Economia

Índice de Preços ao Produtor – Fonte IBGE – Base: Setembro de 2011

Índice de Preços ao Produtor (IPP) de setembro fica em 1,23%

Em setembro de 2011, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 1,23% em comparação com o mês anterior, resultado superior ao alcançado em agosto
(0,16%). Ao comparar o mês atual contra o mesmo mês do ano anterior (acumulado em 12 meses), os preços variaram 4,90% em setembro e 4,24% em agosto. Já
a variação acumulada em 2011 foi de 1,99% em setembro e 0,75% no mês anterior.

O IPP mede a evolução dos preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação. A publicação
completa da pesquisa pode ser acessada na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/ipp.

17 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços

Em setembro de 2011, 17 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços, contra 11 do mês anterior. As quatro maiores variações de setembro
em relação a agosto foram em fumo (6,74%), outros equipamentos de transporte (4,98%), madeira (3,39%) e alimentos (2,84%). Os itens com maior
influência, ou impacto, na variação de setembro contra agosto (1,23%) foram alimentos (0,53 pontos percentuais), outros produtos químicos (0,28 p.p.),
metalurgia (0,10 p.p.) e outros equipamentos de transporte (0,09 p.p.).

O indicador acumulado de 2011 atingiu 1,99 % em setembro, contra 0,75% em agosto. Entre as atividades que tiveram as maiores variações percentuais na
perspectiva do indicador acumulado, sobressaem calçados e artigos de couro (13,75%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-
11,70%), borracha e plástico (8,23%) e outros produtos químicos (7,51%). Os setores com maior influência foram outros produtos químicos (0,77 p.p.),
alimentos (0,55 p.p.), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-0,42 p.p.) e refino de petróleo e produtos de álcool (0,41 p.p.).

Na comparação com o mesmo mês de 2010 (acumulado em 12 meses), os preços aumentaram 4,90% em setembro, contra 4,24% em agosto. As quatro maiores
variações de preços ocorreram em calçados e artigos de couro (16,33%), alimentos (15,11%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos
(-13,49%) e têxtil (12,87%). As principais influências na comparação de setembro contra o mesmo mês do ano anterior vieram de alimentos (2,61 p.p.),
outros produtos químicos (1,14 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,69 p.p.) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos
(-0,51 p.p.).

Com a variação mensal de 2,84% em setembro, os alimentos acumulam 2,91% em 2011. No primeiro trimestre, o setor havia acumulado uma variação negativa
de -0,30%, que se acentuou no segundo trimestre (-4,25%). Foram as variações positivas observadas no último trimestre (7,79%) que garantiram a taxa
positiva observada. No acumulado em 12 meses, a série iniciada em dezembro de 2010 obteve em setembro a menor variação (15,11%) observada pelo
indicador. Manteiga de cacau e produtos embutidos ou de salamaria de bovino, integrado ao abate aparecem em destaque nos três indicadores, sendo que o
primeiro com variação negativa e o segundo, positiva. Açúcar demerara, inclusive açúcar VHP tem variação positiva destacada no indicador mensal e na
comparação com setembro de 2010, enquanto dois produtos da torrefação e moagem de café sobressaem nas variações positivas observadas nos acumulados em
2011 e em 12 meses. Sucos concentrados de laranja aparece com destacada variação na comparação contra o mês anterior. Em termos de influência, açúcar
cristal e açúcar refinado de cana influenciaram, de forma positiva, a variação observada na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Resíduos da
extração de soja e sucos concentrados de laranja se destacaram nas comparações com o mês anterior (ambas positivas) e com setembro de 2010 (positiva no
caso do suco e negativa no de resíduos). Entre os produtos da torrefação e moagem de café, a variação observada para o café torrado e moído no
acumulado em 2011 implicou que a mesma tivesse destaque em termos de influência.

Os preços dos têxteis apresentaram em setembro de 2011 variação negativa de -0,6% comparado ao mês anterior. Assim, como observado nos últimos meses, o
setor apresentou queda de preços, embora em um menor patamar (-2,01% em agosto). Apesar das quedas recentes, são positivos os índices referentes ao
acumulado no ano (4,05%) e em 12 meses (12,87%). Tecidos de algodão tintos ou estampados, exceto combinados e tecidos de algodão tintos, estampados,
inclusive combinados aparecem entre os destaques com influência positiva no acumulado em 2011 e em 12 meses, mas com influência negativa no indicador
mensal. Já roupas de banho com tecidos de algodão, integradas à tecelagem aparece com influência positiva nos três indicadores. Por fim, fios de
algodão singelos é um produto que se destaca, com sinal negativo, tanto em termos de variação quanto de influência no acumulado.

Neste mês, calçados e produtos de couro variaram em 2,71% em comparação com o mês anterior, elevando o acumulado no ano de 10,75% em agosto para 13,75%
em setembro. Entre os quatro produtos de maior ponderação no cálculo apenas tênis de materiais têxtil ou sintético, montado não aparece em destaque na
variação e na influência mensal. Neste setor, a desvalorização cambial de setembro teve efeito importante no desempenho dos preços, haja vista a
inserção do setor em termos de exportação, particularmente de produtos de couro.

