Em
março, IBGE prevê safra de grãos 4,0% maior que safra recorde de 2010
A
safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas2 indica produção da ordem
de 155,6 milhões de toneladas, superior em 4,0% à safra recorde obtida em 2010
(149,7 milhões de toneladas). É o que indica a terceira estimativa do
Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA)3 em 2011.
A
área a ser colhida em 2011, de 48,1 milhões de hectares, apresenta acréscimo de
3,3%, frente à área colhida em 2010. As três principais culturas, que somadas
representam 90,8% do volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas:
o arroz, o milho e a soja, respondem por 82,4% da área a ser colhida
registrando, em relação ao ano anterior, variações de +1,7%, +2,2% e +2,1%,
respectivamente. Quanto à produção os acréscimos são, nessa ordem, de +18,0%,
+0,3% e +4,5%.
Entre
as Grandes Regiões, esse volume da produção de cereais, leguminosas e
oleaginosas apresenta a seguinte distribuição: Região Sul, 64,9 milhões de
toneladas; Centro-Oeste, 55,0 milhões de toneladas; Sudeste, 16,5 milhões de
toneladas; Nordeste, 15,0 milhões de toneladas e Norte, 4,3 milhões de
toneladas. Comparativamente ao ano anterior, são constatados incrementos nas
Regiões Norte, 7,1%, Nordeste, 26,2%, Centro-Oeste, 4,7%, Sul, 1,0%, e
decréscimo na Sudeste, 3,6%. O Paraná, nessa avaliação para 2011, mantém a
liderança na produção nacional de grãos, com uma participação de 20,2%, seguido
pelo Mato Grosso com 19,4% e Rio Grande do Sul com 17,3%.
Estimativa
de março em relação à produção obtida em 2010
Dentre
os vinte e cinco produtos selecionados, treze apresentam variação positiva na
estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço
(63,5%), amendoim em casca 1ª safra (7,8%), arroz em casca (18,0%),
batata-inglesa 1ª safra (13,2%), batata-inglesa 2ª safra (10,9%), feijão em
grão 1ª safra (27,4%), feijão em grão 2ª safra (4,7%), mamona em baga (51,3%),
mandioca (8,6%), milho em grão 2ª safra (2,4%), soja em grão (4,5%), sorgo em
grão (14,4%) e triticale em grão (21,3%). Com variação negativa: amendoim em
casca 2ª safra (11,4%), aveia em grão (25,2%), batata-inglesa 3ª safra (4,7%),
cacau em amêndoa (1,1%), café em grão (9,7%), cana-de-açúcar (7,7%), cebola (8,6%),
cevada em grão (12,6%), feijão em grão 3ª safra (9,5%), laranja (2,4%), milho
em grão 1ª safra (1,1%) e trigo em grão (19,3%).
As
principais culturas temporárias de verão, com ênfase para a soja e milho,
continuam em fase de colheita. Nos próximos levantamentos, prosseguirá o
acompanhamento da colheita e do desenvolvimento das segunda e terceira safras
de alguns produtos, além das culturas de inverno que, devido ao calendário
agrícola, apresentam estimativas ainda baseadas em projeções.
Destaques
na estimativa de março em relação a fevereiro
ALGODÃO
HERBÁCEO (em caroço) – Estimativa de produção de 4,8 milhões de toneladas,
maior 3,9% que a registrada em fevereiro. Este novo levantamento confirma a
tendência de ampliação da área plantada, agora avaliada com acréscimo de 3,5%,
resultado dos novos dados da Bahia, o segundo produtor nacional. Nesse Estado,
como nos demais centros produtores, a demanda interna e externa crescente, os
baixos estoques mundiais e os bons preços praticados estimularam o plantio. A
área da safra baiana apresentou incremento de 13,4%, frente ao mês passado,
enquanto que a produção esperada cresceu 14,0% nesta comparação mensal.
ARROZ
(em casca) – A produção esperada de 13,4 milhões de toneladas é 4,8% superior
ao levantamento de fevereiro, reflexo de reavaliações nos rendimentos médios,
notadamente, do Rio Grande do Sul, maior produtor, responsável por 66,0% da
produção nacional. Nesse Estado, com aproximadamente 60,0% da área colhida,
estão sendo registrados elevados níveis de produtividade, razão pela qual houve
uma revisão positiva de 6,3%, alcançando agora 7.601 kg/ha. A baixa umidade
também tem favorecido aos trabalhos de colheita. A área a ser colhida cresceu
1,2% sendo aguardada uma produção de 8,8 milhões de toneladas, 7,5% maior que a
informada anteriormente para o Rio Grande do Sul.
FEIJÃO
(em grão) – A produção nacional de feijão, considerando as três safras do
produto, está avaliada em 3.681.256 toneladas, inferior 4,6% a do levantamento
de fevereiro.
FEIJÃO
(em grão) 1ª safra – Para o feijão 1ª safra aguarda-se uma área a ser colhida
de 2,3 milhões de hectares e uma produção de 2,0 milhões de toneladas, menores
em 2,8% e 2,2%, respectivamente, comparativamente ao mês anterior. Estes
decréscimos são decorrentes, em parte, das modificações nos dados da Região
Nordeste, com destaque para a Bahia (-9,5% na área e –15,8% na produção) e
Ceará (-6,2% na área e –10,0% na produção), como também em decorrência de
reavaliações nos dados finais de colheita. Em Minas Gerais reavaliações pós
colheita no norte e região central do Estado, onde ocorreu excesso de chuvas em
algumas regiões e falta delas em outras, geraram perdas de áreas (-3,5%) e de
produção (-0,7%). Em Santa Catarina, onde a produção caiu 6,3%, o excesso de
chuvas propiciou a disseminação de doenças, conferindo retração, frente a
fevereiro, de 6,5% no rendimento médio passando de 1.758 kg para 1.644 kg/ha,
neste final de safra.
