PAM 2010: Valor da produção agrícola cresce 8,9% em relação a 2009
O valor da produção agrícola alcançou R$ 154,0 bilhões em 2010, um crescimento de 8,9% em relação a 2009, devido, principalmente, à valorização dos
produtos agrícolas no mercado externo. A área plantada permaneceu em 65 milhões de hectares, mas a produção agrícola tem crescido com novas
tecnologias, investimentos e clima favorável.
Entre os principais produtos responsáveis pelo aumento, destacaram-se a cana-de-açúcar, que expandiu a produção em 3,7% e o valor da produção em 14,9%,
e o café, que além do crescimento de 34,4% no valor da produção, também elevou a produção em 19,1%. Chamaram atenção também a laranja e o algodão
herbáceo, com aumentos de 28,3% e 19,4% no valor da produção, respectivamente.
São Paulo manteve a liderança na participação nacional do valor da produção, com aumento de participação de 16,8% em 2009 para 18,2% em 2010. Já Mato
Grosso teve queda de 11,3% para 8,9%, principalmente devido à redução de participação percentual no valor da produção nacional de soja, da qual ele é o
principal estado produtor.
Sorriso (MT), município líder no valor da produção agrícola nacional por dois anos consecutivos, caiu para 3º lugar em 2010, atrás de São Desidério
(BA) e Cristalina (GO).
Essas e outras informações estão disponíveis na Produção Agrícola Municipal (PAM) 2010, que mede as variáveis fundamentais da safra dos 64 principais
produtos de lavouras temporárias e permanentes da agricultura nacional, com detalhamento municipal.
Dos 64 produtos pesquisados, três culturas responderam por 52,5% do valor da produção: soja, cana-de-açúcar e milho. A soja continua sendo a cultura
com maior valor da produção (24,2%), apesar da queda de participação face a 2009 (27,0%). O milho também reduziu sua participação de 10,7% em 2009 para
9,9% em 2010. Dos produtos com aumento de participação destacam-se a cana-de-açúcar, com 18,4% (contra 17,0% em 2009), e o café, com 7,5% (contra
6,1%).
Produção de 149,6 milhões de toneladas de grãos é recorde e 11,7% maior do que a de 2009
Os 14 produtos denominados cereais, leguminosas e oleaginosas, mais conhecidos como grãos (algodão herbáceo, amendoim, arroz, aveia, centeio, cevada,
feijão, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo, triticale) tiveram safra recorde (149,6 milhões de toneladas) em 2010, 11,7% sobre 2009.
Destacaram-se soja e milho, responsáveis por 83,6% da produção total de grãos.
Líder por dois anos, Sorriso (MT) cai para 3º no ranking de valor da produção
Na distribuição estadual dos valores da produção, São Paulo manteve a liderança, com aumento de participação de 16,8% em 2009 para 18,2% em 2010. O
estado é o principal produtor de importantes culturas e que tiveram aumento no valor da produção em 2010, entre elas cana-de-açúcar (14,9%), laranja
(28,3%), amendoim (4,5%), banana (24,4%), limão (38,1%), tangerina (8,0%). Além disso, outros estados reduziram suas receitas com a agricultura, como
no caso de Mato Grosso, que sofreu uma redução de R$ 2,3 bilhões no valor da produção, sendo R$ 1,8 bilhão só com a soja, cultura na qual o estado se
destaca por ser o maior produtor nacional, com 27,3% do total produzido no país. Com isso, Mato Grosso diminuiu sua participação de 11,3% para 8,9%,
sendo inclusive ultrapassado por Minas Gerais, que aumentou de 10,9% para 11,8%.
A redução no valor da soja fez com que Sorriso (MT), município com maior valor de produção em 2008 e 2009, reduzisse em 30,6% suas receitas e caísse
para a 3ª posição, superado por São Desidério (BA) e Cristalina (GO), que tiveram aportes de 0,6% e 39,6%, respectivamente. Apesar disso, Sorriso
continua sendo o maior produtor brasileiro de milho e soja. Já São Desidério se destaca por ser o maior município produtor de algodão herbáceo (15,7%
da produção brasileira e 46,5% da produção baiana).
Municípios de Goiás também se destacaram entre os que apresentaram maior valor de produção. Cristalina passou do 7º lugar em 2009, para o 2º em 2010,
ficando entre os maiores produtores nacionais de feijão, milho e soja. Jataí, que ocupava a 13ª posição em 2009, passou ao 5º lugar com um aumento no
valor da produção de 37,9%, alavancado pelo valor da cana-de-açúcar, que subiu 144,3%, pelo feijão com 99,2%, pelo milho com 67,8% e pela soja com
22,5%. Chapadão do Céu, que teve crescimento de 60,8% no valor da produção, é o maior município goiano produtor de algodão herbáceo, responsável por
27,0% da produção estadual.