Em função basicamente dos preços de exportação, num cenário de valorização de quase 10% do dólar frente ao real no mês de setembro, madeira registrou
variação positiva de preços de 3,39% em setembro com relação a agosto, maior variação positiva desde maio de 2010. Mesmo assim, a atividade ainda
registra uma variação negativa no acumulado do ano de -0,62%. Com relação aos últimos doze meses, o indicador acumula uma variação positiva de 0,54%.
Para o indicador acumulado do ano, madeira serrada, aplainada ou polida teve variação positiva e, na comparação com setembro de 2010, além deste, houve
variação positiva no preço dos painéis de fibra de madeira.

Os preços de refino de petróleo e produtos de álcool registraram variação positiva de 0,20% em relação ao mês anterior, invertendo a variação de -0,28%
de agosto. O indicador do mês de setembro retoma uma trajetória ascendente no acumulado do ano, registrando 3,76% de janeiro a setembro, voltando a
patamares de julho de 2011, quando o índice do ano se encontrava em 3,84%. Nos últimos doze meses, a elevação de setembro foi de 6,31% contra 6,50% em
agosto. A inversão de trajetória dos preços do setor se deve, principalmente, ao aumento no nível de preços do álcool etílico, ainda que a trajetória
positiva tenha sido de menor intensidade que em meses anteriores. Ainda como destaques de influência no indicador mensal, óleo diesel e outros óleos
combustíveis e nafta registram influência positiva, enquanto gasolina aparece como influência negativa. Juntos estes quatro produtos foram responsáveis
por 0,20 p.p. no indicador mensal. Nafta, querosene de aviação, álcool etílico e óleos lubrificantes básicos somaram influências positivas nos
acumulados do ano e em 12 meses.

Outros produtos químicos apresentaram variação de 2,63% em comparação ao mês anterior. Este resultado representa uma inversão de trajetória, depois das
quedas em agosto (-2,00%) e julho (-2,09%). No ano, o setor acumula alta de 7,51%, e nos últimos dozes meses a variação positiva ficou em 11,20%. Parte
dos produtos ligados à indústria petroquímica registrou variação positiva na variação mensal, como no caso dos produtos de polietileno, etileno e
propeno. O mesmo se deu no setor de fabricação de adubos e fertilizantes, como no caso dos produtos à base de NPK. A alta do final de 2010 e início de
2011 de produtos ligados à cadeia do petróleo sustenta propeno e polipropileno entre os destaques do acumulado em 2011, junto com os adubos ou
fertilizantes à base de NPK, todos com influência positiva. Em sentido contrário, as recentes quedas nos níveis dos preços do etileno o colocam com
sinal negativo na influência do acumulado do ano. O cenário é semelhante para o acumulado em 12 meses, tendo como destaques o propeno, polipropileno e
fertilizantes NPK, também com sinal positivo, e o etileno, com sinal negativo.

Após três meses seguidos de queda, a metalurgia registrou variação positiva de preços de 1,20% na variação mensal, em função basicamente da valorização
do dólar. Mesmo assim, a atividade ainda registra uma variação negativa no acumulado do ano de -1,07% e de -2,83% nos últimos 12 meses. Os produtos que
mais influenciaram o aumento de setembro foram lingotes, blocos, tarugos ou placas de aço ao carbono e alumínio não ligado em formas brutas, que são
destaques tanto na variação mensal quanto na influência no mês. Lingotes, blocos, tarugos ou placas de aço ao carbono têm valor positivo para o
indicador acumulado no ano, enquanto no acumulado em 12 meses é observada variação positiva em chapas e tiras de alumínio de forma quadrada ou
retangular. Em termos de influência, no acumulado em 12 meses, aparece em destaque o alumínio não ligado em formas brutas, além de lingotes, blocos,
tarugos ou placas de aço ao carbono, produto da siderurgia.

Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos registraram variação de preços de -1,45% em setembro, maior variação negativa mensal desde
julho de 2011. A atividade registra variações negativas de -11,70% em 2011 e -13,49% em 12 meses. Os produtos que mais influenciaram o índice mensal
foram telefones celulares (negativo); tubos de imagem para receptores de televisão e monitores de vídeo (positivo); PC desktops (positivo); e rádios
receptores para qualquer uso, mesmo combinados com outros aparelhos (negativo) responsáveis por -1,53 p.p. da taxa de -1,45%. Telefones celulares foram
destaque tanto em variação quanto em influência (negativas). A desvalorização do real em setembro refletiu, por sua vez, no aumento de preços de PC
desktops, fato que ocorreu apenas cinco vezes desde o início da série.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela
UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de
Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás –
Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul..
Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de
Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período
de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos,
na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de
empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.

(48) 4105-0832

(48) 9976-6974

ricardobergamini@ricardobergamini.com.br

http://www.ricardobergamini.com.br

www.ricardobergamini.com.br/blog

Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Índice de Preços ao Produtor – Fonte IBGE – Base: Setembro de 2011. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2011. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/indice-de-precos-ao-produtor-fonte-ibge-base-setembro-de-2011/ Acesso em: 31 out. 2025