Da Redação
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) anunciou a instalação, nesta quarta-feira (16), da Comissão Nacional da Verdade. Para ele, trata-se de “um fenômeno histórico da maior relevância para os brasileiros”.
Em pronunciamento nesta terça-feira (15), Eduardo Suplicy afirmou que o trabalho da comissão “contribuirá para que os tristes episódios havidos no período analisado não mais se repitam em nosso país”. Ele enfatizou a importância da instalação da comissão, para a qual foram convidados todos os ex-presidentes do país ainda vivos: o senador José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado Federal; o senador Fernando Collor (PTB-AL); o ex-senador Fernando Henrique Cardoso; e Luiz Inácio Lula da Silva.
Suplicy destacou a entrevista do professor e diplomata Paulo Sérgio Pinheiro, publicada nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo. Na entrevista, o professor diz que a instalação da comissão não é revanchismo, “mas diálogo democrático que busca elucidar a história recente do país”.
Eduardo Suplicy informou que a comissão tem prazo de dois anos para examinar e esclarecer casos de graves violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 a 1988, “a fim de efetivar o direito à memória e à verdade história e promover a reconciliação nacional”. O senador enumerou os objetivos da comissão, entre eles “esclarecer fatos e circunstâncias de graves violações de direitos humanos” ocorridos no período e “promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de tortura, morte, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria, ainda que ocorridos no exterior”.
O senador enfatizou que a comissão tem a atribuição de apontar os responsáveis pelos crimes contra os direitos humanos, mas não a de julgá-los. Ele lembrou que um dos principais atos do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, após sua posse, foi instituir a Comissão da Verdade e da Reconciliação naquele país. A comissão foi presidida pelo arcebisbo anglicano Desmond Tutu, posteriormente laureado com o Prêmio Nobel da Paz.
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: Senado