Economia

Pesquisa Mensal de Comércio – Fonte IBGE – Base: Julho de 2010

Em julho, vendas do varejo
e receita nominal crescem 0,4%

Em julho, o comércio
varejista do país registrou, tanto no volume de vendas quanto na receita
nominal, crescimento de 0,4% em relação ao mês anterior com ajuste sazonal. Com
esse resultado o setor manteve a sequência de taxas positivas, sendo de três
meses para o volume e de sete para receita, como aponta a evolução dos indicadores
de base fixa e de médias móveis trimestrais. Nas demais comparações, extraídas
das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional obteve, em termos de
volume de vendas, acréscimos da ordem de 10,9% sobre julho do ano anterior e de
11,4% e 9,7% nos acumulados dos sete primeiros meses do ano e dos últimos 12
meses, respectivamente. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas
apresentou taxas de variação de 13,5%, 14,5% e de 12,7%, respectivamente.

Volume de vendas cresce em
seis das dez atividades pesquisadas

Nos resultados em
relação ao mês anterior com ajuste sazonal, seis das dez atividades pesquisadas
apresentaram variações positivas no volume de vendas:
Livros, jornais, revistas e
papelaria
(3,4%); Veículos e motos, partes e
peças
(2,9%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de
perfumaria e cosméticos
(1,9%); Material de construção (1,1%); Tecidos, vestuário e calçados(0,6%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios,
bebidas e fumo
(0,1%).
As variações negativas ocorreram em
Combustíveis e lubrificantes (-0,2%); Móveis e eletrodomésticos (-0,5%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,0%) e Equipamentos e material para escritório, informática e
comunicação
(-4,4%).

Na relação com
julho de 2009, na série sem ajuste sazonal, todas as oito atividades do varejo
assinalaram aumentos no volume de vendas, cujas taxas, por ordem de importância
no resultado global, foram as seguintes:
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios,
bebidas e fumo
(11,0%);Móveis e eletrodomésticos (12,2%); Tecidos, vestuário e calçados (12,5%);Outros artigos de uso
pessoal e doméstico
(9,4%); Combustíveis e lubrificantes(7,7%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de
perfumaria
(8,4%);Equipamentos e materiais para escritório, informática e
comunicação
(20,3%) eLivros, jornais, revistas e
papelaria
(7,4%).

O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios,
bebidas e fumo
,com
crescimento de 11,0% no volume de vendas, em julho, sobre igual mês do ano
anterior, foi responsável pela principal contribuição à taxa global do varejo
(49%). Nos acumulados dos sete primeiros meses do ano e dos últimos 12 meses as
taxas foram de 10,5% e 10,2%, respectivamente. Tal desempenho está relacionado,
principalmente, ao aumento da massa real de rendimentos (segundo a PME, com
variação de 8,7% sobre julho de 2009 para o rendimento real habitual dos
ocupados) e à desaceleração do ritmo de crescimento dos preços de alimentos,
com variação acumulada de 2,5%, em 12 meses, para o Grupo Alimentação no
Domicilio, contra uma inflação global de 4,6%, segundo o IPCA.

A atividade de Móveis e eletrodomésticos, que obteve alta
de 12,2% no volume de vendas em relação a julho do ano passado, respondeu esse
mês pela segunda maior contribuição (18,0%) à taxa global do varejo. Nos
acumulados dos sete primeiros meses do ano e dos últimos 12 meses as variações
ficaram em 19,3% e 13,7%, respectivamente. A partir desses resultados,
conclui-se que a atividade praticamente manteve seu ritmo de crescimento com o
término dos incentivos de redução do IPI da linha branca e das promoções da
copa do mundo, assinalando até agora taxas mensais de desempenho bem acima da
média geral do varejo. Para isto, vem sendo fundamental a política de expansão
do crédito e o crescimento da massa real de salários.

O segmento de Tecidos, vestuário e calçados, com variação no
volume de vendas de 12,5% em julho com relação a igual mês do ano anterior, foi
responsável pela terceira maior contribuição à taxa global do varejo.
Atribui-se, também aqui, a atual conjuntura de renda e crédito em expansão como
a principal promotora da recuperação das vendas da atividade, após o resultado
negativo de 2009. Nos acumulados dos sete primeiros meses de 2010 e dos últimos
12 meses, suas taxas de crescimento atingiram, respectivamente, 10,5% e 6,1%, a
despeito dos aumentos de preços dos produtos do gênero (variação de 6,0% em 12
meses para o grupo Vestuário), permanecerem ainda acima do Índice Geral, de
4,6%, segundo o IPCA.

A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba
segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos,
brinquedos etc., exerceu o quarto maior impacto na formação da taxa do varejo,
com variação de 9,4% no volume de vendas em relação a julho de 2009. O aumento
do poder compra da população ocupada vem proporcionando resultados positivos
para o segmento, que assinala taxas acumuladas de variação da ordem de 6,6%
para os sete primeiros meses do ano e de 7,0% para os últimos 12 meses.

A quinta maior
contribuição para o resultado do varejo coube ao segmento de
Combustíveis e lubrificantes, com 7,7% de crescimento
do volume de vendas em relação a julho de 2009. Em termos de resultados
acumulados, as taxas foram de 5,9% para os primeiros sete meses do ano, e de
3,5% para os últimos 12 meses. Este comportamento, abaixo da média, deve-se à
restrição de demanda de combustíveis provocada pelos oito meses (julho de 2009
a fevereiro de 2010) de aumentos sucessivos no preço do álcool, cuja variação
acumulada, no período, alcançou 43%, segundo o IPCA. De igual modo, a redução
no preço do produto, a partir de março último, vem refletindo em patamares
mensais mais elevados de desempenho da atividade.

