(1) “FALIDO ÓTIMO” vive bem obtendo empréstimos. Primeiro toma emprestado o máximo que pode aos prestamistas de baixo custo e, quando essa fonte se esgotou ele toma emprestado o máximo possível aos prestamistas de alto custo. Usa esses fundos dos novos empréstimos para pagar as despesas de juros e amortizações sobre os empréstimos pendentes. A única razão porque deseja servir a dívida é para proteger sua classificação de crédito, para obtenção de novos créditos.

 

 

07 de abril de 2003

 

 

* Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.

 

 

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Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Lula comemora os cem dias de governo.. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2008. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/politica/lula-comemora-os-cem-dias-de-governo/ Acesso em: 03 out. 2024