Entre 2007 e 2008, produção de madeira caiu 5,04%
O valor da produção da silvicultura1 e do extrativismo vegetal2 totalizou R$ 12,7 bilhões em
A extração vegetal não-madeireira somou apenas R$ 635,7 milhões. Os produtos não-madeireiros que se destacaram foram coquilhos de açaí (R$ 133,7 milhões), amêndoas de babaçu (R$ 115,6 milhões), fibras de piaçava (R$ 104,1 milhões), erva-mate nativa (R$ 102,6 milhões), pó cerífero de carnaúba (R$ 62,3 milhões), castanha-do-pará (R$ 45,7milhões) e cera de carnaúba (R$ 18,5 milhões). Em conjunto, eles somaram 91,7% do valor total da produção extrativista vegetal não-madeireira do país.
Na participação regional da produção desses sete principais itens, destaque para a Região Norte, com 92,2% da produção nacional de açaí (fruto), 95,4% da produção de castanha-do-pará e 12,4% da produção de fibras de piaçava. Já o Nordeste respondeu por 7,8% da produção de açaí (fruto), 99,6% da produção de amêndoas de babaçu, 87,6% da produção de fibras de piaçava e 100% das produções de pó cerífero e de cera de carnaúba. O Sul, por sua vez, teve como principal item do extrativismo vegetal não-madeireiro a erva-mate, com 99,9% da produção nacional. As regiões Sudeste e Centro-Oeste não apresentaram participação expressiva em nenhum desses itens.
No segmento da silvicultura, a produção de resina (oleorresina de pinus e de outras espécies florestais) somou 58.061 toneladas e a de cascas de acácia-negra, 158.548 toneladas. A produção de folhas de eucalipto, usada na fabricação de óleo essencial (eucaliptol), somou 58.326 toneladas, com o Sudeste respondendo por 76,7% do total, o Sul por 4,9% e o Centro-Oeste por 18,4%.
No grupo Alimentícios, apenas açaí (fruto) (11,9%), castanha-do-pará (1,3%) e umbu (fruto) (7,5%) tiveram aumento na produção. No grupo das Fibras, houve acréscimo nas produções de buriti (22,0%), carnaúba (2,0%) e outras fibras (52,6%); e no grupo dos Oleaginosos, de amêndoas de pequi (3,1%), tucum (0,5%) e outros oleaginosos (58,0%). A quantidade de carvão e as produções de lenha e de madeira em tora do extrativismo vegetal recuaram -12,2%, -4,1% e -13,8%, respectivamente.
Acréscimos em carvão vegetal, folhas de eucalipto e lenha
Entre os sete produtos florestais investigados no segmento das florestas plantadas (silvicultura), três tiveram ascensão: carvão vegetal (4,4%), folhas de eucalipto (9,9%) e lenha (7,5%). As produções de madeira em tora para papel e celulose, de madeira em tora para outras finalidades, de cascas de acácia-negra e de resina, apresentaram quedas de 4,6%, 2,5%, 7,9% e 11,6%, respectivamente.
Pará concentrou 88,5% da produção de açaí
A produção nacional de frutos ou coquilhos de espécimes nativos da palmeira açaí em 2008 somou 120.890 toneladas, 11,9 % a mais que em 2007. O principal produtor é o Pará, que concentrou 88,5% da produção nacional. No estado estão 17 dos 20 maiores municípios produtores de frutos de açaizeiros nativos do país: Limoeiro do Ajuru, Ponta de Pedras, São Sebastião da Boa Vista, Muaná, Oeiras do Pará, Igarapé-Miri, Mocajuba, Afuá, São Miguel do Guamá, Inhangapi, Magalhães Barata, Barcarena, Cachoeira do Arari, São Domingos do Capim, Marapanim, Irituia e Santa Luzia do Pará. No Maranhão estão outros importantes centros produtores, como Luís Domingues, Carutapera e Amapá do Maranhão. Em conjunto, os 20 maiores municípios produtores responderam por 83,3% da produção nacional.
A concentração também foi grande na coleta de amêndoas de babaçu, que somou 110.636 toneladas em 2008: no Maranhão se concentrou 94,4% desse total. O segundo estado produtor foi o Piauí, com 5.070 toneladas; seguido pelo Ceará (359 toneladas), Tocantins (345 toneladas) e Bahia (341 toneladas). Os 20 maiores municípios produtores são maranhenses e detiveram 53,3% da produção nacional. O primeiro colocado é Vargem Grande, com 5.805 toneladas (5,2% da produção nacional).
A quantidade coletada de fibras de piaçava somou 78.167 toneladas no país em 2008, 4,8% abaixo da obtida em 2007 (82.096 toneladas). A Bahia foi responsável por 87,6% da produção nacional, e o Amazonas por 12,4%.
