O estabelecimento de parcerias entre cooperativas de diferentes municípios pode ser a alternativa para evitar a falta de táxis para atender os passageiros no Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins), nos momentos de maior demanda. A sugestão foi apresentada, nesta terça-feira (19/6/12), em audiência pública da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, requerida pelo deputado João Vítor Xavier (PRP).
Para a diretora de Atendimento e Informação da BHTrans, Jussara Bellavinha, a medida também evitaria a circulação de táxis sem passageiros, como vem acontecendo atualmente, o que tem trazido prejuízo a motoristas e provocado danos ao meio ambiente. “Sem a integração, taxistas de Belo Horizonte só tem autorização para fazer o transporte da cidade até o aeroporto. Da mesma forma, taxistas que atendem em Confins só podem fazer o trajeto do aeroporto até os municípios. O contrário não é permitido”, explicou o deputado João Vítor Xavier.
Em 2011, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves atendeu cerca de 10 milhões de passageiros, como informou sua superintendente, Maria Edwirges Madeira. Segundo ela, hoje já existem lacunas na prestação do serviço de táxis em ocasiões pontuais, como em vésperas de feriados e de fins de semana. Situação que, na análise da superintedente, tende a piorar em 2014, quando são esperados pelo menos três milhões a mais de passageiros, durante os eventos esportivos que a Capital sediará.
Para o secretário municipal de Transporte e Trânsito de Lagoa Santa, Marcos Sales, não faltam táxis, o problema está no tempo que eles têm levado para chegar até Confins, em decorrência de obras no aeroporto e nas principais vias de acesso de Belo Horizonte. “Internamente, os veículos têm demorado 11 minutos para chegar à plataforma de embarque, e no deslocamento até Belo Horizonte, o tempo médio tem sido de 2h30”, disse.
O assessor da Diretoria de Fiscalização do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), Edílson Salatiel Lopes, defendeu que a falta de veículos em Confins é uma situação pontual e o tempo de espera dos passageiros não ultrapassa dez minutos. “Atualmente 505 táxis operam no aeroporto Tancredo Neves – 150 são de Confins, 121 de Lagoa Santa e 237 são metropolitanos”, informou.
A contratação de novos táxis para atender o aeroporto foi criticada por vários taxistas presentes à reunião, entre eles o representante da Minas Táxi, Ismail Santos, que alertou para o risco dos veículos se tornarem ociosos, trazendo prejuízo aos trabalhadores. Cláudio Rodrigues dos Santos, da Coopertramo, completou dizendo que, atualmente, o aeroporto não tem estrutura adequada para comportar os 500 táxis que lá atuam e que a situação se tornaria pior com a incorporação de novos veículos.
O deputado Aldalclever Lopes (PMDB) considerou um avanço a discussão de infraestrutura que dê conta de atender as novas demandas do País. “Há dez anos, o aeroporto era imenso, hoje já não comporta mais o fluxo que recebe. As leis precisam se adequar a esse crescimento estrondoso que o Brasil teve”, pontuou.
Na reunião, foram aprovados vários requerimentos, entre eles um de autoria do deputado João Vítor Xavier para realização de audiência pública para que o DER-MG apresente os resultados da Pesquisa de Desempenho Operacional do Serviço de Táxi do Aeroporto de Confins, realizada entre maio e junho. Também foi aprovado requerimento do parlamentar para reunião especial da comissão com os prefeitos de Lagoa Santa, Belo Horizonte e Confins a fim de se discutir o estabelecimento de convênios para o trabalho coletivo dos táxis, alternativa que foi elogiada pelo deputado Doutor Viana (DEM).
Consulte o resultado da reunião.
Fonte: AL/MG