Reunido na manhã desta segunda-feira (28) com o governador do Amapá, Waldez Góes, o presidente do Senado, José Sarney, manifestou seu apoio à posição dos nove governadores da região amazônica que querem incluir a floresta no mercado de carbono. Isso significa a fixação de quotas que beneficiem estados que poluem menos, em prejuízo daqueles que poluem mais a atmosfera.
Acompanharam o governador no encontro com Sarney o procurador-geral do Amapá, Iaci Pelaes, o desembargador Gilberto Pinheiro, o deputado federal Evandro Milhomen (PcdoB-AP) e os secretários de Estado, Alberto Góes, e da Representação do Amapá em Brasília, Orlando Muniz.
O assunto do encontro foi o Fórum de Governadores da Amazônia, que se realizará nos dias 15 e 16 de outubro em Macapá e cuja pauta, já aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está sendo submetida aos presidentes do Senado e da Câmara, Michel Temer.
– Nós tratamos sobretudo de um assunto que está impactando o mundo, que é o aquecimento global. A reunião de governadores da Amazônia, em 15 e 16 de outubro, em Macapá, certamente definirá a proposta do Brasil para Copenhague em dezembro. Nossa decisão é de unificar a proposta brasileira. E isso significa incluir a floresta no mercado de carbono. Os nove governadores da Amazônia estão fechados com essa proposta, que a floresta seja incluída no mercado de carbono, estabelecendo quotas que beneficiem quem a preserve – frisou o governador.
Ao informar que o Amapá tem 97% de sua cobertura vegetal preservada, Waldez Góes disse não ser justo que países poluentes não queiram se envolver numa compensação que beneficie estados que associam o desenvolvimento à preservação da natureza.
– Nós temos um modelo onde o desenvolvimento econômico preserva o meio ambiente. O Amapá cresceu este ano, em plena crise mundial, 20% e, mesmo assim, mantivemos uma relação de respeito com a floresta e o meio ambiente. E nós queremos dos países ricos essa compensação.
O governador Waldez Góes disse ainda que outra questão preocupante discutida com Sarney foi o marco regulatório das hidrovias do Amazonas. Ele afirmou que a Amazônia precisa muito de uma decisão do Congresso em relação a esse marco regulatório, pois ali são enormes as carências nessa área – o transporte é caro, sem concorrência e com dificuldade de acesso, disse ele.
Teresa Cardoso/ Agência Senado
Fonte: Senado