O ideal de realizar grandes feitos é natural e louvável. Todavia, o desapego ao poder é virtude que poucos alcançaram. A maioria, aliás, não faz empenho algum em adquirir essa virtude e só se desliga do poder contra sua vontade…
Um louvável exemplo foi dado por LÚCIO QUINTO CINCINATO ( www.sobiografias.hpg.ig.com.br/LuciusQu.html):
[ou Lucius Quinctius Cincinnatus] (519 –
Temos que CINCINATO:
a) não procurou o poder e sim foi convidado para exercê-lo;
b) foi-lhe outorgado poder absoluto, mas não consta que tenha agido de forma indevida contra alguém ou em benefício próprio;
c) cumprida sua missão, renunciou ao poder.
Numa época em que grandes disputas ocorrem pelos postos de comando; em que abusos dos mais graves são praticados por muitos que exercem o poder; em que tudo se faz para continuar em situação de evidência – fica parecendo surrealista o idealismo de um CINCINATO.
Mas, o antídoto para essa fúria desenfreada pelo poder está na compreensão de que somente o povo detém o poder.
Em caso contrário, acreditando cada um que o exercício do poder significa a recompensa aos bem dotados, seres superiores que merecem dirigir os destinos dos menos aquinhoados, estaremos utilizando-o, mesmo que minimamente, com desvio ou excesso de poder.
Pensando de forma incorreta e em desacordo com as luzes atuais de valorização do povo, quando chegar a época de deixarmos o poder, estaremos desarvorados, como quem perde um patrimônio pessoal…
É necessária essa conscientização, pois importantes e menos importantes servidores públicos são sempre servidores do público…
* Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).