Direito do Consumidor

Modelo de Apelação – contratos de plano de previdência privada e de aplicação financeira – decisão que não concedeu o pedido de indenização

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ….. VARA CÍVEL DA COMARCA DE ….., ESTADO DO …..

AUTOS Nº …..

….., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ….., portador (a) do CIRG n.º ….. e do CPF n.º ….., residente e domiciliado (a) na Rua ….., n.º ….., Bairro ….., Cidade ….., Estado ….., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo – doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ….., nº ….., Bairro ….., Cidade ….., Estado ….., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em que colide com ….., à presença de Vossa Excelência apresentar

APELAÇÃO

Da r. sentença de fls ….., nos termos que seguem.

Requerendo, para tanto, que o recurso seja recebido no duplo efeito, determinando-se a sua remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça do estado de …., para que dela conheça e profira nova decisão.

Junta comprovação de pagamento de custas recursais.

Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]

[Número de Inscrição na OAB]

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ….

ORIGEM: Autos sob n.º …. – ….ª Vara Cível da Comarca de ….

Apelante: ….

Apelados: …. e outros

….., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ….., portador (a) do CIRG n.º ….. e do CPF n.º ….., residente e domiciliado (a) na Rua ….., n.º ….., Bairro ….., Cidade ….., Estado ….., por intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em anexo – doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ….., nº ….., Bairro ….., Cidade ….., Estado ….., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente, nos autos em que colide com ….., à presença de Vossa Excelência apresentar

APELAÇÃO

pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

RAZÕES DE APELAÇÃO

Colenda Corte

Eméritos julgadores

DOS FATOS

O apelante aos ………. firmou dois contratos com o apelado, através do intermédio do gerente do …….., relativo à plano de previdência privada, denominado …… e outro de aplicação financeira intitulado …….

O ……, contrato nº …… e objeto deste feito, é um acordo que tem por objetivo o recebimento de uma parcela pelo segurado, corrigida mensalmente pela TR, configurando-se como plano de aposentadoria privada.

Tais contratações foram realizadas por intermédio do gerente do …………, instituição financeira com agência nesta Comarca, aonde se realizavam os débitos das parcelas devidas pelo aqui requerente, diretamente na conta corrente nº ……….

Ao receber as explicações do gerente da instituição financeira e ao assinar os contratos, o requerente foi informado que os valores pagos poderiam ser resgatados posteriormente, em caso de interrupção dos negócios, mediante simples requerimento à instituição administradora do plano, sendo este fato corroborado pelos documentos que lhe foram entregues, os quais estão acostados aos presentes autos.

Decorrido o prazo de 24 meses o apelante requereu o resgate dos valores pagos, recebendo em sua conta corrente apenas a quantia relacionada ao …..

Diante de tal situação, o apelante, através de novo requerimento, este dirigido a ambos os apelados, expôs a situação e, novamente, solicitou a devolução das parcelas pagas em relação ao plano …………., sendo que, naquele instante, restou informado de que por se tratar de uma contratação de risco, os valores quitados não seriam resgatáveis.

O apelante ingressou em Juízo com feito restituitório, requerendo a devolução das parcelas pagas, assim como indenização por danos materiais e morais.

Em emenda à inicial, o apelante expôs da necessidade de prova pericial no processo de conhecimento, assim como esclareceu acerca dos pedidos formulados na inicial, ou seja, determinou que o feito dirige-se a ………………………….., esclarecendo que a instituição financeira …………… foi incluída no polo passivo da relação devido ao intermédio da negociação; esclareceu, ainda, que o valor requerido refere-se a devolução das parcelas pagas, assim como o arbitramento dos danos materiais e morais havidos.

Contestado o feito restituitório, o apelado argumenta que o contrato mantido pelo apelante caracteriza-se como contrato de risco e que, portanto, não tem direito à restituição das parcelas pagas quando da interrupção do contrato. Além de tal fato, expõe que os documentos do apelante não condizem com seu plano, uma vez que em se tratando de contrato pré-impresso, os contratos emitidos destinam-se a todas as modalidades de contrato de previdência privada, sendo que o contrato ora em epígrafe não se adapta à cláusula de resgate, já que se trata de contrato de risco.

Em Audiência de Conciliação, presentes as partes, nenhum acordo restou frutífero, sendo ainda expostos todos os pontos controvertidos bem como requeridas e explicitadas todas as provas pretendidas pelas partes marcando-se nova audiência para a data de …. de ……. de …..

Novamente a tentativa de conciliação restou infrutífera, a ré dispensou o depoimento pessoal do autor sendo, portanto colhido somente o depoimento pessoal do representante legal da ré.

De tal depoimento cabe ressaltar que os contratos firmados entre o apelante e o apelado pertencem à modalidade de adesão, sendo que nem ao menos uma cópia foi repassada ao apelante.

Ainda além, com o referido depoimento verifica-se a continuidade da confusão na elaboração dos contratos em discussão, pois nem mesmo o representante legal da empresa pode explicar ao certo suas características, corroborando as alegações feitas na inicial de que os termos do contrato tendem a ludibriar os contraentes, que somente o firmam a partir da certeza de restituição.

Prolatada r. sentença de 1ª instância, a mesma julgou parcialmente procedente o pedido, condenando a apelada a pagar a quantia de R$ ……………………………………………………………………, referente a quantia devida acrescida das correções necessárias, sendo que o r. decidere não concedeu a indenização moral e material devida.

