Economia

Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE – Base: Fevereiro de 2012

Produção industrial avança 1,3% em fevereiro

Em fevereiro de 2012, o índice da produção industrial avançou 1,3% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais,
recuperando parte da perda de 1,5% verificada no mês anterior. Esse é o resultado mais elevado desde os 2,2% assinalados em fevereiro de 2011. Na
comparação com fevereiro de 2011, o total da indústria teve queda de 3,9%, sexta taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto e a mais intensa
desde setembro de 2009 (-7,6%).

Assim, o setor industrial acumulou perda de 3,4% nos dois primeiros meses de 2012. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, ao
recuar 1,0% em fevereiro de 2012, prosseguiu com a trajetória descendente iniciada em outubro de 2010 (11,8%) e assinalou a taxa negativa mais intensa
desde fevereiro de 2010 (-2,6%).

O índice de média móvel trimestral mostrou ligeira variação de 0,1%, a primeira taxa positiva nesse indicador desde julho do ano passado.

A elevação do ritmo da atividade industrial em fevereiro de 2012 (1,3%) ocorreu de forma generalizada, atingindo a maioria (18) dos 27 ramos
industriais, mas com claro destaque para veículos automotores e indústrias extrativas, que mostraram recuperação frente às perdas mais intensas
observadas em janeiro último. Vale ressaltar que o resultado de fevereiro para o total da indústria, além de eliminar parte do recuo de 1,5% verificado
no mês passado, é o mais elevado desde os 2,2% assinalados em fevereiro de 2011. Os sinais de uma melhora no ritmo da atividade industrial nesse mês
também ficaram evidenciados na evolução do índice de média móvel trimestral que mostrou ligeira variação de 0,1%, primeira taxa positiva nesse
indicador desde julho do ano passado.

No confronto com igual período do ano anterior, o setor industrial apontou resultado negativo pelo sexto mês seguido, com o índice de fevereiro de 2012
(-3,9%) sendo a taxa negativa mais intensa desde setembro de 2009 (-7,6%). Vale destacar que o resultado desse mês teve influência da elevada base de
comparação, já que em fevereiro do ano passado o total da indústria mostrou crescimento de 7,5% nesse tipo de confronto, e do efeito calendário, uma
vez que fevereiro de 2012 teve um dia útil a menos que igual mês do ano anterior. Com isso, o total da indústria acumulou queda de 3,4% no primeiro
bimestre de 2012, intensificando o recuo de 2,1% verificado no quarto trimestre do ano passado, ambas as comparações contra igual período do ano
anterior. Entre as categorias de uso, esse movimento ficou bem marcado nos setores de bens de capital, que passou de -1,4% para -14,6% entre os dois
períodos, e de bens de consumo duráveis (de -9,5% para -15,4%). O segmento de bens intermediários permaneceu com perdas abaixo da média da indústria no
4º trimestre de 2011 (-0,8%) e no 1º bimestre de 2012 (-1,1%), enquanto o setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis foi único que assinalou
ganho de ritmo entre os dois períodos, ao passar de -1,6% para 1,2%.

Entre os 27 ramos pesquisados, 18 registram alta de janeiro para fevereiro

Com o avanço de 1,3% observado no total da indústria entre janeiro e fevereiro, o patamar de produção ficou 3,4% abaixo do nível recorde atingido em
março de 2011. Dos 27 setores pesquisados, 18 apresentaram expansão, com destaque para a maior influência exercida por veículos automotores, que
cresceu 13,1% em fevereiro de 2012, eliminando parte da queda de 31,2% verificada em janeiro último. Vale ressaltar que o recuo mais intenso observado
no mês anterior foi explicado especialmente pela concessão de férias coletivas que atingiu várias empresas do setor. Também merecem destaque as
contribuições positivas vindas de indústrias extrativas (9,3%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (23,8%),
farmacêutica (7,0%), outros produtos químicos (3,1%), bebidas (6,0%), máquinas para escritório e equipamentos de informática (9,5%) e refino de
petróleo e produção de álcool (2,5%). Vale destacar que, com exceção desse último setor, que acumulou expansão de 7,4% nos últimos dois meses de
crescimento na produção, os demais apontaram resultados negativos em janeiro último: -8,3%, -14,3%, -0,7%, -0,4%, -7,7%, e -12,5%, respectivamente. Por
outro lado, as principais pressões negativas sobre a média global da indústria vieram de máquinas e equipamentos (-4,8%), que interrompeu três meses de
taxas positivas que acumularam ganho de 10,6%, material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-6,3%), alimentos (-1,1%) e fumo
(-13,3%).

