Economia

Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE – Base: Março de 2011

 

Produção industrial cresce 0,5% em março

 

 

 

A produção industrial avançou 0,5% na comparação entre fevereiro e março de 2011 na série livre de influências sazonais, acumulando ganho de 2,8% em três meses de expansão. Isso evidencia uma aceleração no ritmo produtivo, já registrada em janeiro, que cresceu 0,3% frente a dezembro de 2010, e fevereiro, com alta de 2,0% em relação ao mês imediatamente anterior. Com esses resultados, o patamar de produção de março de 2011 alcançou o ponto mais elevado desde o início da série histórica. Frente a igual mês do ano passado, a atividade fabril recuou 2,1%, primeiro resultado negativo desde outubro de 2009. No fechamento do primeiro trimestre de 2011, o setor industrial cresceu 2,3% frente a igual período do ano anterior e 1,3% no confronto com o trimestre imediatamente anterior – série com ajuste sazonal. A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos 12 meses, permaneceu positiva (6,8%), mas prosseguiu com a redução no ritmo de crescimento iniciada em outubro do ano passado.

 

 

 

O aumento no ritmo de atividade em março frente a fevereiro foi observado em 13 dos 27 setores pesquisados, com destaque para material eletrônico e equipamentos de comunicações (10,1%), que eliminou a perda de 3,1% registrada no mês anterior, máquinas e equipamentos (1,8%), calçados e artigos de couro (9,2%), outros equipamentos de transporte (3,6%), produtos de metal (2,5%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2,9%). A principal pressão negativa ficou com o setor de alimentos (-3,9%), seguido por equipamentos médico-hospitalares, ópticos e outros (-9,2%), indústrias extrativas (-1,9%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-6,0%) e bebidas (-2,8%). Com exceção do setor extrativo, que apontou o terceiro recuo consecutivo, os demais ramos com queda na produção em março registraram expansão no mês anterior: 6,5%, 9,9%, 0,5% e 1,4%, respectivamente.

 

 Entre as categorias de uso, ainda na comparação com fevereiro, os setores produtores de bens de consumo duráveis (4,1%) e de bens de capital (3,4%) registraram as taxas mais elevadas. O primeiro eliminou a perda de 1,1% observada no mês anterior, e o segundo acumulou ganho de 7,4% em três meses consecutivos de expansão. Estes segmentos atingiram o patamar mais elevado desde o início da série histórica. A produção de bens de consumo semi e não duráveis também cresceu (1,0%), mas o setor de bens intermediários (-0,2%) apontou o único resultado negativo de março, após crescer 1,3% em fevereiro.

 

 

Produção industrial recuou 2,1% na comparação com fevereiro do ano passado

 

Frente a março de 2010, a produção industrial recuou 2,1%, interrompendo 16 meses seguidos de taxas positivas. Vale destacar que março desse ano teve dois dias úteis a menos do que em 2010. O índice foi pressionado pela queda na produção em todas as categorias de uso, 17 das 27 atividades, 40 dos 76 subsetores e 53% dos 755 produtos pesquisados. Entre os setores, as maiores influências negativas sobre a taxa global vieram de outros produtos químicos (-8,6%), edição e impressão (-12,9%), têxtil (-15,7%), bebidas (-9,7%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (-14,8%) e alimentos (-2,1%). Nestes ramos, os principais itens responsáveis pelo desempenho negativo foram, respectivamente: herbicidas e tintas e vernizes para construção; livros de qualquer gênero e jornais; tecidos de algodão e roupas de banho de algodão; preparações em xarope para elaboração de bebidas; monitores de vídeo; e açúcar cristal. As maiores contribuições positivas foram refino de petróleo e produção de álcool (13,8%), metalurgia básica (2,6%), equipamentos médico-hospitalares, ópticos e outros (14,0%) e outros equipamentos de transporte (5,7%).

 

Os índices por categorias de uso, ainda na comparação com março de 2010, confirmam o perfil de predomínio de taxas negativas no setor industrial em março de 2011, com bens de consumo duráveis (-5,2%) e bens de consumo semi e não duráveis (-3,7%) registrando ritmo de queda superior ao do total da indústria (-2,1%), enquanto bens intermediários (-0,4%) e bens de capital (-0,1%) assinalaram perdas mais moderadas.

