Economia

Contas Nacionais Trimestrais – Fonte IBGE – Base: Terceiro Trimestre de 2009

 

 

PIB cresce 1,3% em relação ao 2º trimestre e chega a R$ 797 bilhões

 

No terceiro trimestre de 2009, na série com ajuste sazonal, o maior destaque foi a Indústria (2,9%), seguida pelos Serviços (1,6%). Já a Agropecuária sofreu retração (- 2,5%).

 

Em relação ao terceiro trimestre de 2008, o PIB teve queda (-1,2%). Nessa comparação, os Serviços obtiveram o melhor desempenho (2,1%), enquanto a Agropecuária (- 9,0%) e Indústria (- 6,9%) recuaram.

 

O PIB acumulado nos quatro trimestres recuou (- 1,0%) em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, com quedas na Indústria (-7,1%) e Agropecuária (- 4,0%), e alta nos Serviços (1,9%).

 

A taxa de investimento no terceiro trimestre de 2009 foi 17,7% do PIB, inferior à do mesmo período de 2008 (20,1%). O PIB alcançou R$ 797,0 bilhões, e os Valores Adicionados dos setores de atividade foram: Agropecuária (R$ 40,1 bilhões), Indústria (R$ 181,9 bilhões) e Serviços (R$ 465,2 bilhões).

 

No terceiro trimestre de 2009, o PIB a preços de mercado cresceu de 1,3% em relação ao segundo trimestre desse ano, na série com ajuste sazonal. O maior destaque foi a Indústria com crescimento de 2,9%, seguida pelos Serviços (1,6%). Por outro lado, a Agropecuária sofreu retração de (-2,5%).

 

Em relação aos componentes da demanda interna, destaca-se o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo: 6,5% no terceiro trimestre de 2009, em relação ao segundo trimestre. A Despesa de Consumo das Famílias cresceu 2,0%, seguida pela Despesa de Consumo da Administração Pública com elevação de 0,5%. Já pelo lado do setor externo, as Exportações de Bens e Serviços apresentaram variação de 0,5% e as Importações de Bens e Serviços cresceram 1,8%, ambas apresentando o segundo crescimento seguido nessa base de comparação.

 

PIB se retrai (-1,2%) em relação ao terceiro trimestre de 2008

 

No terceiro trimestre de 2009, o PIB a preços de mercado apresentou redução (-1,2%) em relação a igual período de 2008. O Valor Adicionado a preços básicos (-1,1%) e os Impostos sobre Produtos (-2,0%) tiveram queda. A redução mais intensa do volume dos Impostos sobre Produtos em relação à queda do valor adicionado deve-se, em grande parte, à queda das Importações de Bens e Serviços.

 

Em relação ao terceiro trimestre de 2008, os Serviços obtiveram o melhor desempenho (2,1%). Já a Agropecuária apresentou redução (-9,0%), assim como a Indústria (-6,9%).

 

A queda na Agropecuária, além do desempenho da pecuária e da silvicultura, pode ser explicada pelo desempenho de alguns produtos que possuem safra relevante no trimestre. Com exceção da cana-de-açúcar, com estimativa de crescimento anual de 6,9%, as estimativas para 2009 do trigo em grão (-15,1%), do café em grão (-13,8%), da mandioca (-0,3%) e da laranja (-0,1%) apresentaram quedas em relação ao ano anterior.

 

Na Indústria, a maior queda foi na Construção Civil (-8,4%), seguida pela Indústria de Transformação (-7,9%), Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-3,3%) e a Extrativa Mineral (-2,0%). Esta última queda pode ser explicada, em grande parte, pelo recuo (-22,1%) da produção de minério de ferro, já que houve aumento de 4,8% da produção de petróleo e gás.

 

O setor de Serviços cresceu 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os destaques foram Intermediação Financeira e Seguros (6,1%); Outros Serviços (4,9%); Serviços de Informação (4,5%); Administração, Saúde e Educação Pública (3,2%) e Serviços Imobiliários e Aluguel (1,4%). Por outro lado, houve quedas em Transporte, Armazenagem e Correio (-2,9%) e Comércio (-2,8%).

 

A Despesa de Consumo das Famílias (3,9%) mostrou o vigésimo quarto crescimento consecutivo nessa comparação. Um dos fatores que contribuíram para este resultado foi a elevação de 2,5% da massa salarial real, com aumento de ocupação e do rendimento médio real do trabalho1. Além disso, apesar da pequena desaceleração da taxa de crescimento trimestral em relação ao segundo trimestre, houve um crescimento, em termos nominais, de 17,9% do saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas2.

 

A Despesa de Consumo da Administração Pública cresceu 1,6% no terceiro trimestre de 2009, em relação ao mesmo período de 2008. Já a Formação Bruta de Capital Fixo mostrou queda (-12,5%), principalmente, pela redução da produção interna e da importação de máquinas e equipamentos.

