Depois de ler em Plenário manchetes de jornais que falam do recorde da arrecadação federal em abril, o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou em discurso, com as galerias lotadas de aposentados, que “o governo tem, sim senhor, dinheiro para pagar o reajuste dos aposentados”. Com isso, ele contestou os ministros da Fazenda e do Planejamento, Guido Mantega e Paulo Bernardo, que afirmaram à imprensa que recomendarão ao presidente Lula vetar qualquer aumento acima de 7%.
O senador disse não aceitar manobras da base do governo no Senado para que o projeto do reajuste de 7,72% dos aposentados do INSS que ganham mais que um salário mínimo tenha de voltar ao exame dos deputados. Ele advertiu que a Medida Provisória 475/09 (transformada no PLV 02/10) tem validade só até o final deste mês e, se não for votada até lá, o reajuste “não existirá mais”.
Paulo Paim pediu que os aposentados que se encontravam nas galerias que fossem embora, mas voltassem na tarde desta quarta-feira (19), quando o Plenário poderá votar o reajuste. O mesmo PLV 02/10 contém um artigo que acaba com o chamado “fator previdenciário”, que reduz o valor das aposentadorias para pessoas mais novas.
– Tenho certeza de que os senadores vão aprovar o reajuste de 7,72 por cento e ainda acabar com o fator previdenciário. Os senadores já votaram uma vez para acabar com o fator e ainda aprovaram que todas as aposentadorias devem seguir os reajustes do salário mínimo. Eles não vão mudar agora – declarou.
O senador petista garantiu que reajuste vai custar “apenas 600 milhões de reais neste ano”. Já o fim do fator previdenciário – garantiu – custará R$ 1 bilhão por ano e “isso não é nada frente à arrecadação do governo”, que chegou a R$ 70 bilhões só em abril.
– Qualquer obrazinha com estrada gasta muito mais [que R$ 600 milhões]. Por que não dá? Qual é o problema? O reajuste vai para 8 milhões de aposentados. Por que não dá? Pelo amor de Deus, não me digam que não tem dinheiro – afirmou, veemente.
Fonte: Senado