As agroindústrias catarinenses ligadas à avicultura e à suinocultura pediram ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) um auxílio de R$ 5 por saca de milho transportada do Centro-Oeste para as propriedades do estado. A falta do grão, essencial para a alimentação de aves e porcos, foi um dos assuntos discutidos por representantes do setor, em reunião com representante do Mapa, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, na tarde desta quinta-feira (13).
Entidades ligadas à agricultura e pecuária entregaram ao secretário de Política Agrícola do Mapa, Caio Rocha, que representou o ministro Mendes Ribeiro no encontro, um documento com três reivindicações ao governo. Além do prêmio de R$ 5 por saca, o setor pede linha de crédito, com fundo garantidor da União, para adquirir milho e farelo de soja, além do aumento ? de R$ 70 mil para R$ 140 mil ? do valor de custeio pecuário.
Há semanas, os suinocultores e avicultores têm enfrentado problemas com a falta do milho e o produto que chega ao estado com preços elevados, que inviabilizam a produção. Com isso, agroindústrias do estado já enfrentam falta de matéria-prima, colocando em risco milhares de empregos.
?É preciso salvar o setor. É uma crise sem precedentes para um setor que é modelo para todo o Brasil?, afirmou o presidente da Fiesc, Glauco José Corte.
Dificuldades
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedroso, afirmou que as medidas anunciadas no mês passado pelo Mapa para tentar minimizar os efeitos da escassez de milho não surtiram efeito. ?Esse milho estocado no Centro-Oeste não chega a Santa Catarina. Precisamos encontrar uma saída para esse problema, sob o risco de um colapso em toda a cadeia produtiva?, alertou.
O representante do Mapa afirmou que a falta de caminhões e o alto preço do frete estão na raiz do problema. ?Não há falta de milho, nunca houve tanto grão estocado. Só que enfrentamos um problema de logística, algo que precisa ser repensado?, disse.
De acordo com Rocha, o Mapa já adotou medidas que devem minimizar os efeitos da escassez, como reajustes, entre 9% e 20%, no valor do frete pago pela Conab pelo transporte de grãos. ?O governo ainda estuda pagar um prêmio para as agroindústrias que forem até o Centro-Oeste buscar o milho?.
O secretário de Política Agrícola anunciou ainda a elaboração de um programa para construção de armazéns para estocagem de milho em Santa Catarina.
Segundo ele, o projeto deve ser colocado em prática no ano que vem.
A reunião da Fiesc contou com a presença dos secretários estaduais João Rodrigues (Agricultura e Pesca) e Nelson Serpa (Fazenda), além de deputados federais. (Marcelo Espinoza)
Fonte: AL/SC