A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de
perfumaria,
com
a sexta maior participação na taxa global do varejo, apresentou crescimento de
8,4% na comparação com julho do ano passado, e taxas acumuladas de 11,6% no ano
e de 11,5% para os últimos 12 meses. Os dados positivos, já citados, com
relação ao mercado de trabalho e ao crédito, somados à essencialidade dos
produtos do gênero, são os principais fatores explicativos do desempenho
positivo do segmento.

O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e
comunicação,
responsável pelo
sétimo maior impacto na formação da taxa global
, obteve acréscimo no
volume de vendas, em julho, da ordem de 20,3% sobre igual mês do ano anterior,
e taxas acumuladas no ano de 25,0% e nos últimos 12 meses de 16,1%. Os fatores
que vêm determinando este desempenho, além dos aumentos da massa de rendimentos
e do crédito, são a importância crescente que os produtos de informática e
comunicação vêm obtendo nos hábitos de consumo das famílias e a redução de seus
preços. Como exemplo, têm-se para microcomputadores e aparelhos telefônicos
(fixo e celular) variações de preços no acumulado dos últimos 12 meses da ordem
de -7,1% e -8,3%, respectivamente, segundo o IPCA.

Já a atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria, com crescimento de
7,4% no volume de vendas, foi a que exerceu o menor impacto no resultado mensal
do varejo. As variações acumuladas no ano e nos últimos 12 meses são da ordem
de 8,0% e 9,0%, respectivamente. Um fator relevante no estabelecimento desses
resultados positivos tem sido a diversificação da linha de produtos
comercializados por certos segmentos da atividade. Exemplo disto são as vendas
de produtos e suprimentos de informática pelas grandes redes de livrarias e
papelarias do país.

O Comércio Varejista ampliado registrou variações
em relação ao mês anterior de 1,2% para o volume de vendas e de 1,6% para a
receita nominal, ambas as taxas com ajustamento sazonal. Comparado com o mesmo
mês do ano anterior (sem ajuste sazonal), as taxas foram de 12,3% para o volume
de vendas e de 15,0% para a receita nominal. No acumulado do ano e dos últimos
12 meses o setor apresentou crescimento de 11,8% e 11,6% para o volume e de
14,5% e 13,0% para a receita nominal de vendas, respectivamente.

No que tange ao
volume de vendas, a atividade de
Veículos, motos, partes e
peças
obteve expansão de 14,6% em relação a julho de
2009. Ofertas, lançamento de novos modelos e crédito justificam esse resultado.
No acumulado no ano e nos últimos 12 meses as taxas de variação alcançaram
12,1% e 15,9%, respectivamente.

Quanto a Material de Construção, os acréscimos do
volume de vendas foram de 14,9% na relação com julho do ano passado, de 15,8%
no acumulado do ano e de 7,7% nos últimos 12 meses. Tais resultados decorrem do
quadro favorável da economia, somado às medidas oficiais de incentivo à
construção civil.

Apenas o Piauí não
registra alta na comparação com julho de 2009

Vinte e seis
Unidades da Federação tiveram resultados positivos na comparação
julho10/julho09, com as taxas mais elevadas sendo obtidas por Tocantins
(57,0%), Rondônia (29,6%), Acre (27,8%), Roraima (23,7%), Mato Grosso (21,0%) e
Maranhão, com variação de 20,7%. Quanto à participação na composição da taxa do
Comércio Varejista, destacaram-se,
pela ordem, São Paulo (10,8%), Rio de Janeiro (8,5%), Minas Gerais (11,4%), Rio
Grande do Sul (12,3%), e Paraná (10,3%). Somente o Piauí apresentou resultado
negativo na comparação com julho de 2009.

Em relação ao varejo ampliado, as maiores taxas
de desempenho no volume de vendas ocorreram em Tocantins (44,1%), Roraima
(22,5%), Espírito Santo (18,9%), Paraíba (18,3%) e Mato Grosso (15,8%). Quanto
ao impacto no resultado global do setor, os destaques foram os estados de São
Paulo (11,1%), Minas Gerais (14,6%), Rio Grande do Sul (15,2%), Paraná (15,4%)
e Rio de Janeiro (8,3 %). Os resultados em relação ao mês anterior com ajuste
sazonal apontam dezessete estados com variação positiva no volume de vendas,
tendo-se como destaques Rio
Grande do Norte (4,3%), Rio Grande do Sul (3,8%), Mato Grosso (2,8%), Acre
(2,5%), Maranhão (2,4%) e Alagoas (2,0%).

Arquivos oficiais
do governo estão disponíveis aos leitores.

Ricardo Bergamini
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ricardobergamini@ricardobergamini.com.br
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www.ricardobergamini.com.br/blog

*
Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro,
com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de
1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989.
Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova
York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira
em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside
em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante,
assessorando empresas da região sul.

Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Pesquisa Mensal de Comércio – Fonte IBGE – Base: Julho de 2010. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/pesquisa-mensal-de-comercio-fonte-ibge-base-julho-de-2010/ Acesso em: 07 jul. 2025