FEIJÃO
(em grão) 2ª safra – A área a ser colhida de 1.308.967 hectares e a produção
esperada de 1.266.946 toneladas, em relação a fevereiro, são menores em 3,3% e
9,5%, respectivamente com destaque para as quedas registradas nas regiões
Nordeste e Sul, maiores produtoras. Na Região Nordeste, a retração de 18,3% na
produção tem como causa principal a correção dos números da Paraíba (-15,1% na
área e –49,0% na produção). Na região Sul, o Paraná, maior produtor nacional,
informa uma área a ser colhida de 178.357 ha indicando um decréscimo de 3,9% e
uma produção esperada de 318.549 t que diminui 4,5% frente à informação de
fevereiro. Destaca-se ainda que em Santa Catarina houve reduções na área
(31,7%) e na produção (34,7%). Além dos preços desfavoráveis as chuvas
excessivas na fase de plantio provocaram a queda na área plantada.
FEIJÃO
(em grão) 3ª safra – A terceira safra do produto ainda é baseada em projeções.
A estimativa de produção, de 428,4 mil toneladas, não mudou em relação a
fevereiro e corresponde a 11,6% do total da estimativa de produção.
MILHO
(em grão) – A produção nacional do milho em grão em 2011, para ambas as safras,
totaliza 56,3 milhões de toneladas, variação positiva de 2,0% sobre o mês de
fevereiro.
MILHO
(em grão) 1ª safra – Aguarda-se para o milho 1ª safra uma produção de 32,8
milhões de toneladas, acréscimo de 1,5% frente à estimativa anterior. A Região
Sul foi a responsável por esse aumento registrando acréscimo de 6,1% na
produção, como consequência da reavaliação no rendimento médio (+7,9%), apesar
da área retrair 1,6%, frente à informação anterior. No Paraná, a colheita que
foi iniciada no final do mês de janeiro totaliza, no momento, 55% dos 740.684
ha plantados. As condições climáticas favoreceram o produto e a produtividade
vem superando as expectativas iniciais, razão pela qual foi reavaliada para 7.714
kg/ha, gerando um ganho de produção de 6,0% em relação a fevereiro. No Rio
Grande do Sul, apesar da redução de 3,9% na área, a produção registra ganho de
7,8%, graças ao clima bastante favorável, notadamente, na metade norte do
Estado com chuvas acima da média.
MILHO
(em grão) 2ª safra – No que concerne ao milho 2ª safra, a produção deverá
atingir 23,5 milhões de toneladas, 2,7% superior à informação de fevereiro.
Este incremento deve-se às novas informações levantadas no Paraná e no Mato
Grosso do Sul. No Paraná, a cultura do milho costuma ser plantada no período
compreendido entre os meses de janeiro a abril, registra área 3,5% maior que a
informada no mês passado, sendo que 95% se encontra plantada. A estimativa de
produção, considerando um rendimento de 4.366 kg/ha, é superior à informação
anterior em 3,4%. O Mato Grosso do Sul apresentou a primeira avaliação para
esta cultura. Embora a área apresente diminuição de 1,2% a produção esperada
cresce 10,1%, devido ao rendimento médio previsto de 3.700 kg/ha, que supera em
11,4% ao até então utilizado como projeção.
SOJA
(em grão) – A produção esperada de 71,6 milhões de toneladas é 3,8% maior que a
informação de fevereiro. O acréscimo se deve a reavaliação positiva de 3,5% no
rendimento médio, função das condições climáticas permanecem favoráveis, nos
principais centros produtores, com destaque para os estados sulinos que foram
responsáveis, em termos absolutos, pelo aumento de cerca de 3,0 milhões de
toneladas. No Paraná, segundo maior produtor nacional, a colheita encontra-se
concluída em 82% da área prevista. As condições climáticas favoráveis à cultura
majoraram em 5,3% a produção, para um rendimento médio de 3.260 kg/ha. No Rio
Grande do Sul, com a colheita já próxima dos 30%, os prejuízos previstos com o
La Niña não se confirmaram, os rendimentos médios atingiram patamares
superiores aos da última avaliação em 24,2%. A produção esperada de 10.657.590
toneladas é maior que a última estimativa em 25,1%.
Notas:
1
Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos
para Cereais, Leguminosas e Oleaginosas, ora divulgados, foram realizados em
estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, órgão
do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um
processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro
de 2007, para as principais lavouras brasileiras.
2
Caroço de algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho, soja, aveia,
centeio, cevada, girassol, sorgo, trigo e triticale.
3
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de
previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas
informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou
Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação
de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível
nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das
Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e
do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA).
Arquivos
oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
Ricardo
Bergamini
(48)
4105-0832
(48)
9976-6974
ricardobergamini@ricardobergamini.com.br
http://www.ricardobergamini.com.br
www.ricardobergamini.com.br/blog
*
Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no
Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no
período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período
de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e
Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na
área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA
Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e
palestrante, assessorando empresas da região sul.. Site:
http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini

