O ex-senador Rui Palmeira dedicou toda sua vida ao ideal de democracia e justiça social, como um liberal clássico, um democrata convicto, sempre pluralista e avançado para o seu tempo. Assim o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), definiu o político alagoano, homenageado nesta sexta-feira (7), em Plenário. Na sessão que comemorou o centenário de nascimento de Rui Palmeira, Renan fez um histórico da vida política do homenageado, desde a Aliança Nacional Libertadora (ANL), que reuniu as forças revolucionárias de 1930, contra a chamada Velha República, que tinha Minas Gerais e São Paulo como forças hegemônicas.
Renan lembrou que a ANL era presidida em Alagoas por Sebastião da Hora e tinha entre seus membros, ao lado deRui Palmeira, o escritor Graciliano Ramos.
– Aos poucos, a ANL perdeu densidade devido à miopia da esquerda, que conduziu o movimento a uma posição sectária e isolada – disse Renan. Rui Palmeira, observou ele, foi um dos que tentaram evitar o esquerdismo radical, nocivo ao próprio Partido Comunista, levando a inúmeras baixas no partido. Conforme Renan, Rui Palmeira manteve-se corajosamente leal aos seus princípios.
Em 1945, no período da redemocratização do país, já como militante da União Democrática Nacional (UDN), Palmeira defendeu o mandato dos três deputados estaduais alagoanos do Partido Comunista (André Papini, José Maria Cavalcante e Moacir Andrade), e do próprio presidente do PCB, Luís Carlos Prestes, senador eleito para a Assembléia Nacional Constituinte. Todos eles tiveram seus mandatos cassados em 1947, pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra.
– Rui orientou a UDN para a aliança com os grupos democráticos e populares na Constituinte estadual e, por meio da sua liderança, o partido junta-se então aos deputados constituintes de 45 mais progressistas da Assembléia Legislativa de Alagoas – disse o líder do PMDB.
Mais tarde, durante o regime militar, em 1968, Rui Palmeira enviou telegrama ao então presidente Costa e Silva, manifestando posição contrária ao Ato Institucional (AI) 5. Renan cita testemunho de Teotônio Vilela sobre recomendação de Rui Palmeira, durante o endurecimento do AI 5: “Não é hora para fraquezas, não é hora para covardes, mas também não é hora para imprudências, quando nós temos, em nossas mãos, o destino da nação”.
Fonte: Senado