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital (5,7%) alcançou o resultado mais elevado nesse mês,
recuperando parte da queda de 16,1% assinalada em janeiro último. A produção dos segmentos de bens intermediários (2,3%) e de bens de consumo semi e
não duráveis (1,1%) também mostraram crescimento em fevereiro de 2012, com o primeiro praticamente eliminando a queda de 2,4% verificada no mês
anterior, e o segundo acumulando expansão de 4,7% nos últimos quatro meses de taxas positivas. O setor de bens de consumo duráveis (-4,3%) apontou o
único resultado negativo entre as categorias de uso, segundo recuo consecutivo nesse tipo de comparação, acumulando nesse período perda de 7,5% que
eliminaram o avanço de 6,3% registrado em dezembro último.

Média móvel trimestral varia 0,1%

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou ligeira variação positiva, de 0,1%
no trimestre encerrado em fevereiro frente ao nível do mês anterior, interrompendo o comportamento predominantemente negativo observado desde agosto de
2011. Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, o destaque positivo ficou com a produção de bens de consumo
semi e não duráveis que assinalou crescimento de 0,8% nesse mês e manteve a sequência de taxas positivas iniciada em dezembro último. O segmento de
bens intermediários ficou estável em fevereiro (0,0%) frente ao patamar do mês anterior, após registrar trajetória claramente descendente desde maio de
2011. Os setores produtores de bens de consumo duráveis (-0,5%) e de bens de capital (-2,8%) assinalaram os resultados negativos entre as categorias de
uso, com o primeiro revertendo dois meses de taxas positivas que acumularam expansão de 3,3%, e o segundo apontando perda de 6,3% em dois meses de
quedas consecutivas nesse indicador.

Produção industrial recua 3,9% na comparação com fevereiro de 2011

Na comparação entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2011, o setor industrial mostrou queda de 3,9%, com 16 das 27 atividades pesquisadas apontando
taxas negativas. Vale citar que fevereiro de 2012 (19 dias) teve um dia útil a menos que igual mês do ano anterior (20). O ramo de veículos
automotores, que recuou 28,3%, exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionado em grande parte pela queda na
produção de aproximadamente 90% dos produtos investigados no setor, com destaque para automóveis, caminhão-trator para reboques e semi-reboques,
caminhões, veículos para transporte de mercadorias e chassis com motor para ônibus e caminhões. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total
nacional vieram de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-15,8%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-17,6%), máquinas
e equipamentos (-4,7%), produtos de metal (-8,7%), borracha e plástico (-8,6%) e máquinas para escritório e equipamentos de informática (-17,2%). Em
termos de produtos, os destaques nesses ramos foram, respectivamente, transformadores e motores elétricos; telefones celulares e aparelhos de comutação
para telefonia; carregadoras-transportadoras, aparelhos de ar condicionado e aparelhos elevadores ou transportadores de mercadorias; partes e peças
para caldeiras geradoras de vapor e parafusos, ganchos, porcas e outros artefatos de ferro e aço; tiras ou fitas autoadesivas de plásticos, chapas,
folhas e películas de plásticos, pneus para ônibus e caminhões e peças e acessórios de plástico e de borracha para indústria automobilística; e
computadores, monitores de vídeo e impressoras.

Por outro lado, ainda na comparação com fevereiro de 2011, entre os dez setores que registraram taxas positivas, o principal impacto ficou com o ramo
de outros produtos químicos (12,6%), impulsionado não só pela maior produção em aproximadamente 60% dos produtos investigados no setor, mas também pela
baixa base de comparação por conta especialmente da paralisação não programada em razão dos efeitos do desligamento do setor elétrico que afetou a
região Nordeste do país em fevereiro do ano passado. Nesta atividade, as influências positivas mais relevantes vieram dos avanços na fabricação dos
itens herbicidas para uso na agricultura, etileno não saturado, policloreto de vinila (PVC), tintas e vernizes para construção, borracha de
estireno-butadieno, polipropileno e polietileno de alta e baixa densidade. Vale citar também os resultados positivos vindos de refino de petróleo e
produção de álcool (8,4%), edição, impressão e reprodução de gravações (9,5%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros
(25,5%), celulose, papel e produtos de papel (5,6%) e indústrias extrativas (3,8%), impulsionados em grande parte pelos itens gasolina automotiva e
óleo diesel, no primeiro ramo, livros e revistas, no segundo, controladores lógico programáveis, no terceiro, celulose, no quarto, e óleos brutos de
petróleo no último.

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com igual mês do ano anterior, os índices foram bem negativos para bens de consumo duráveis (-22,1%) e
bens de capital (-16,0%). No primeiro segmento, que mostrou a queda mais acentuada desde fevereiro de 2009 (-24,4%), o desempenho desse mês foi
explicado em grande parte pela menor fabricação de automóveis (-33,1%), refletindo ainda algumas paralisações ocorridas em empresas do setor, vindo a
seguir os recuos na produção de telefones celulares (-24,3%) e de motocicletas (-11,1%). Nessa categoria de uso, o impacto positivo mais relevante veio
da maior fabricação de eletrodomésticos da “linha branca” (7,0%), uma vez que os eletrodomésticos da “linha marrom” (0,8%) e artigos do mobiliário
(1,4%) apontaram expansões mais moderadas. O setor produtor de bens de capital, que assinalou o recuo mais intenso desde outubro de 2009 (-16,9%), teve
seu resultado influenciado pela queda na maior parte dos seus subsetores, com destaque para bens de capital para equipamentos de transporte (-20,7%),
ainda bastante pressionado pela menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, veículos para transporte de mercadorias e
chassis com motor para ônibus e caminhões. Vale citar também os recuos verificados em bens de capital para uso misto (-11,6%), para energia elétrica
(-28,7%) e para construção (-18,9%), enquanto os subsetores de bens de capital para fins industriais (5,2%) e agrícolas (5,0%) apontaram os resultados
positivos em fevereiro de 2012.