Entendendo que a contratação foi precedida de publicidade enganosa, descumprimento contratual unilateral pela instituição financeira e má-fé, entre outras ilegalidades, o que causou efetivo dano material e moral a apelante, o apelante comparece perante o Poder Judiciário para propor a presente apelação, a fim de ver provido a integralidade do pedido inicial.

Tais os fatos necessários.

DO DIREITO

1. DA INDENIZAÇÃO PELOS DANOS MORAIS E MATERIAIS E PELA NÃO OBSERVÂNCIA DAS NORMAS CONTRATUAIS

Os apelantes alegaram na inicial acerca da devida indenização decorrente dos danos morais e materiais sofridos. Contudo, na r. sentença de 1ª instância, o M.M. Juiz decidiu pela improcedência de tal pretensão, sob a alegação da inexistência de comprovação dos danos.

Carece, no entanto, de fundamentação tal improcedência de indenização, haja vista o comprovado dano suportado pelos apelantes quando da superveniência da negativa de ressarcimento dos valores devidos pelo contrato realizado com os apelados.

Conforme documental ora em anexo, verifica-se que quando do não pagamento do montante devido, os apelantes passaram por sérias dificuldades financeiras, motivo que ensejou o inadimplemento de algumas obrigações e que, consequentemente, arcaram com o ônus de encargos financeiros decorrentes de tais impontualidades.

Assim, em decorrência do não pagamento do montante devido por parte dos apelados, os apelantes não cumpriram em dia com seus compromissos assumidos para com terceiros, fato que onerou por demasia as finanças dos apelantes, devido ao descumprimento do pactuado no contrato realizado entre as partes.

Artigo 186/NCC

Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

A obrigação de reparar também encontra suporte na Constituição Federal quando determina:

Artigo 5º/CF

Todos são iguais perante a lei… omissis…

X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

E ainda pelo contido no Código de Defesa do Consumidor:

Artigo 6º

São direitos básicos do consumidor:

VI-A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, coletivos e difusos.

Artigo 476

Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.

Na apuração dos danos causados decorrentes do não cumprimento contratual, deve o Juiz atuar com prudente arbítrio, porém a indenização deve ser justa, correspondendo efetivamente ao real prejuízo sofrido pela parte lesada. Indenizar é desfazer o dano, recompor a situação primitiva, anular os efeitos da lesão jurídica, coibindo novas práticas abusivas e ainda, levando-se em conta o que restou sumulado pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal:

Súmula nº 562

Na indenização de danos materiais decorrentes de ato ilícito cabe a atualização de seu valor, utilizando-se, para esse fim, dentre outros critérios, dos índices de correção monetária.

A respeito da necessidade de Indenizar, Antônio Herman de Vasconcellos, assim nos ensina:

A RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR – A regra do Código é “prometeu, cumpriu”. Mas, e se o fornecedor se recusar o cumprimento da sua oferta ou publicidade? Ou se, ainda com o mesmo resultado, não tiver condições de cumprir o que prometeu?

A resposta parcial está no art. 35: o consumidor pode escolher entre o cumprimento forçado da obrigação e a aceitação de outro bem de consumo. Caso o contrato já tenha sido firmado, sem contemplar integralmente o conteúdo da oferta ou publicidade, é lícito ao consumidor, ademais, exigir a sua rescisão, com restituição do já pago, mais perdas e danos.

Claro que as perdas e danos são devidas sempre e não somente no caso da rescisão contratual. Decorrem elas do sistema geral do art. 6º, VII.

Assim, verifica-se que a boa-fé na conclusão do contrato de consumo é requisito que se exige do fornecedor e do consumidor, de modo a fazer com que haja transparência e harmonia nas relações de consumo, mantido o equilíbrio entre os contratantes, fatos estes que não restaram observados pelos apelados, razão que justifica o pedido indenizatório, na exata forma dimensionada por nosso ordenamento jurídico.

Tais os motivantes do presente Apelo.

DOS PEDIDOS

Assim, exposto, diante de todo o acima explanado, desfiladas suas razões e embasadas nos mandamentos legais vigentes e ainda, nas emanações jurisprudenciais de nossos Tribunais superiores, permitem-se os apelantes, na exata forma dimensionada pelo Direito, requerer seja, pelos Preclaros e Doutos Juízes componentes da Colenda Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Alçada do Estado do Paraná, parcialmente reformada a r. sentença proferida pelo Douto Juízo ” a quo”, determinando-se pela condenação dos apelados ao pagamento da indenização pelos danos materiais e morais havidos, em decorrência do não cumprimento do estipulado em contrato, conferindo aos apelantes a indefectível JUSTIÇA.

Protesta pela defesa oral em plenário, a efetivar-se por convocação editalícia.

Dá-se à causa o valor de R$ …..

Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]

[Número de Inscrição na OAB]

Como citar e referenciar este artigo:
MODELO,. Modelo de Apelação – contratos de plano de previdência privada e de aplicação financeira – decisão que não concedeu o pedido de indenização. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2014. Disponível em: https://investidura.com.br/modelos/direito-do-consumidor-modelos/modelo-de-apelacao-contratos-de-plano-de-previdencia-privada-e-de-aplicacao-financeira-decisao-que-nao-concedeu-o-pedido-de-indenizacao/ Acesso em: 28 mar. 2024