Teoria Política

O que é Política – Maar

O que é Política – Wolfgang Leo Maar

 

 

Thiago André Marques Vieira *

 

 

Estado: O Estado são as respostas as necessidades criadas na vida social do homem ao longo da história, ou seja, é o desapego de alguns objetivos particulares em prol de vários objetivos coletivos. Tal fato, a sucumbência dos objetivos privados pela sustentação dos alicerces dos públicos, cria a estrutura de poder no Estado, que ordena a disciplina e as bases da sociedade geradoras e submissas ao Estado. O poder, talvez a maior criação do Estado, gera entre os seus ocupantes – o governo – e todas as outras representações partidárias, inclusive a oposição uma disputa imensurável para ocupar ou manter-se nele.  (págs 47,48)

 

Política: É uma atividade que transforma ao longo do tempo o real e a história e se apresenta através de resultados previsíveis, lógicos, calculáveis e científicos. Também é fruto das mais ousadas e imaginações possíveis. É uma ciência, uma arte. Arte de criar, revirar, revolucionar, clamar e gritar aos ventos por uma ideologia, por objetivos e por uma nova forma de sociedade; mesmo que as políticas dominantes ainda mantenham-se no poder. (pág 46)

 

Cultura: A cultura nada mais é do que uma linha transposta aos elementos políticos, sociais, filosóficos, econômicos, artísticos, morais e assim por diante. Consistindo na experiência de uma sociedade, sua história, seus dogmas, seus heróis e pensadores. Esta experiência proporciona a vida e a transmissão da cultura ao longo do tempo, e dependendo da economia, da historia e do legado do seu povo ela é transmitida pela superfície terrestre. A cultura também pode exercer um papel político de organização e defendendo interesses, causas e ideologias – sendo exemplificado pela burguesia da Revolução Francesa –  e construindo o mecenato. Além disso, a cultura tem o seu papel histórico – como exemplo a cultura da civilização ocidental – e pode ter um papel popular, mais visto nos dias atuais. (pág 81,82,84)

 

Ideologia: A Ideologia é um embasamento cultural, histórico, político e de uma forma de organização de uma sociedade, um povo. As raízes para a reprodução, produção e disseminação de uma ideologia são os intelectuais, que tem ligação direta com a produção e crítica da cultura, com o pensamento filosófico e político. A ideologia possui duas funções perante a sociedade, a primeira é a legitimação do poder político do Estado, adquirido através do consenso da sociedade e organizar tal consenso dirigindo a participação da opinião pública sobre tais interesses políticos. A ideologia além de função legitimadora pode ser vista como uma visão de mundo, ou seja, ela é nada mais que uma deturpação do mundo real, como exemplo clássico pode-se citar a parábola da caverna de Platão. (págs 90,91)

 

Democracia: A democracia é mais do que uma forma de governo ou um pensamento político. Ela é um valor adquirido desde a antiga Grécia que representa a forma de pensamento, o cotidiano, as experiências humanas, sociais, econômicas vividas e sofridas por um determinado grupo ou povo de uma determinada região ao longo de sua história e cultura. Traduzindo a democracia é o maior elogio que se pode dar a um povo. (págs 90,91)

 

Força: Conforme Maquiavel a força é uma das virtudes, junto com a astúcia, que se deve ter para haver uma governabilidade de um Estado. A força tem que ir além das instituições políticas e partidárias do Estado. A força também não representa somente a vontade e o anseio dos dominantes sobre os dominados, ela – força – adquiriu um novo conceito perante a sociedade moderna significando a vontade do povo – dominados – tal conceito pode ser observado por diversos fatos ocorridos durante o século XX, como na revolução socialista de 1917 na Rússia, onde o pequeno partido bolchevique obteve sucesso. A força é uma forma de pensamento inerente a determinado povo que está buscando mudanças, ou seja, mesmo que ela a princípio não seja maioria ela acabará sendo bem sucedida, traduzindo o mais puro anseio de uma sociedade. (págs 58,59,60)

 

Consenso: É a legitimação do poder através de três esferas. A primeira é a eficácia, que é a competência do governo em relação à administração dos negócios públicos e dos bens necessários e comuns a população que ele representa, como exemplo tem a estabilização da economia. A segunda esfera que forma o consenso é a tradição, ou seja, o consenso é adquirido através dos conceitos históricos, culturais e os dogmas do povo legitimando o poder em questão. Por fim, a última esfera que compõe o consenso é o carisma, traduzindo significa a legitimação do poder através da popularidade do governante, adquirindo assim o status competente para que tal governante represente a vontade e os anseios de sua população. (págs 60,61)

 

Movimentos Sociais: É uma atividade política que é a mais pura vontade e necessidades do povo. Os movimentos sociais são a voz do povo, que normalmente está esquecido quando um Estado não se encontra em um período eleitoral. Os movimentos sociais abrangem as questões cotidianas, empregam um sentido novo a atividade política tão comumente desmoralizada pelas instituições públicas, no caso do Brasil tão corruptas, e pela briga ensandecida pelo poder. Os movimentos sociais têm por finalidade basicamente restrita a melhoria das condições de vida do povo, ao contrário de outros tipos de organizações que tem por seu grande fim a ocupação do poder. (págs 69,70,71)

 

Representação eleitoral: É a legitimação do poder assegurado pela vontade do povo que é transferida pelo voto. Tal legitimação possui efeitos legais, pois já foi estabelecido por meio de uma constituição a forma e o método de tal representação. O direito do voto do cidadão concedido pela constituição é o ultimo passo de um processo democrático. Além disso, a representação eleitoral passa por um confronto eleitoral – a eleição – que nada mais é do que a transmissão de ideologias para o povo tentando atrais novos adeptos, criando uma mobilização intelectual da sociedade que vê no voto uma oportunidade para transformar o cotidiano. (págs 78,79)

 

 

* Acadêmico de Direito da UFSC.

 

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Como citar e referenciar este artigo:
, Thiago André Marques Vieira. O que é Política – Maar. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2008. Disponível em: https://investidura.com.br/resumos/teoriapolitica/oqueepol/ Acesso em: 18 abr. 2024