 

As Exportações de Bens e Serviços continuaram em queda (-10,1%) no período, bem como as Importações de Bens e Serviços (-15,8%). Os importados que mais contribuíram para esse recuo foram: máquinas e equipamentos, tratores, metalurgia, siderurgia, material elétrico, outros produtos do refino, peças e acessórios para veículos automotores e químicos diversos.

 

PIB acumulado no ano teve queda (-1,7%) em relação ao mesmo período de 2008

 

O PIB acumulado de janeiro a setembro de 2009 teve queda (-1,7%) em relação à igual período de 2008. Indústria (-8,6%) e Agropecuária (-5,3%) recuaram, e os Serviços cresceram 1,9%.

 

As quatro atividades da Indústria caíram em relação ao acumulado dos três primeiros trimestres de 2008, e a maior redução foi na Indústria de Transformação (-10,7%), seguida por Construção Civil (- 9,1%), Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (- 3,7%) e a Extrativa Mineral (-2,1%).

 

Em Serviços, as maiores altas foram nos Serviços de Informação (5,9%), na Intermediação Financeira e Seguros (5,8%), Outros Serviços (5,6%), Administração, Saúde e Educação Pública (3,2%) e Atividades imobiliárias e aluguel (1,4%). Houve quedas em Transporte, armazenagem e correio (-4,8%) e Comércio (-4,2%).

 

Na análise da demanda interna, comparando-se o acumulado de janeiro a setembro contra o mesmo período de 2008, destaca-se o crescimento de 3,3% da Despesa de Consumo da Administração Pública seguida, seguida pelo Consumo das Famílias (2,8%). Já a Formação Bruta de Capital Fixo teve queda (-14,2%).

 

As Importações de Bens e Serviços (-16,0%) seguem caindo mais que as Exportações de Bens e Serviços (-12,1%).

 

PIB acumulado nos últimos quatro trimestres mostra queda (-1,0%) em relação a 2008

 

O PIB a preços de mercado acumulado nos quatro trimestres apresentou queda (-1,0%) em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Esta taxa resultou das variações negativas no Valor Adicionado a preços básicos (-0,9%) e nos Impostos sobre Produtos (-1,9%). Nesta comparação, houve quedas no valor adicionado da Indústria (-7,1%) e Agropecuária (-4,0%), mas crescimento nos Serviços (1,9%).

 

Na Indústria, o maior recuo foi na Indústria da Transformação (-9,5%), seguida pela Construção Civil (-6,3%), Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-1,9%) e pela Extrativa Mineral (-1,4%).

 

Nos Serviços, houve altas em Serviços de Informação (6,7%), em Intermediação Financeira e Seguros (5,9%) e em Outros Serviços (5,0%). Houve quedas em Transporte, Armazenagem e Correio (-4,2%) e Comércio (-3,5%).

 

Após crescer até 5,7% em 2004, o PIB recuou para 3,2% no quarto trimestre de 2005, acelerando para 6,6% no terceiro trimestre de 2008 e recuando para -1,0% no terceiro trimestre de 2009.

 

A Despesa de Consumo das Famílias cresceu 3,1%, e a da Administração Pública atingiu 2,5%. A Formação Bruta de Capital Fixo apresentou a segunda queda (-10,2%) seguida, devido aos recuos na Construção Civil e na produção e importação de máquinas e equipamentos. Houve quedas nas Exportações de Bens e Serviços (-10,9%) e nas Importações de Bens e Serviços (-10,5%).

 

PIB chega a R$ 797,0 bilhões no terceiro trimestre de 2009

 

O Produto Interno Bruto a preços de mercado, para o terceiro trimestre de 2009, alcançou $ 797,0 bilhões, sendo R$ 687,1 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 109,9 bilhões aos Impostos sobre Produtos.

 

Os Valores Adicionados no terceiro trimestre de 2009 foram: Agropecuária (R$ 40,1 bilhões), Indústria (R$ 181,9 bilhões) e Serviços (R$ 465,2 bilhões). O Consumo das Famílias totalizou R$ 507,3 bilhões, o Consumo da Administração Pública, R$ 153,3 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo, R$ 140,9 bilhões. A Balança de Bens e Serviços (-R$ 37,3 milhões) e a Variação de Estoques (-R$ 4,4 bilhões) ficaram negativas.

 

A taxa de investimento no terceiro trimestre de 2009 foi de 17,7% do PIB, inferior à do mesmo período de 2008 (20,1%), principalmente, pela queda, em volume, da Formação Bruta de Capital Fixo no trimestre (-12,5%).

 

Notas:

 

1 Segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME/IBGE).

 

2 Segundo a Nota para Imprensa “Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro”.

 

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

 

 

* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul..  Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini

Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Contas Nacionais Trimestrais – Fonte IBGE – Base: Terceiro Trimestre de 2009. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/contas-nacionais-trimestrais-fonte-ibge-base-terceiro-trimestre-de-2009/ Acesso em: 26 dez. 2024