IBGE estima safra de grãos 8,1% inferior à safra recorde de 2008
Para a safra de 2010, o prognóstico daprodução está em 140,4 milhões de toneladas, maior 4,7% que a obtida em 2009, e a área a ser colhida em 48,1 milhões de hectares, maior 2,0% que a deste ano
A décima primeira estimativa da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas se configura como a 2ª maior safra nacional, sendo aguardada uma produção de 134,1 milhões de toneladas1, 8,1% inferior à safra recorde de 2008 (146,0 milhões de toneladas) e apenas cerca de 11.058 toneladas inferior à estimativa de outubro. O decréscimo frente ao mês passado deve-se, especialmente, ao milho 2ª safra que apresentou retração no rendimento médio em Goiás como consequência da reavaliação das informações neste estado, apesar de pequenas alterações positivas observadas na Bahia e Distrito Federal.
O IBGE também realizou, em novembro, o segundo prognóstico de área e produção para a safra de 2010, nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e nos estados de Rondônia, Maranhão, Piauí e Bahia. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2010 é estimada em 140,4 milhões de toneladas, maior 4,7% que a obtida em 2009, enquanto que a área a ser colhida de 48,1 milhões de hectares cresceria 2,0%.
Em
Esse volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas esperado para 2009, comparativamente ao ano anterior, apresenta a seguinte distribuição e variação: Região Sul, 52,7 milhões de toneladas (-14,1%); Centro-Oeste, 48,8 milhões de toneladas (-3,9%); Sudeste, 17,2, milhões de toneladas (-2,4%); Nordeste, 11,7 milhões de toneladas (-6,2%) e Norte, 3,8 milhões de toneladas (-0,1%).
O Mato Grosso, em 2009, passa a liderar como maior produtor nacional de grãos, suplantando em 2,9 pontos percentuais a safra paranaense. O Paraná foi muito afetado pelas más condições climáticas, como seca no início do ano, geadas em meados do ano e agora chuvas excessivas neste período final de ciclo das culturas de inverno.
Estimativa de novembro de 2009 em relação à safra 2008
Dentre os vinte e cinco produtos selecionados, dez apresentam variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: amendoim em casca 2ª safra (19,7%), arroz em casca (4,2%), aveia em grão (19,2%), batata-inglesa 3ª safra (4,6%), cacau em amêndoa (1,9%), cana-de-açúcar (7,0%), cebola (4,0%), cevada em grão (1,2%), feijão em grão 1ª safra (0,6%) e feijão em grão 2ª safra (4,0%).
Com variação negativa: algodão herbáceo em caroço (-25,9%), amendoim em casca 1ª safra (-3,4%), batata-inglesa 1ª safra (-7,9%), batata-inglesa 2ª safra (-11,0%), café em grão (-13,4%), feijão em grão 3ª safra (-2,8%), laranja (-0,2%), mamona em baga (-26,8%), mandioca (-0,4%), milho em grão 1ª safra (-15,4%), milho em grão 2ª safra (-9,7%), soja em grão (-4,8%), sorgo em grão (-5,2%), trigo em grão (-13,4%) e triticale em grão (-8,9%).
Perspectivas do segundo prognóstico para a safra de 2010
No segundo prognóstico realizado este ano, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2010 é estimada em 140,4 milhões de toneladas, maior 4,7% que a obtida em 2009, enquanto que a área a ser colhida de 48,1 milhões de hectares também cresce 2,0%. Cabe ressaltar que as informações da pesquisa do prognóstico representam 73,4% da produção nacional prevista enquanto as projeções realizadas respondem por 26,6% do valor total.
Dentre os dez produtos investigados, seis apresentam variação positiva em relação à produção em 2009: batata-inglesa 1ª safra (0,7%), cebola (7,7%), feijão em grão 1ª safra (18,6%), fumo em folha (4,8%), mandioca (5,0%) e soja em grão (13,8%). Com variação negativa, algodão herbáceo em caroço (-1,6%), amendoim em casca 1ª safra (-9,1%), arroz em casca (-4,2%) e milho em grão 1ª safra (-3,4%).
