A Procuradoria da República no Rio Grande do Sul ofereceu perante a Vara Ambiental, Agrária e Residual de Porto Alegre/RS, duas denúncias contra as pessoas presas na “Operação Pampa Verde”. Deflagrada pela Polícia Federal no último dia 16 de outubro, a operação buscava combater tráfico de animais da fauna silvestre e exótica, como pássaros de espécies variadas, alguns ameaçados de extinção, e répteis, especialmente tartarugas tigre- d`àgua.
A primeira denúncia incluiu os réus Jorge Cavazzi, Noris Mabel Cavazzi, Gabriel Cavazzi e Leandro Pizzol. O esquema funcionava da seguinte maneira: Jorge adquiria os animais em São Paulo, Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai, comercializando-os nestes locais. Em São Paulo comprava e vendia de Leandro Pizzol, e transportava os animais (com a ajuda de seu filho Gabriel, que o acompanhava nas viagens) de automóvel para serem comercializados com clientes da grande Porto Alegre e região metropolitana. Mabel, sua esposa, cuidava dos bichos que Jorge mantinha em sua residência, enquanto pai e filho empreendiam viagens para aquisição dos animais, além de cuidar da parte contábil-financeira da quadrilha, cobrando e negociando valores.
Os quatro foram acusados da prática dos crimes previstos nos artigos 31, 29, 1º, inciso III da Lei 9605/98 e artigos 180, 1º e 288 (formação de quadrilha) do Código Penal. As penas podem variar de 01 a 08 anos de prisão.
Os réus Anderson Ribeiro da Silva, Cláudia da Silva de Andrade, Marcos Gaspar Sipp e Alex de Vargas Postiglion foram incluídos na segunda denúncia. Este último capturava e intermediava a venda de animais silvestres (na região do Município de Dom Pedrito), para o casal Anderson e Cláudia, conhecidos comerciantes de animais no Estado do Rio Grande do Sul, tendo já sido presos anteriormente pela prática de tráfico de animais silvestres. Por sua vez, Marcos Sipp foi identificado como o principal receptador dos animais, valendo-se de registro no SISPASS em nome de sua mulher para dificultar e ludibriar a fiscalização oficial. Além disso, ele falsificava e adulterada as anilhas de identificação fornecidas pelo IBAMA.
Por estes fatos, os denunciados responderão pela prática dos crimes de 29, 1º, inciso III e art. 69, da Lei 9605/98 e arts. 180, 1º, 288 (formação de quadrilha), 296, 1º e 299, estes últimos do Código Penal.
Fonte: MPF/RS