Política

Eleições: Aventureiros da política e especulação da ignorância do eleitor.


É
impressionante como há aventureiros disputando as eleições. A começar pelo
folclore político, pelas gozações e palhaçadas que certos candidatos fazem frente ao eleitor, tentando impressioná-lo
para obter o voto. Quando assisto o horário eleitoral gratuito, penso: “Pai
perdoai-os, pois eles não sabem o que falam”. A começar pelos nomes que adotam,
tentando se popularizar. Os Partidos Políticos devem realizar cursos e mais
cursos de política, incluindo: história dos partidos políticos, legislação
eleitoral, oratória e estilística de linguagem, lei orçamentária e lei de
responsabilidade fiscal, compreensão dos artigos principais da Constituição
Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Município e técnicas de
como redigir um projeto de lei.

Alguns
se aventuraram em disputar as eleições, estimulados por dirigentes partidários
que precisavam completar o quadro de candidatos. Outros se lançaram na política
buscando “encostar” no poder tentando obter um cargo, ou no mínimo um bom relacionamento, visando garantir
interesses futuros. Estes últimos sabem
que terão poucos votos e que não serão eleitos. Considerando o grau de
instrução da grande massa de eleitores, cuja maioria não tem o primeiro grau
completo, sendo um dos fatores que leva o eleitor a tornar-se muito frágil, por ocasião do
sufrágio.

A
ignorância ajuda a especular e explorar o eleitor, tornando-o “presa fácil” nas
mãos dos maus políticos. As armadilhas
das eleições e do sistema iludem os eleitores. Com grande esperteza, alguns
políticos usam os seus talentos preparando arapucas para pegar os incautos. O
eleitor necessitado acaba caindo nas armadilhas e depois reclama, mas já será
muito tarde. Entretanto, deve-se
ressaltar que não existem corruptos sem corruptores e vice-versa, pois de um lado, alguém quer comprar e de
outro, alguém quer vender. É desse liame de intenções maléficas que faz com o que a nossa Pátria se torne
subdesenvolvida.

Avizinha-se
o dia das eleições municipais de 2008. E os comentários que nos chegam, alerta
para a “compra de votos” no dia da eleição, com uma novidade. “O eleitor entra na cabine de votação, digita
o número do candidato e aparecem na urna eletrônica à foto do candidato,
número, partido, etc.” “O Eleitor, então fotografa com o seu
celular o visor da urna eletrônica. Após mostrará a foto da urna
eletrônica ao candidato com o qual está comprometido, para provar a sua
fidelidade. Neste momento, então, receberá um valor em reais como compensação”.
O frágil e oportunista eleitor que assim proceder estará ajudando para destruir
a cidadania e impedir que o Brasil se desenvolva e dê exemplos. Enquanto alguns
políticos agem de má-fé, há eleitores que também são verdadeiros bandidos e
oportunistas. É, na verdade, uma guerra. Mas, os maus exemplos vêm de cima.
Caso fosse liberalizado o voto, ou seja, o eleitor não seria mais obrigado a
votar, a corrupção eleitoral diminuiria muito. Este ensaio serve para reflexão,
e também para despertar nas pessoas com maior grau de consciência, para que ajudem a educar os eleitores e os
candidatos.

Olavo A.
Arruda D´Câmara

Como citar e referenciar este artigo:
D´CÂMARA, Olavo A. Arruda. Eleições: Aventureiros da política e especulação da ignorância do eleitor.. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2011. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/politica/eleicoes-aventureiros-da-politica-e-especulacao-da-ignorancia-do-eleitor/ Acesso em: 28 jul. 2025