Soja bate novo recorde de produção e chega a 68,8 milhões de toneladas
Em 2010, a sojicultura nacional bateu um novo recorde de produção. Foram colhidas 68,8 milhões de toneladas, aumento de 19,9% em relação ao ano
anterior. As condições climáticas foram favoráveis e os produtores ampliaram a área da lavoura em cerca de 7%. A área plantada em 2010 somou 23,3
milhões de hectares contra 21,7 milhões de hectares na temporada 2009, com a soja avançando sobre áreas habitualmente cultivadas com milho na Região
Sul, e em áreas de algodão e de arroz, especialmente em Mato Grosso.
Mato Grosso, inclusive, se manteve como líder nacional, com 18,8 milhões de toneladas, apesar de sua participação na produção nacional ter caído de
31,7% registrados em 2009 para 27,3% em 2010. No ranking dos 20 maiores municípios produtores, 13 são mato-grossenses, com destaque para Sorriso em 1º
lugar, seguido, nessa ordem, por Sapezal, Nova Mutum e Campo Novo do Parecis, todos com produções acima de um milhão de toneladas.
Valor da produção da cana-de-açúcar aumenta 14,9%
A produção brasileira de cana-de-açúcar atingiu 717,5 milhões de toneladas em 2010, um aumento de 3,7%. Com a valorização do açúcar no mercado
internacional, e o aquecimento dos preços do etanol no mercado interno, o valor da produção da cana-de-açúcar atingiu quase R$ 28,3 bilhões, um
crescimento de 14,9% em relação ao ano de 2009, sendo o segundo produto com maior valor entre os 64 pesquisados, atrás apenas da soja.
São Paulo, maior produtor de cana-de-açúcar, foi responsável por 59,5% da produção brasileira, com um aumento de 4,4% em relação ao ano anterior. Já o
Paraná foi o estado que mais sofreu com a estiagem. Apesar do aumento de 30 mil hectares na área colhida (5,1%), a produção caiu em mais de 5,0 milhões
de toneladas (10,2%). Morro Agudo (SP) teve a maior produção, cerca de oito milhões de toneladas, seguido por Rio Brilhante (MS), com 6,8 milhões.
Produção de milho aumenta 9,8% mesmo com redução na área plantada e colhida
A produção nacional do milho em grão em 2010, foi de 55,7 milhões de toneladas, um aumento de 9,8% sobre 2009. Já a área plantada sofreu redução de
8,2% e a área colhida, de 7,0%, principalmente por causa do desestímulo ao plantio, provocado pelos grandes estoques, alto custo da produção e baixos
preços à época do plantio.
O clima mais favorável do que o de 2009 foi o principal fator que contribuiu para o aumento de 18,0% no rendimento médio nacional por hectare. Isso se
evidenciou principalmente no Paraná, maior estado produtor, cuja produção de 13,6 milhões de toneladas representou um aumento de 20,5% em relação ao
ano anterior. Sorriso (MT), o maior município produtor nacional desde 2007, ultrapassou a marca de 1 milhão de toneladas, com um aumento na produção de
17,2%, em relação a 2009. Em 2º lugar ficou Lucas do Rio Verde (MT), com 794,0 mil toneladas.
Café aumenta 19,1% na produção
A safra de café em 2010 totalizou 2,9 milhões de toneladas, ou 48,4 milhões de sacas de 60kg do produto em grãos beneficiados, contra 40,7 milhões de
sacas produzidas em 2009, aumento de 19,1% na produção nacional. O acréscimo na produção era esperado, em razão da característica do café arabica,
espécie predominante no Brasil, de alternar safras de alta e baixa produtividade.
Minas Gerais, o maior produtor nacional, concluiu a colheita da safra 2010 com 1,5 milhão de toneladas (25,1 milhões de sacas), produção 25,8% maior
que em 2009. Os municípios de Minas Gerais e Espírito Santo predominam entre os 20 principais produtores. Patrocínio (MG) foi o maior produtor nacional
de café em 2010, com um aumento de 91,6% em relação ao ano anterior.
Produção de mandioca chega a 24,5 milhões de toneladas
A produção nacional de mandioca alcançou 24,5 milhões de toneladas de raízes em 2010, um crescimento de 0,5% em relação ao ano anterior e uma redução
de 8,1% em relação ao total colhido em 2008. Os estados do Pará, Paraná e Bahia produziram juntos 11,8 milhões de toneladas, 48,2% do total nacional. O
Pará é o principal produtor de mandioca, contribuindo com 4,6 milhões de toneladas, ou 18,7% do total, sendo seguido pelo Paraná, com 4,0 milhões de
toneladas (16,4%) e Bahia, com 3,2 milhões de toneladas, (13,1%). Dos 20 maiores municípios produtores nacionais, o Pará participou com 13 municípios,
com destaques para os dois primeiros do ranking, Acará e Santarém, que produziram 435,6 mil e 273,0 mil toneladas, respectivamente.
