O Artigo de Luciana Villas-Boas
(Escrito originalmente no Twitter)
www.nivaldocordeiro.net
Longo artigo da editora Luciana Villas-Boas na Ilustríssima da Folha. Uma balanço das publicações nas últimas décadas.
Luciana Villas-Boas revela uma ponta de ressentimento ao criticar os editores por não valorizarem a Feira de Frankfurt. Uma besteira. Pior mesmo foi Luciana falar sobre a falsa relação entre literatura e sociedade, supostamente para criticar o papel da televisão e a mediocridade dos autores. Luciana fala em divórcio entre literatura e sociedade. Balela. O autor tem compromisso consigo mesmo, a brasilidade está nele contida.
Evidente que relacionar “literatura e sociedade” soa como algo engajado, comuna, “progressista”. Claro que para Luciana o divórcio suposto entre literatura e sociedade é culpa da ditadura militar, essa assombração favorita dos esquerdistas. Luciana não tem uma palavra para se referir à revolução gramsciana em curso, da qual ela foi um agente graúdo na Editora Record.
Acho que o ideal de autor para Luciana é Jorge Amado, no alto de sua mediocridade, objeto da propaganda do PC pelo mundo. Literatura e sociedade juntas. Luciana é editora da antiguidade: “O editor precisa buscar os novos autores e publicá-los com esse objetivo: a vitrine da livraria”. Parece que Luciana ignora a revolução tecnológica em curso. O autor devia querer estar no e-mail-marketing da Amazon. E na lista de e-books mais vendidos. Em breve, livrarias serão comércios pequenos, dedicados a micromercados.
O futuro é o meio digital. A cada 3 livros que leio um é digital. Mais livros digitais não leio porque não estão disponíveis. Nossa indústria editorial tem a idade tecnológica da Luciana. Evidente que uma editora engajada produz autores engajados. Luciana fez isso por décadas. Ainda bem que a Editora Record mudou. Para melhor.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrissima/153448-a-traducao-essa-faminta-quimera.shtml