O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) condenou, nesta segunda-feira (10), o assassinato do motoboy Alexandre Menezes dos Santos, de 25 anos de idade, ocorrido na madrugada de sábado (8) em São Paulo, diante da residência de sua mãe, Maria Aparecida de Oliveira Menezes. O rapaz deixou viúva e um filho de 3 anos de idade.
O senador manifestou sua indignação com a brutalidade do crime, cometido por quatro soldados da Polícia Militar de São Paulo, que espancaram e asfixiaram até a morte o motoboy. O fato ocorreu duas semanas após a morte de outro motoboy dentro de um quartel da PM depois de uma sessão de tortura e espancamento.
Suplicy disse que o motoboy retornava para casa após o trabalho como entregador de pizzas, quando foi abordado pelos PMs devido à falta da placa na motocicleta. O senador relatou que Alexandre seguiu até sua residência, onde os policiais iniciaram o espancamento testemunhado por sua mãe.
– De acordo com ela, foram cerca de 30 minutos de pontapés e socos no estômago. Só pararam quando Alexandre caiu inerte. ‘Eles ficaram meia hora batendo nele e depois o enforcaram na minha frente. Que tristeza enterrar um filho no Dia das Mães’, disse Maria Aparecida – relatou o senador.
Suplicy disse ter conversado por telefone com o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, solicitando informações sobre as providências que estariam sendo tomadas nesse caso. O senador informou que o comandante da região foi afastado, assim como o capitão responsável pela equipe e que os quatro soldados que mataram o motoboy estão presos.
O senador ainda fez um apelo ao governador de São Paulo, Alberto Goldman, e ao secretário de Segurança, no sentido de que a Polícia Militar seja instruída a tratar a população com respeito e dignidade.
– Não se pode atribuir a cada jovem, sobretudo se esse jovem aparentar pobreza e tiver ascendência negra, a suspeita de ser um possível transgressor da lei. E mesmo que seja transgressor da lei, não poderia ser objeto de espancamento e tortura. Uma vez dominada e presa a pessoa, deve ser levada ao Distrito Policial e interrogada civilizadamente – assinalou.
O senador Paulo Paim (PT-RS) disse, em aparte, que esse tipo de agressão ocorre aos milhares em todo o país, especialmente quando se trata de jovem negro. Ele disse que as estatísticas mostram um número alarmante de casos de violência policial contra jovens.
Fonte: Senado