Ainda no índice mensal, os segmentos de bens de consumo semi e não duráveis (0,5%) e de bens intermediários (0,4%) assinalaram acréscimo na produção em
fevereiro de 2012, com o primeiro apontando o seu segundo resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação, e o segundo interrompendo uma
sequência de quatro meses de taxas negativas. No primeiro segmento, o índice foi positivamente influenciado pelos grupamentos de carburantes (14,9%) e
de outros não duráveis (2,3%), impulsionados em grande parte pelos itens gasolina automotiva e álcool, no primeiro subsetor, e livros, medicamentos e
vacinas veterinárias no segundo. Por outro lado, os grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-2,4%) e de semiduráveis
(-6,6%) exerceram os impactos negativos nessa categoria de uso. Na indústria produtora de bens intermediários, o avanço registrado em fevereiro foi
sustentado pelo comportamento positivo vindo dos produtos associados às atividades de outros produtos químicos (13,5%), refino de petróleo e produção
de álcool (5,6%), indústrias extrativas (3,8%), alimentos (6,2%), celulose e papel (5,0%) e minerais não metálicos (2,9%), enquanto as contribuições
negativas foram verificadas em veículos automotores (-17,6%), borracha e plástico (-9,2%), têxtil (-11,7%), metalurgia básica (-1,6%) e produtos de
metal (-6,2%). Ainda nessa categoria de uso, vale citar também os resultados vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (1,2%), que
assinalou a décima taxa positiva consecutiva, e de embalagens (-1,0%), que interrompeu quatro meses de crescimento.

Índice acumulado no primeiro bimestre recua 3,4%

No índice acumulado para o período janeiro-fevereiro de 2012, frente a igual período do ano anterior, o recuo foi de 3,4%, com 15 dos 27 ramos
investigados e três das quatro categorias de uso apontando taxas negativas. O ramo de veículos automotores, com queda de 27,6%, se manteve como o de
maior influência negativa na formação do índice geral, pressionado pela redução na produção da maior parte dos produtos pesquisados no setor, com
destaque para a menor fabricação de automóveis, caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, veículos para transporte de mercadorias e
chassis com motor para ônibus e caminhões. Vale citar também as contribuições negativas vindas de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-12,8%),
máquinas para escritório e equipamentos de informática (-20,9%), borracha e plástico (-6,4%), vestuário e acessórios (-19,6%), material eletrônico,
aparelhos e equipamentos de comunicações (-9,6%) e têxtil (-7,8%). Nessas atividades sobressaíram, respectivamente, a menor fabricação dos itens
transformadores e motores elétricos; computadores, peças e acessórios para processamento de dados, impressoras e monitores de vídeo; pneus para ônibus
e caminhões; calças compridas de uso feminino e camisas de malha de algodão; telefones celulares e aparelhos de comutação para telefonia; e tecidos de
algodão e fios de algodão. Por outro lado, entre os 12 ramos que registraram avanço na produção, as principais influências sobre o total da indústria
ficaram com os setores de outros produtos químicos (6,9%), refino de petróleo e produção de álcool (6,2%), alimentos (2,1%) e edição, impressão e
reprodução de gravações (5,5%), impulsionados principalmente pela maior produção de herbicidas para uso na agricultura, no primeiro setor, gasolina
automotiva, no segundo, sucos concentrados de laranja, no terceiro, e livros no último.

Entre as categorias de uso, o perfil dos resultados para o primeiro bimestre de 2012 confirmou o menor dinamismo para bens de consumo duráveis (-15,4%)
e bens de capital (-14,6%), pressionados especialmente pela menor produção de automóveis, no primeiro grupamento, e de bens de capital para transporte
(caminhões) no segundo. O setor produtor de bens intermediários (-1,1%) apontou recuo menos acentuado que o da média da indústria (-3,4%), enquanto o
segmento de bens de consumo semi e não duráveis, com expansão de 1,2%, assinalou o único resultado positivo no índice acumulado dos dois primeiros
meses do ano.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela
UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de
Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás –
Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.. 
Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini

Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE – Base: Fevereiro de 2012. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2012. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/pesquisa-industrial-mensal-producao-fisica-brasil-fonte-ibge-base-fevereiro-de-2012/ Acesso em: 22 nov. 2024