Direito Ambiental

A Degradação da Natureza por Causa de Dinheiro

 

Em www.saindodamatrix.com.br/archives/2007/06/a_mente_das_plantas.html encontram-se algumas informações sobre SRI JAGADIS CHANDRA BOSE e suas pesquisas:

 

      O indiano Sri Jagadis Chandra Bose, bacharel em ciências pela Universidade de Londres, físico, químico e gênio, foi contemporâneo e fez trabalhos famosos com Pauli e Einstein.

 

      Pertencia ao grupo de sábios internacionais que compunham a “Real Sociedade de Londres”, e em 1899 Bose descobriu a “fadiga” dos metais e a sua recuperação por um processo semelhante ao que acontece com os seres humanos e animais. Percebeu nos gráficos que as curvas apresentadas pelo óxido de ferro magnético levemente aquecido eram muito semelhantes às dos músculos. A fadiga podia ser rechaçada e a recuperação adquirida, fazendo-se o uso de massagens leves ou imersão em um banho quente. Outros componentes metálicos procederam de forma semelhante. Bose também providenciou uma experiência de “envenenamento” dos seus metais. Perplexo, descobriu que a reação era análoga às reações dos tecidos musculares aos venenos.

 

      Escreveu Chandra: “Lidando com tais fenômenos, como traçarmos uma linha de demarcação e dizer aqui termina o físico e além começa o fisiológico? Não, não existem as barreiras absolutas. Foi quando me deparei com o mudo testemunho desses registros autônomos e neles percebi uma fase da unidade abrangente que sustenta em seu âmago todas as coisas – as partículas que dançam sob um raio de luz, a vida fecunda que reveste o planeta, os sóis radiantes que brilham sobre nós – foi então que pela primeira vez compreendi um pouco da mensagem proclamada por meus antepassados às margens do Ganges há 30 séculos: Àqueles que na mutação incessante do universo vêem apenas uma coisa, e só a eles, só a eles, pertence a Verdade Eterna.”

 

      A partir dos metais, Chandra Bose chegou às plantas. Em uma série de experiências, Bose mostrou como elas reagem a estímulos tais como toque, música, veneno, calor e choques elétricos da mesma maneira que animais. Cansam-se quando são superestimuladas. Também mediu reações ao álcool que chegaram perto da embriaguez.

 

      Examinando a “planta-telégrafo” (Desmodium Gyrans) cujas folhas simulam os movimentos dos braços da sinalização semafórica, Bose descobriu que o veneno que interrompe esta movimentação também faz parar o coração de um animal. O seu antídoto, em um e outro caso, restaura a vida de todos estes organismos.

 

      Bose encontrou respostas conclusivas de que as plantas se embebedam também com o gim, uísque e outros tipos de bebidas alcoólicas, e de que sob o efeito do álcool cambaleiam como cambaleiam os seres humanos e os animais e aves sob o mesmo estímulo. Também sofrem “ressaca” posterior e necessitam ser ajudadas a se recomporem.

 

      O cientista anestesiou plantas com clorofórmio e suas reações à anestesia e a recuperação delas quando levadas ao ar fresco eram idênticas às dos animais. Bose usou clorofórmio para anestesiar um pinheiro e replantá-lo, evitando qualquer dano à planta.

 

As pesquisas desse cientista (e outros, como CLIVE BACKESTER) comprovaram a “sensibilidade” dos animais, vegetais e até minerais.

 

Onde está, todavia, a “sensibilidade” das pessoas que, movidas pela ganância, degradam o meio ambiente, poluindo o ar; as águas dos rios, lagos e mares; devastam florestas; contribuem para a extinção de espécies animais e vegetais etc.

 

A vida dos seres da Natureza obedece a regras que a Ciência está apenas começando a conhecer, apesar de todo o esforço dos estudiosos antigos e modernos.

 

Tecnocratas e empresários muitas vezes desprezam os sinais de alerta da Natureza e lutam para concretizar grandes mudanças na paisagem, que agridem a Natureza.

 

Assim, vêem-se, em grande número de cidades, rios poluídos; o ar irrespirável pela fumaça dos veículos e chaminés das indústrias; a devastação de áreas de floresta; asfalto e concreto impedindo a infiltração das águas pluviais no solo; a realização de queimadas e o uso indiscriminado de agrotóxicos na zona; a construção de prédios imensos, que dificultam o movimento livre do vento e limitam a insolação dos imóveis vizinhos; etc.

 

Envenenamos, degradamos, devastamos, com conseqüências imprevisíveis a médio e longo prazos.

 

A pretexto do Progresso, pretende-se tudo, mas, na realidade, quase tudo se está fazendo à procura do Dinheiro.

 

 

* Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).

Como citar e referenciar este artigo:
MARQUES, Luiz Guilherme. A Degradação da Natureza por Causa de Dinheiro. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/direito-ambiental-artigos/a-degradacao-da-natureza-por-causa-de-dinheiro/ Acesso em: 04 out. 2025