Com relação à área a ser colhida, registram variação positiva os seguintes produtos: cebola (3,0%), feijão em grão 1ª safra (3,6%), fumo em folha (2,0%), mandioca (3,8%) e soja em grão (5,4%). Com variação negativa: algodão herbáceo em caroço (-5,5%), amendoim em casca 1ª safra (-2,7%), arroz em casca (-1,4%), batata- inglesa 1ª safra (-1,5%) e milho 1ª safra (-5,8%).
ALGODÃO EM CAROÇO
O segundo prognóstico da produção de algodão em caroço é da ordem de 2.897.923 toneladas, contra 2.943.816 toneladas obtidas em 2009, indicando uma redução de 1,6%. Este decréscimo de produção se deve, basicamente, à diminuição da área cultivada, como conseqüência do desestímulo dos produtores em cultivarem o produto em face dos altos custos de produção, dificuldade de obtenção de financiamentos e das baixas cotações do produto tanto no mercado interno como externo. Todos os principais estados registram declínio do cultivo em relação à safra 2009, sendo que o Mato Grosso (principal produtor), que participa com 46,6% da produção nacional, reduziu em 4,3% a área a ser colhida e em 4,7% a produção esperada. Apesar disso, a segunda avaliação registrou, frente ao primeiro prognóstico, uma expansão na área de 10,6%, amenizando a tendência de queda.
ARROZ
No caso do arroz, nesta segunda avaliação nacional para
FEIJÃO
O segundo prognóstico para a safra nacional de feijão das águas em 2010 aponta para a produção esperada de 2,0 milhões de toneladas, superando em 18,6% a produção alcançada em 2009, quando foi colhido um volume de 1,6 milhão de toneladas. Esse fato reflete a expectativa de um melhor rendimento médio comparado ao do ano passado, quando a cultura sofreu prejuízos devido a problemas climáticos. Vale ressaltar que a área a ser plantada, comparativamente a do ano anterior, apesar dos baixos preços de comercialização do produto, caiu apenas 0,2%.
MILHO 1ª SAFRA
Para o milho 1ª safra espera-se uma produção de 32,7 milhões de toneladas, inferior em 3,4% à observada em 2009, devido à retração na área total plantada (9,0%). Conforme já relatado no primeiro prognóstico, os números desfavoráveis para esta safra são decorrentes da baixa cotação que o produto vem apresentando diante dos volumes estocados e pela não concretização das exportações previstas. A menor cotação frente à soja fez com que os produtores migrassem para a leguminosa que apresenta maior liquidez.
SOJA
No que se refere à soja, nesta segunda avaliação para
Soja, milho, arroz e trigo tinham os maiores estoques registrados em 30 de junho de 2009
Os maiores estoques registrados em 30 de junho de 2009 foram os de soja em grão (13.822.653 t), de milho em grão (11.017.491 t), de arroz em casca (4.813. 296 t) e de trigo em grão (3.601.901 t). Quando comparados os estoques dos principais produtos com os existentes em 30 de junho de 2008, os estoques de trigo, milho e arroz apresentaram variações positivas de 97,5%, 34,1% e 4,1%, respectivamente, enquanto o estoque de soja apresentou queda de 38,8%.
No primeiro semestre de
Quanto à capacidade útil das unidades armazenadoras, constatou-se que os armazéns convencionais, estruturais e infláveis somaram
Utilização dos grãos – A partir da pesquisa da Produção Agrícola Municipal 2008 e da Pesquisa de Estoques de 2008, o IBGE construiu a tabela de suprimento e utilização dos principais grãos cultivados no país. As informações indicam a disponibilidade de produtos para consumo, os estoques e um panorama sobre o comércio exterior.
Nota:
1 Em atenção a demandas dos usuários de informação de safra, os levantamentos para Cereais, leguminosas e oleaginosas, ora divulgados, foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em outubro de 2007, para as principais lavouras brasileiras.
Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.
* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.. Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini