Alto preço dos insumos, concorrência com o produto importado do Mercosul e a possibilidade de prejuízos com a implantação do Código Florestal foram os problemas abordados pelo representante da Câmara Setorial Nacional do Arroz, Francisco Lineu Schardong, durante a instalação da Câmara Setorial do Arroz, na tarde desta quarta-feira (4), na Assembleia Legislativa.
Segundo Schardong, Santa Catarina é o segundo maior produtor do Brasil, respondendo por 5,1% da produção nacional. São 15 mil rizicultores, responsáveis por uma área plantada de 150 mil hectares e colheita anual de 1 milhão de toneladas.
Neste ano, a saca do arroz tem variado entre R$ 28 e R$ 30, valor considerado bom pelo setor. No entanto, no ano passado, o preço chegou a R$ 18, principalmente por causa da concorrência com o arroz vindo dos países do Mercosul. Isso explica porque, a exemplo do que ocorre em outras culturas, o rizicultor também está endividado.
?É um setor com muitas incertezas, altos e baixos?, resumiu Schardong. ?Pode-se dizer que a produção nacional é subsidiada com o suor do trabalho dos produtores?.
Carga tributária
O especialista alertou para a necessidade de melhorar a gestão da produção. No entanto, medidas como a redução da carga tributária, atualmente em 17%, colaborariam para aumentar a rentabilidade do produtor.
A alta carga de impostos tira competitividade do grão brasileiro frente aos concorrentes do Mercosul, que têm custos de produção bem menores. ?Infelizmente o arroz, juntamente com o vinho, o leite e o trigo, é moeda de troca do Brasil para manter o superávit da balança comercial com o Mercosul?, lamentou.
Uma das alternativas, segundo Schardong, seria permitir que os produtores buscassem nos países vizinhos os insumos para a produção, mais baratos que os vendidos no Brasil. ?Queremos ter apenas o mesmo direito que a indústria do arroz tem de optar pelo produto nacional ou pelo importado do Mercosul?.
O Código Florestal, que teve artigos vetados recentemente pela presidente Dilma Rousseff e voltará a ser discutido no Congresso, é outro ponto que preocupa. Na avaliação de Schardong, se o veto que impede o plantio em área de várzea for mantido, Santa Catarina e Rio Grande do Sul perderão boa parte de suas terras produtivas. ?Devemos ficar atentos e mobilizar nossa classe política. Do contrário, a rizicultura ficará numa situação difícil?. (Marcelo Espinoza)
Fonte: AL/SC
