A primeira grande
tentativa de globalização na Idade Antiga ocorreu quando Roma pretendeu fazer
chegar sua influência a todos os povos com os quais chegou a manter contato.
Nesse período, a evolução dos povos alcançou um grande progresso. O problema
era a mentalidade imperialista dos romanos, os quais, simplesmente, pretendiam
transformar todos os povos em meros garantidores das mordomias romanas. Nunca
pensaram de forma solidária em relação aos demais povos. Esse estado de coisas
gerou gradativamente o ódio dos dominados contra os dominadores, o que, a longo
prazo provocou a derrocada de Roma.
Nos tempos atuais, os
Estados Unidos, Rússia, França, Alemanha e Inglaterra repetiram a experiência
romana e, depois de terem provocado a 1ª e a 2ª Guerra mundiais, criaram a
atual grande crise econômica, arrastando atrás de si os demais países,que deles
dependem. Não podendo mais dominar os povos militarmente (a não ser o caso do
Iraque), têm sugado as energias produtivas da maioria dos povos ao ponto da
exaustão. Agora, não há praticamente ninguém para fazer a contento o papel de
consumidor dos produtos de alta qualidade daqueles cinco países. Pela morte dos
servos morrem os senhores, de inanição…
Todavia, quando falamos
em países, estamos nos referindo sobretudo à maior concentração de grandes
empresários, os quais têm derrubado as fronteiras das nações à procura de novos
mercados, dominando em todos os continentes. Hoje em dia não se pode mais falar
em governos mas em empresários, os quais detêm o poder de fato, colocando em
evidência, nos cargos políticos, aqueles que se lhes submetem às determinações.
Esses últimos se contentam com o papel de atores que representam a pantomima do
poder.
Por trás de tudo está
o egoísmo humano. Um cidadão comum pensa: – O que tenho a ver com a pobreza do
continente africano? O que tenho a ver com a quase impossibilidade dos negros
superarem a pobreza e a discriminação? O que tenho a ver com o problema dos
índios? O que tenho a ver com o desmatamento da Amazônia? O que tenho a ver com
a poluição do rio da minha cidade? O que tenho a ver com o crime organizado no
Rio de Janeiro?
Essa mentalidade
individualista, multiplicada por seis bilhões, gera a pobreza, o
fundamentalismo religioso, a exclusão social e os problemas humanos em geral.
O que posso fazer
para ajudar a reverter o quadro das calamidades humanas? – Dou a minha cota de
contribuição dentro da minha área de influência reduzindo o egoísmo e
implantando a solidariedade. Posso agir, falar e escrever. O resultado não
depende só de mim. Principalmente através dos recursos da Internet, minhas
idéias chegam longe, acessíveis aos habitantes do mundo inteiro que conheçam a
língua portuguesa.
A crime econômica
atual é pura e simplesmente o resultado do egoísmo humano. A saída é a
solidariedade. Os nomes do economês e do juridiquês que sejam utilizados para
explicar a crise atual são apenas formas de camuflar a falência das elites na
solução dos problemas coletivos.
Aliás, as elites, na
melhor das hipóteses, têm procurado soluções que não atinjam suas mordomias e,
aliás, pretendem até aumentar seus privilégios.
É agora o momento da
reflexão para mudarem-se os paradigmas.
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Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).