 

O segmento de bens de consumo duráveis apontou a redução mais elevada entre as categorias de uso, pressionado em grande parte pelos recuos na fabricação de automóveis (-7,8%), eletrodomésticos (-14,0%), tanto os da “linha branca” (-9,6%) como os da “linha marrom” (-30,5%), e artigos do mobiliário (-18,1%). Nessa categoria, as pressões positivas vieram da maior fabricação de telefones celulares (24,7%) e de motocicletas (23,9%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis também mostrou queda acima da média global e foi influenciada pelos recuos nos grupamentos de outros não duráveis (-6,2%), semiduráveis (-10,7%) e alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-1,7%), explicados pela menor produção dos itens medicamentos e livros; roupas de banho de algodão e calçados de plástico e couro; e refrigerantes. O subsetor de carburantes (7,0%) apontou o único impacto positivo nessa categoria de uso.

 

Ainda no confronto com março de 2010, com perda abaixo do total da indústria figuraram os setores produtores de bens intermediários (-0,4%) e de bens de capital (-0,1%). No primeiro segmento, as influências negativas vieram dos produtos associados às atividades de outros produtos químicos (-8,9%), têxtil (-14,0%) e alimentos (-3,9%), enquanto as principais pressões positivas foram registradas em refino de petróleo e produção de álcool (16,9%), metalurgia básica (2,6%), veículos automotores (3,9%) e minerais não metálicos (2,9%). Nessa categoria de uso, os resultados negativos dos grupamentos de insumos para construção civil (-1,0%) e de embalagens (-0,9%) interromperam respectivamente sequência de 16 e 17 meses de taxas positivas nesse tipo de comparação. O desempenho negativo do segmento de bens de capital foi influenciado pelas quedas em bens de capital para energia elétrica (-17,2%) e para uso misto (-6,7%), uma vez que os demais subsetores apontaram avanço na produção: bens de capital para transporte (5,5%), para construção (21,5%), para fins industriais (4,0%) e agrícolas (0,5%).

 

 

Produção cresce em 18 da 27 atividades no índice acumulado no ano

 

No indicador acumulado nos três primeiros meses de 2011, o crescimento de 2,3% frente a igual período do ano anterior foi sustentado pelos resultados positivos em todas as categorias de uso e em 18 das 27 atividades investigadas. Entre os setores, a fabricação de veículos automotores, com acréscimo de 10,0%, foi a maior pressão positiva, impulsionado pela expansão de 83% dos produtos pesquisados, com destaque para automóveis, caminhões, veículos para transporte de mercadorias e caminhão-trator. Outras contribuições positivas vieram de máquinas e equipamentos (4,5%), outros equipamentos de transporte (13,3%), refino de petróleo e produção de álcool (4,5%), equipamentos médico-hospitalares, ópticos e outros (23,2%), indústrias extrativas (3,3%) e minerais não metálicos (4,6%). Nessas atividades, sobressaíram os itens: motoniveladores e aparelhos carregadoras-transportadoras; aviões e motocicletas; óleo diesel e gasolina; relógios; minérios de ferro; e ladrilhos e placas de cerâmica e cimentos “portland”. Entre os nove ramos com queda na produção, outros produtos químicos (-5,3%), têxtil (-10,4%) e edição e impressão (-4,8%) exerceram os maiores impactos negativos sobre a média global.

 

Em bases trimestrais, observa-se que o setor industrial, ao avançar 2,3% nos três primeiros meses do ano, sustenta resultados positivos há seis trimestres consecutivos, mas com clara redução no ritmo de crescimento desde os 18,2% registrados no primeiro trimestre de 2010, ambas as comparações contra igual período do ano anterior. Entre as categorias de uso, bens de capital, que passou de 7,1% no último trimestre do ano passado para 8,4% nos três primeiros meses de 2011, e bens de consumo duráveis (de 1,5% para 5,0%) mostraram ganho entre os dois períodos. Nos demais segmentos, bens intermediários (de 3,8% para 1,6%) foi o que apontou a maior desaceleração no ritmo de crescimento entre os dois períodos, seguido por bens de consumo semi e não duráveis (de 1,6% para 0,3%) que assinalou a menor expansão nos três primeiros meses de 2011.

 

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

 

 

* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.. Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.

 

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Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE – Base: Março de 2011. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2011. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/pesquisa-industrial-mensal-producao-fisica-brasil-fonte-ibge-base-marco-de-2011/ Acesso em: 21 nov. 2024