Arroz em casca tem queda de 11,2% na produção
A produção nacional de arroz em casca em 2010 foi de 11,2 milhões de toneladas, 11,2% menor que a de 2009. A área colhida ficou em 2,7 milhões de
hectares, com rendimento médio de 4.127 kg/ha. O Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro e responsável por 61,2% da produção nacional do cereal,
foi o principal responsável pela redução da produção nacional, com queda de 13,8% na produção, 3,9% na área colhida e 10,2%, no rendimento médio. Dos
20 principais municípios produtores nacional, com exceção de Lagoa da Confusão (TO), todos são gaúchos, com destaque para Uruguaiana, maior produtor,
com 507,8 mil toneladas.
Produção de feijão cai 9,4% em relação a 2009
A produção nacional de feijão obtida em 2010, considerando-se as três safras do produto, totalizou 3,2 milhões de toneladas, menos 9,4% frente a 2009.
O fraco desempenho do produto no ano passado deveu-se, principalmente, aos baixos preços praticados no mercado durante a implantação das 1ª e 2ª
safras, fato que desestimulou o plantio, aliado a condições climáticas desfavoráveis em importantes centros produtores. A área colhida foi de 3,4
milhões de hectares, uma queda de 16,7% em relação ao ano anterior. O Paraná se manteve como principal produtor, com 25,1% de participação no total
nacional e produção de 792 mil toneladas, 0,6% superior à obtida em 2009.
Os 20 principais municípios produtores de feijão, com um total de 812 mil toneladas, responderam por 25,8 % da produção nacional. Unaí (MG) manteve a
hegemonia com 127,5 mil toneladas, seguido por Cristalina e Luziânia, ambos em Goiás, com produções de 71,9 mil toneladas e 53,2 mil toneladas,
respectivamente.
Safra de algodão herbáceo aumenta 1,8% em relação a 2009
A produção de algodão em 2010 foi de 2,9 milhões de toneladas, com aumento de 1,8% em relação a 2009. O Mato Grosso, maior estado produtor, contribuiu
com 49,3% da produção (1,4 milhão de toneladas), tendo consolidado a prática da “inversão de safra”, na qual o produtor planta o algodão em espaçamento
adensado e tardiamente, após o cultivo da soja.
Na Bahia, segundo maior produtor, o clima favoreceu a cultura e aumentou o rendimento médio em 18,7% em relação a 2009, resultando assim em 996,2 mil
toneladas (33,8% da produção nacional). Apesar da redução de 4,6% na produção em 2010, São Desidério (BA) continuou sendo o maior produtor nacional,
responsável por 15,7% da safra nacional e por 46,5% da produção baiana.
Clima favorável leva a recorde na produção nacional de trigo: 6,2 milhões de toneladas
A produção de trigo em 2010 alcançou 6,2 milhões de toneladas, 22,1% superior à obtida na safra de 2009 e um recorde nacional, apesar de apresentar uma
redução na área colhida de 10,2%. A principal razão foi o clima favorável, especialmente no Paraná, maior estado produtor, que colheu 3,4 milhões de
toneladas, 38,7% a mais do que no ano anterior. Os cinco principais municípios produtores nacionais estão nesse estado, com destaque para Tibagi, o
maior produtor, cuja colheita de 135,6 mil toneladas aumentou 54,1% em relação a 2009.
Puxado pela laranja, Valor da produção de frutas avança 16,9% em relação a 2009
A fruticultura nacional, representada por 22 espécies investigadas na PAM, teve bom desempenho na temporada 2010, com o valor total da produção (R$
20,6 bilhões) superando em 16,9% o apurado no ano de 2009, mesmo com um aumento de apenas 0,3% na área colhida.
A cultura da laranja teve uma produção de 18,1 milhões de toneladas (444 milhões de caixas de 40,8 kg). Na temporada 2010, o valor dessa produção (R$
6,0 bilhões) correspondeu a 29,1% do valor total da produção de frutas do país.
A produção de bananas em 2010 (quase sete milhões de toneladas de cachos) cresceu 2,6% entre 2009 e 2010. O valor dessa produção somou R$ 3,7 bilhões,
e correspondeu a 15,5% do valor total da produção de frutas do país.
Entre as frutas com queda de produção, destacou-se a castanha-de-caju, com uma redução de 52,7%. Outras frutas que apresentaram produção menor foram: a
uva (-1,0%), a melancia (-0,6%), o coco-da-baía (-4,1%), a manga (-0,7%), o caqui (-4,1%) e o marmelo (-1,1%).
Entre os principais estados produtores de frutas, destaca-se São Paulo como responsável por 32,9% do valor da produção nacional. O estado teve um
crescimento de 40,3% em relação ao ano anterior, sendo a laranja a principal responsável por este aumento. O principal destaque municipal ficou com
Petrolina (PE), com 57,9% da produção do seu estado e variação positiva de 40,1% em relação ao valor da produção do ano anterior.
Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela
UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de
Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás –
Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul..
Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de
Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período
de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos,
na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de
empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.
(48) 4105-0832
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