Paraná produziu 70,4% de erva-mate
Em 2008, foram colhidas 219.773 toneladas de folhas nos ervais nativos do país, recuo de 2,7% em relação ao obtido em 2007. O maior produtor foi o Paraná, com 154.701 toneladas (70,4% do total nacional). Seguem-no Santa Catarina (39.637 toneladas), Rio Grande do Sul (25.156 toneladas) e Mato Grosso do Sul (279.toneladas). No ranking dos 20 maiores municípios produtores, 16 são paranaenses e o primeiro colocado é São Mateus do Sul, que deteve 14,5% da produção nacional.
A produção de pó cerífero de carnaúba em 2008 somou 18.468 toneladas, menor em 805 toneladas que a do ano anterior (19.273 toneladas). O maior produtor nacional foi o Piauí, com 12.454 toneladas (67,4% do total nacional); seguido do Ceará (5.492 toneladas). Entre os maiores municípios produtores, 11 eram piauienses, oito cearenses e um maranhense. Ocupam a primeira e terceira colocações os municípios piauienses de Campo Maior (1.339 toneladas) e de Piripiri (876 toneladas), respectivamente.
Já a produção de cera de carnaúba somou 3.044 toneladas, queda de 4,6% na comparação com 2007. O Ceará foi o principal produtor nacional, com 81,4% do total nacional. Na segunda posição, o Rio Grande do Norte (17,2%). Maranhão e Amazonas completam a relação dos estados produtores, respondendo por apenas 1,4% do total produzido no país. Os maiores produtores no Ceará foram Russas, Granja, Morada Nova, Aracati, Cariré, Santana do Acaraú e Itarema.
Em
Entre os 20 maiores municípios produtores, Rio Branco (AC) deteve 7,0% da produção nacional, seguido por Brasiléia (6,9%), Xapuri (6,7%) e Sena Madureira (6,3%).
Produção de carvão da silvicultura manteve crescimento, iniciado em 2002
A produção de carvão proveniente da silvicultura manteve sua trajetória de crescimento, iniciada em 2002. Entre 2007 e
Em 2008, os principais estados produtores de carvão vegetal de florestas cultivadas foram Minas Gerais (78,3% da produção nacional), Maranhão (9,4%), Bahia (3,4%), Espírito Santo (2,0%) e São Paulo (1,9%). Quanto aos municípios produtores, destacam-se Curvelo (MG), com 173.598 toneladas (4,4% da produção nacional) e no Maranhão o município de Açailândia, com 132.172 toneladas (3,3% do total nacional). Em Minas Gerais, também foram destaques Araguari (168.676 toneladas), Felixlândia (161.313 toneladas), Pompéu (151.738 toneladas), Três Marias (136.460 toneladas) e João Pinheiro (132.967 toneladas).
Já os principais produtores do carvão obtido com material lenhoso da extração vegetal foram Maranhão (23,9% da produção nacional), Mato Grosso do Sul (18,7%), Minas Gerais (18,0%), Paraná (7,6%) e Piauí (7,6%). Entre os municípios, o maior produtor nacional em 2008 foi Bom Jardim, no Maranhão, com 74.618 toneladas (3,4% da produção nacional); no Paraná foi Cruz Machado com 61.620 toneladas; e em Minas Gerais, Felixlândia, com 55.738 toneladas.
Entre 2007 e
Na produção de lenha da silvicultura, os principais estados produtores foram o Rio Grande do Sul (33,9% dos
Os três maiores municípios produtores de lenha da silvicultura no país foram Araguari (MG), com
Fiscalização é responsável por queda da produção de madeira extrativa
Quanto à madeira em tora, a produção nacional de 2008 ficou aquém da de 2007 (
Os maiores produtores de madeira do segmento extrativista são Pará, com produção de
Na produção de madeira de florestas plantadas para fabricação de papel e celulose, os principais estados produtores em 2008 foram São Paulo, com
Entre os municípios, destaque para Conceição da Barra (ES), com produção de
Já na produção de madeira para outras finalidades, os destaques foram o Paraná, com
Os maiores municípios produtores são Itapetininga (SP), com
Notas:
1 Silvicultura é a atividade que se ocupa do estabelecimento, desenvolvimento e da reprodução de florestas, visando a múltiplas aplicações, tais como: a produção de madeira, carvão, a produção de resinas, a proteção ambiental, etc.
2 Extrativismo vegetal é o processo de exploração dos recursos vegetais nativos que compreende a coleta ou apanha de produtos como madeiras, látex, sementes, fibras, frutos e raízes, entre outros, de forma racional, permitindo a obtenção de produções sustentadas ao longo do tempo, ou de modo primitivo e itinerante, possibilitando, geralmente, apenas uma única produção.
Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.. Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini