Rosalba quer mobilização contra analfabetismo

A senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) disse nesta quarta-feira (19) que é preciso uma grande mobilização para acabar com a escravidão representada pelo analfabetismo. Ele assinalou que não existe escravidão maior do que não ter direito ao saber e ao conhecimento.

– Não podemos, de forma nenhuma, nos acomodar, ignorar. A educação é o farol que ilumina o caminho do desenvolvimento – alertou.

Rosalba contou um caso ocorrido quando prestava consulta a uma criança e sua mãe em um bairro carente da sua cidade. A senadora diagnosticou bronquite na criança e prescreveu, por escrito, a receita e uma série de recomendações para a mãe, para que a doença não evoluísse para uma pneumonia.

– Essa mãe olhou para mim, caiu no choro e me perguntou se o filho dela iria morrer. Eu respondi que de jeito nenhum, desde que cumprisse todas as recomendações sobre como dar o remédio, a alimentação, os cuidados, que havia escrito em duas páginas. Ela disse: mas, eu não sei ler. Para aquela mãe, não saber ler era como uma sentença de morte para o seu filho – assinalou.

A senadora disse que foi preciso explicar detalhadamente o que aquela mãe deveria fazer, pois ela era analfabeta. Rosalba também perguntou se havia alguém na família que soubesse ler e um dos filhos maiores daquela mulher ficou responsável por explicar à mãe quais cuidados e em que horários deveriam ser feitos.

Rosalba observou que o analfabetismo alcança 20% da população do Nordeste e disse que não adiantam todas as ações de desenvolvimento incentivadas pelo governo se não houver um investimento no desenvolvimento social, que passa obrigatoriamente pela educação. Ela lembrou que além de ser um direito constitucional, a educação é um direito humano.

– Isso é uma escravidão. E como é grande – lamentou.

O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse, em aparte, que a escola pública vem perdendo qualidade porque não há uma política séria de governo que valorize o professor e ofereça escolas devidamente equipadas e estruturadas. Educação tem que ser uma política de estado.